Red Bull Air Race chega
ao Brasil
Rio de Janeiro vai assistir a um esporte aéreo nunca antes visto na
América Latina
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19/04/2007
(Valdemar
Júnior - com assessoria da Red Bull Air Race) -
Neste sábado, dia 21 de abril, às 13 horas, o Rio de
Janeiro vai assistir a um esporte aéreo nunca antes visto na América
Latina.
A Enseada de Botafogo, na Baía de Guanabara, recebe, no próximo dia
21, o Red Bull Air Race World Series 2007.
O circuito mundial de corrida de aviões será uma disputa contra o
relógio entre 13 super aviões em pleno céu carioca.
Além do Brasil, o campeonato, apelidado de Fórmula 1 dos ares, é
disputado em outros 11 países ao redor do mundo.
Esta é a terceira temporada do campeonato mundial de aviões. Em 2006,
cerca de seis milhões de pessoas testemunharam as oito disputas do Red
Bull Air Race. A corrida aérea é um esporte relativamente novo e tem
se desenvolvido rapidamente nos últimos anos.
O campeão do circuito no ano passado foi o norte-americano Kirby
Chambliss, um ex-piloto de jatos comerciais que possui mais de 24 mil
horas de vôo no currículo. Em 2005, o também norte-americano Mike
Mangold, ex-Top Gun da Força Aérea dos Estados Unidos, foi o primeiro
do ranking.
Para este ano espera-se uma boa disputa, já que pelo menos quatro
pilotos têm grandes chances de chegar ao título mundial.
A corrida no Rio de Janeiro terá como pano de fundo um cenário
inconfundível. Após decolarem do Aeroporto Santos Dumont, os ases da
aviação vão tentar se superar para completar no menor tempo possível o
circuito na Baía de Guanabara, aos pés do Pão de Açúcar.
No Air Race os pilotos chegam a voar a 400 km/h e suportam forças
gravitacionais de até 10G.
Como já se tornou tradição, a competição começa em Abu Dhabi, nos
Emirados Árabes Unidos, no dia 6 de abril. No dia 21 vai ser a vez da
Praia de Botafogo. O Red Bull Air Race ainda passa neste ano por
cidades como Istambul, na Turquia, Barcelona, na Espanha, e Perth, na
Austrália.
O RED BULL AIR RACE
O ano de estréia do Air Race foi 2003, com as duas primeiras corridas
em Zeltweg, na Áustria, e em Budapeste, na Hungria. No ano seguinte,
2004, o número de corridas passou para três: na Inglaterra, na Hungria
e nos EUA. Em 2005 foi realizado o primeiro circuito mundial de
corrida aérea. O Red Bull Air Race World Series passou por sete
cidades. No ano passado, o número de etapas aumentou para oito. Em
2007, além das etapas do ano passado, três novas cidades foram
incluídas no circuito: são 11 paradas ao redor do globo.
CALENDÁRIO RED BULL AIR RACE 2007
Abu Dhabi, Emirados Árabes 06 de abril
Rio de Janeiro, Brasil 21 de abril
Monument Valley, EUA 12 de maio
Istambul, Turquia 02 de junho
Barcelona, Espanha 23 de junho
Interlaken, Suíça 07 de julho
Reino Unido 29 de julho
Budapeste, Hungria 20 de agosto
Porto, Portugal 01 de setembro
San Diego, EUA 22 de setembro
Acapulco, México 13 de outubro
Perth, Austrália 04 de novembro
UMA CORRIDA CONTRA O TEMPO
O Air Race é uma corrida aérea contra o relógio. Em cada etapa, um
circuito de aproximadamente 1,4 km de extensão é demarcado por uma
série de pilões infláveis, os chamados Air Gates. O posicionamento dos
Air Gates define a passagem do avião pelo circuito.
Os Air Gates localizados em paralelo e sinalizados com a cor azul
indicam que o avião deve passar entre os pilões na posição horizontal.
Os Air Gates localizados em paralelo e sinalizados com a cor vermelha
indicam que o avião deve passar entre os pilões na posição faca de
gume, ou seja, com as asas na posição vertical.
Quando os Air Gates estão enfileirados o piloto deve passar em slalom,
ou ziguezague, por entre eles. O vencedor da corrida é aquele que
completar o circuito em menos tempo. A cronometragem é ativada quando
o piloto cruza a linha de saída e interrompida quando ele passa pela
linha de chegada.
Neste ano, visando uma competição mais equilibrada, após as
eliminatórias por tempo, das quartas-de-final em diante a competição
será realizada no formato homem-a-homem: baterias de dois competidores
decidirão quem passa para a próxima sessão.
AS AERONAVES
As aeronaves de corrida pilotadas pelos competidores do Red Bull Air
Race são basicamente de três modelos: Edge, Extra e MX2. Todas
oferecem altíssima performance. Chegam a 400 km/h e possuem 350 cv.
