O Paulistinha
O avião mais popular do Brasil
01/01/2008
(Valdemar
Júnior)
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O
projeto do famoso Paulistinha teve início com a fundação da Empresa
Aeronáutica Ypiranga (EAY), criada em 1931 por Fritz Roesler, Orthon W.
Hoover e Henrique Santos Dumont, sobrinho de Alberto Santos Dumont.
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Valdemar Júnior -
12/10/2006 |
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EAY-201 Ypiranga do
Museu TAM.
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A
Ypiranga iniciou suas atividades fabricando os planadores EAY-101, os
primeiros projetados no Brasil, e em 1934 iniciou os projetos para a
construção do EAY-201 Ypiranga.
Inspirado no norte-americano Taylor Cub, o EAY-201 fez seu primeiro vôo
em 1935, inicialmente com o motor francês Salmson 9 AD radial, de apenas
40 hp e, posteriormente, com o motor Franklin de 65 hp, que giravam uma
hélice de madeira. Além dessa mudança, o Ypiranga primitivo recebeu
ainda a porção traseira da fuselagem.
O último EAY-201 Ypiranga a voar foi o PP-TJR, que foi transladado do
Campo de Marte, em São Paulo, para o Campo dos Afonsos, no dia 10 de
dezembro de 1970, pelo Comandante Lucy Lúpia Pinel Balthazar, e hoje se
encontra exposto no Museu Aeroespacial, da FAB, Força Aérea Brasileira.
O acervo do Museu Asas de Um Sonho, da TAM Linhas Aéreas, localizado em
São Carlos, conta com um EAY-201 Ypiranga. Esta aeronave nunca voou e
serviu de peça de decoração dos jardins da residência do senhor
Francisco “Baby” Pignatari até os anos 1990, quando foi comprada por
Odemar Rodriguez, que evitou o sucateamento do avião e o doou à Fundação
EducTAM, que o restaurou sem o revestimento, para fins didáticos.
Em 1942, a Ypiranga foi vendida para a Companhia Aeronáutica Paulista (CAP),
fundada no mesmo ano, e de propriedade de Francisco “Baby” Pignatari,
que se tornou proprietária do projeto e do protótipo do EAY-201 Ypiranga.
A CAP aperfeiçoou o EAY-201 Ypiranga e o renomeou CAP-4 Paulistinha.
O
CAP-4
Fundada em 1942, em Santo André, a Companhia Aeronáutica Paulista
designou os engenheiros Romeu Corsini, Clay Presgrave e Adonis Maitino
para modificarem o EAY-201 Ypiranga, o que foi feito em 10 meses e dez
dias, e no dia 2 de abril de 1943, a aeronave voou pela primeira vez.
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Valdemar Júnior -
12/10/2006 |
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CAP-4 Paulistinha do
Museu TAM, fabricado em 1946.
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O
primeiro CAP-4, que lembrava o norte-americano Piper J-3, era um avião
biplace, de asa alta, feito em estrutura tubular de aço, entelado, e
tinha uma sapata no lugar da bequilha, na cauda, o que foi modificado em
seguida. O motor utilizado foi o Franklin de 65 hp, que girava uma
hélice de madeira desenvolvida pelo IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas), de São José dos Campos.
Foram fabricados 777 CAP-4 Paulistinha de 1943 até 1949. Mais de 20 mil
pilotos foram tiraram o brevê nessa aeronave, que tinha como principais
atrativos a segurança e o baixo custo operacional, e por isso, foi
escolhida pela Campanha Nacional de Aviação, liderada pelo Ministro da
Aeronáutica, Slagado Filho, durante o governo de Getúlio Vargas, quando
apenas 189 aviões estavam registrados, sendo que apenas 100 voavam.
Para se ter uma idéia da popularização do avião, em 1943 era fabricado
um CAP-4 Paulistinha por dia, e quase todas as partes do avião eram
manufaturadas no Brasil, exceto o motor.
Apoiada pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a Campanha
Nacional de Aviação conseguiu recursos para comprar os aviões e,
posteriormente, doá-los aos aeroclubes. O slogan da campanha era: “Dê
Asas ao Brasil”. Os métodos de Chateaubriand eram no mínimo estranhos,
mas o resultado foi impressionante, já que em 1946 havia 963 aeronaves
registradas, sendo que 800 foram doadas durante a campanha, que terminou
em 1949, depois de criar mais de 300 aeroclubes. Outros CAP-4 voaram na
Marinha, anteriormente à criação da FAB (Força Aérea Brasileira).
