José Ângelo Simioni, incentivador
do T-6
Piloto faleceu em 1983 durante uma apresentação em
Limeira
16/04/2008
(João
Thiago Domingues)
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José Ângelo Simioni nasceu em Lençóis Paulista (SP). Era apaixonado por
aviação. Iniciou na terra de seu avô o seu grande sonho, a construção do
aeródromo em conjunto com a Prefeitura Municipal de Lençóis Paulista,
que realizou a terraplanagem do terreno, e ali inicia-se um dos berços
da aviação acrobática e desportiva do Brasil.
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Fotos: João Thiago
Domingues e Carlos Edo |
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North American T-6D
Texan, prefixo PT-KSZ, e Simioni.
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Após algum tempo do
aeroporto já instalado e em pleno funcionamento, o "gordo" Simioni, como
era chamado pelos amigos, construiu uma das maiores oficinas de
aeronaves da época, e foi revendedor da Cessna no Brasil.
Inúmeros pára-quedistas que vinham de todos os cantos do Brasil e alguns
até do exterior, concentravam-se em todos os finais de semana para
saltar nos Beech-bi de Simioni, no aeroporto de Lençóis Paulista. Foi
nessa época que nasceu o Circo Aéreo, atual Esquadrilha Oi, iniciado em
Lençóis Paulista em 1981. Simioni contava com a presença acrobática de
Alberto Bertelli, o maior piloto brasileiro de acrobacias aéreas de
todos os tempos, Coronel Antonio Arthur Braga, o Coronel Braga, que
acumulou o maior número de horas voadas em aeronaves North American T-6
em todo o mundo, Carlos Edo, líder da Esquadrilha Oi, Fernando Almeida,
entre outros.
José Ângelo Simioni arrematou da Força Aérea Brasileira, todas as peças
e carcaças referentes aos aviões utilizados por ela, como o N/A T-6,
Beech-bi, Douglas DC-3, Consolidated PBY-Catalina, e até de alguns
caças. Simioni foi considerado o maior piloto civil, incentivador e
disseminador de T-6 no Brasil.
José Ângelo Simioni faleceu no dia 10 de outubro de 1983, durante uma
apresentação com seu North American T-6, PT-KSZ, o inesquecível T-6 de
ronco forte, frente xadrez e fuselagem prateada, na cidade de Limeira,
interior de São Paulo, durante um show aéreo. Acostumado a fazer
acrobacias com o T-6, infelizmente o avião entrou em um parafuso, a
recuperação foi muito baixa e o avião atingiu o solo. Na aeronave
estavam Simioni e Márcia Mammana, uma acrobata da época. Com certeza,
essa foi uma das maiores perdas para a aviação acrobática do nosso pais.
Abaixo, o relato do Coronel Braga no Jornal Tribuna Lençoense, de 1983.
"Uma perda lastimável, nosso pai, nossa mãe na aviação acrobática, no
pára-quedismo, na aviação pequena em geral. Não tenho palavras para
definir o estado em que nos encontramos, de choque, pela perda do amigo,
devido a esse acidente que para nós foi uma surpresa, uma vez que o
Simioni voava muito bem. Era um piloto nato e esse tipo de acrobacia que
ele fazia com seu T-6, sinceramente, nunca me deu susto em nada. Ele
voava com uma perfeição e com uma técnica incomparáveis. Simioni era um
autodidata, nunca ninguém o ensinou. Ele aprendeu tudo como um perfeito
acrobata e um piloto perfeito em tudo."
Clique
aqui para ver as fotos do North
American T-6, PT-KSZ, de José Ângelo Simioni.
Vídeos do Simioni voando em Lençóis Paulista:
Vídeo 1
Vídeo 2
Vídeo 3
Vídeo 4
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