Além disso, pesam muito pouco - aproximadamente 500 kg - e chegam a
suportar forças gravitacionais de 10G. Por conta disso devem ser
estáveis ao extremo. Peso leve combinado a um sistema de direção
altamente eficiente resulta em uma agilidade que aeronaves normais,
mesmo os jatos de combate, nem pensam em atingir.
OS PILOTOS
Somente pilotos extremamente experientes são selecionados para
competir no Red Bull Air Race. Os critérios para se tornar um
competidor são rígidos: ter conquistas em competições aéreas
internacionais, ter milhares de horas de vôo e possuir uma aeronave
adequada para a competição são alguns dos pré-requisitos.
ALEJANDRO MACLEAN - EDGE 540 | ESPANHA
Dono de um estilo de voar ousado e destemido, aos 37 anos Alex Maclean
é bicampeão espanhol de acrobacias. Quando criança colecionava
aeronaves de brinquedo e aos 18 anos esteve pela primeira vez em um
cockpit de um avião de verdade, o seu primeiro Ultraleve. Depois de
competir com um Sukhoi em 2005, pelo segundo ano consecutivo Alex visa
melhorar o desempenho pilotando um Edge 540. Para 2007 o espanhol
espera uma boa colocação no Red Bull Air Race. Além de viajar o mundo
nas corridas do Air Race, Maclean é fã de rap music, dono de uma
produtora de filmes e pai de duas crianças. "Família significa sorte,
riqueza e sucesso e eu preciso de todas as coisas preciosas deste
mundo", diz.
FRANK VERSTEEGH - EDGE 540 | HOLANDA
Espontâneo e muito comunicativo, Frank Versteegh é o mais alto piloto
do Red Bull Air Race. Seus dois metros de altura e sua habilidade no
comando de uma aeronave não denunciam, mas Frank é um pé-de-valsa e já
foi proprietário de uma escola de dança. O veloz balé aéreo do
holandês só esperou uma brecha para figurar entre os campeões da
corrida em 2006. Mas sua maior desvantagem no circuito foi seu avião
Extra, uma aeronave de dois assentos que se demonstrou muito inferior
aos potentes aviões de apenas um lugar. Nesta temporada Frank vai
pilotar um Edge 540.
KIRBY CHAMBLISS - EDGE 540 | EUA
O campeão do Red Bull Air Race 2006, Kirby Chambliss, esbanja uma
mescla de serenidade, senso de estratégia e habilidade. A vida deste
texano possui relação íntima com a aviação. Além de sua esposa ser
também piloto e de ter uma pista de pouso no jardim de sua casa no
Arizona, aos 24 anos Kirby era o piloto comercial mais novo de sua
companhia. Aos 28 o americano chegou a capitão e já demonstrava
habilidades em acrobacias. Mesmo com toda sua experiência neste ano,
aos 47 Chambliss pensa com cautela no futuro. "Será uma batalha
acirrada. Parece que os quatro melhores pilotos vão estar a apenas
segundos um do outro. Não será nada fácil defender o título. E, para
ser honesto, é só isso que me importa".
KLAUS SCHRODT - EXTRA 300S | ALEMANHA
O alemão Klaus Schrodt, com 60 anos, é o mais experiente piloto do Red
Bull Air Race. Com uma aeronave DC-3 ele trabalhou por algum tempo na
África transportando suprimentos e pára-quedistas. Mais tarde trocou o
pequeno avião pelo grande Airbus 340, quando começou a trabalhar para
uma empresa aérea alemã. No circuito do Air Race de 2005 o alemão
conquistou o 1º lugar em três etapas, feito que não conseguiu repetir
na temporada do ano passado, quando terminou em 7º no ranking. De
qualquer modo Klaus está otimista. "Vejo uma luz no fim do túnel. Meu
Extra 300S pode não ser o avião perfeito para a corrida. Ele possui
algumas desvantagens em relação ao Edge, mas, tenho que tirar o melhor
dele".
MICHAEL GOULIAN - EDGE 540 | EUA
Goulian gosta de comparar o Red Bull Air Race à Fórmula 1: "Os
desafios são parecidos. Estamos buscando velocidades máxima com o
máximo de profissionalismo". Goulian tem um cuidado especial com sua
nutrição e faz exercícios físicos diariamente. Seus pais eram
proprietários de uma escola de aviação, a Executive Flyers Aviation, e
o hangar era o seu parque de diversões. Neste ano Goulian vai decolar
com um uma nova máquina. Estacionou seu Extra 300 SHP e reativou o
Edge 540. "Ele foi fabricado em 2004. Estamos tentando torná-lo mais
leve para melhorar a aerodinâmica. O que importa é, acima de tudo, a
velocidade e a elasticidade", diz.
MIkE MANGOLD - EDGE 540 | EUA
Aos 15 anos Mike Mangold já tinha certeza de sua vocação e procurou o
melhor treino que poderia encontrar - a Fighter Weapons School da
Força Aérea americana, a Top Gun. Mangold formou-se com distinção e
tornou-se um dos melhores pilotos da sua geração com mais de 2.500
horas de vôo em jatos como o F-4 Phantom. Mudou da Força Aérea para os
aviões comerciais e intensificou seu treinamento em vôos acrobáticos.