O
Neiva P-56
Em 1952, o Ministério da Aeronáutica encomendou um lote de 80 Piper
PA-18, muito parecido com o CAP-4, nos Estados Unidos.
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Rodrigo Zanette -
26/05/2007 |
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Neiva P-56C
Paulistinha, PP-GUT, do Aeroclube de Bragança Paulista, decolando
durante o
Broa Fly-in.
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Incentivado pela atitude do governo brasileiro, no dia 2 de outubro de
1954, quando já não existia a CAP, José Carlos de Barros Neiva criou a
Sociedade Aeronáutica Neiva, na cidade do Rio de Janeiro, onde fabricava
os planadores de madeira Neiva B Monitor, usados para instrução de vôo,
e os BN-2, de competição.
Pouco tempo depois, a Neiva foi transferida para Botucatu, e negociou os
direitos industriais do CAP-4 com o Ministério da Aeronáutica. José
Carlos modificou o avião reposicionando o tanque e a seletora de
combustível, que rcebeu uma proteção para evitar o fechamento acidental,
e alterando as portas da cabine, as janelas, o capô do motor e os
instrumentos, além de utilizar um propulsor mais potente, um Lycoming de
100 hp, e o batizou P-56 (P de Paulistinha e 56 do ano do projeto -
1956).
Para motorizar o P-56, a Neiva adotou o Continental C90 8F, de 90 hp,
mas como não foi possível adquiri-lo no Brasil, utilizou o Continental
C90 14F, também de 90 hp, mas que tinha partida elétrica, e mudou o
sistema para manual para certificá-lo em 1957. Em setembro do mesmo ano,
o Ministério da Aeronáutica fez uma encomenda de 19 P-56, que receberam
os motores Lycoming O235B, de 100 hp, de propriedade do governo
brasileiro, e a Neiva o designou P-56B.
Com a aquisição dos motores Continental C90 8F, de 90 hp, a Neiva
homologou o P-56C (C de Continental) em 1960. Em seguida, o fabricante
criou os modelos P-56B1, que recebeu um motor Lycoming de 115 hp,
utilizado para pulverização de lavouras, e o P-56C1, que recebeu o motor
Lycoming O320, de 150 hp, e foi usado como rebocador de planadores.
Foram fabricados cerca de 260 Neiva P-56 Paulistinhas. A maioria foi
comprada pelo Ministério da Aeronáutica e doada aos aeroclubes, que,
posteriormente, venderam alguns modelos a pilotos particulares, e
outros, chegaram a voar até na FAB.
FICHA TÉCNICA |
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EAY-201 Ypiranga
Fabricante:
Empresa Aeronáutica Ypiranga
País de origem:
Brasil
Comprimento:
6,45 m
Envergadura:
10,10 m
Lugares:
2 (em tandem)
Velocidade de cruzeiro:
119 Km/h
Velocidade máxima:
142 Km/h
Motor:
Salmson 9 AD radial, de 40 hp e Franklin de 65 hp |
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CAP-4 Paulistinha
Fabricante:
Companhia Aeronáutica Paulista
País de origem:
Brasil
Comprimento:
6,65 m
Envergadura:
10,10 m
Altura:
1,95 m
Lugares:
2 (em tandem)
Velocidade de cruzeiro:
140 km/h
Velocidade máxima:
155 km/h
Motor:
Continental A-65 de 65 hp |
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P-56 Paulistinha
Fabricante:
Indústria Aeronáutica Neiva
País de origem:
Brasil
Comprimento:
6,76 m
Envergadura:
10,76 m
Altura:
2,08 m
Lugares:
2 (em tandem)
Velocidade de cruzeiro:
80 mph
Velocidade máxima:
93 mph
Distância de decolagem:
285 m
Distância de pouso:
250 m
Autonomia:
4h30min
Capacidade dos dois tanques:
92 litros
Motor:
Continental C90 8F, de 90 hp, Continental C90 14F, também de 90 hp,
Lycoming O235B, de 100 hp, Lycoming de 115 hp e Lycoming O320, de
150 hp |
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