Campeão do Red Bull Air Race World Series em 2005, depois de
desperdiçar sua chance de defender o título no ano passado Mangold
quer voltar com mais precisão em 2007. "Corrigir os erros, aperfeiçoar
a relação entre homem e máquina e talvez colocar uma nova hélice.
Minha equipe e eu correremos atrás", promete.
NICOLAS IVANOFF - EXTRA 300S | FRANÇA
O franco-russo Nicolas Ivanoff, com temperamento calmo, tornou-se um
piloto competitivo quase por acaso. Passou grande parte de sua vida
como instrutor de vôo na renomada escola Corse Voltige em Ajaccio, na
Córsega. Foi quando estava ensinando um aluno a pilotar um Extra 300S
que adquiriu gosto por acrobacias aéreas. Em 2000, ele integrou o time
francês de acrobacia e venceu o Campeonato Mundial em Toulouse. Em
2007, Nicolas quer transformar sua performance em resultado. Para isso
estudou e examinou cada detalhe da aeronave e a afinou de acordo com
suas necessidades. Com 39 anos de idade, ele acredita que pode
surpreender no meio da temporada e chegar ao pódio no fim do circuito.
NIGEL LAMB - MX2 | INGLATERRA
Residente na Inglaterra, Lamb tem a bandeira do Zimbábue, país onde
nasceu e cresceu, pintada na cabine de sua aeronave. Aos 11 anos
escreveu uma carta para a Força Aérea dizendo que queria se alistar.
Quando completou a idade mínima necessária finalmente realizou seu
sonho de pilotar. Mais tarde deixou a Força Aérea e se especializou em
vôos acrobáticos. Foi campeão britânico por oito anos na categoria
Unlimited Aerobatics, um dos títulos de muito prestígio. Lamb também
tem carreira significativa como piloto de produções de Hollywood. Na
sua primeira temporada completa, em 2006, terminou em 9º. "Este ano
será extremamente interessante. Todos aprenderam com os erros do
passado e a tecnologia das aeronaves está sempre melhorando. Acho que
todos têm uma chance no pódio", diz Lamb.
PAUL BONHOMME - EDGE 540 | INGLATERRA
Seu pai era da Força Aérea, sua mãe trabalhou como comissária de bordo
e seu irmão é piloto comercial. Não é de se espantar que o mais jovem
membro da família Bonhomme tenha se tornado piloto profissional de um
Boeing 747. Aos 18 anos, Paul recebeu sua licença de piloto e três
anos depois já participava de seu primeiro show aéreo. Na temporada de
2005 do Red Bull Air Race obteve três terceiros lugares. Em 2006,
chegou em 4º no ranking final. Para esta temporada Bonhomme tem uma
nova aeronave. "Pode levar um tempinho para me acostumar, afinal,
tenho que domar um avião com 330 HP e velocidade máxima de 426 km/h.
Assim que conseguir isso estarei lá desafiando todos a vencer".
PETER BESENYEI - EDGE 540 | HUNGRIA
Um dos mais conhecidos pilotos do Red Bull Air Race, Peter Besenyei,
da Hungria, voa desde os 15 anos. Ele já conquistou 21 títulos no
campeonato da Hungria, um bicampeonato mundial de pilotagem em
acrobacia aérea e a vitória no Grand Prix de Lausanne em 2005. Em 2005
e 2006 esteve no páreo pelo título do Red Bull Air Race, conquistando
o vice-campeonato nos dois anos. O ano de 2007 pode ser o ano da
revanche para Peter: "A vitória na última etapa do ano passado, em
Perth, foi de longe o melhor momento do circuito de 2006, um grande
estímulo. Espero começar este ano exatamente de onde parei", diz o
húngaro.
STEVE JONES - EDGE 540 | INGLATERRA
Em seu primeiro ano de Air Race, Steve Jones competiu com um Extra
300S. Em 2006 testou o Sukhoi e para este ano se prepara para estrear
no Edge 540, uma aeronave muito mais rápida e ágil. Jones também é
capitão de um Boeing 747. Ao lado do igualmente competidor Paul
Bonhomme, faz parte da equipe Matadors. O ligeiro britânico tem uma
legião de fãs que sonha com as comemorações deste ano. "Sofro muita
pressão. Mas se alguém me perguntar quem será o campeão da próxima
temporada do Red Bull Air Race World Series eu só tenho um palpite:
Steve Jones".
SERGEI RAkHMANIN - EDGE 540 | RÚSSIA
Sergei, atualmente com 45 anos, fez seu primeiro vôo solo em 1980 para
se tornar um dos mais conhecidos instrutores de sua geração. A
dedicação rendeu-lhe títulos como o do campeonato europeu de
acrobacias de 1999. Em 2003 e 2005 Sergei venceu o campeonato mundial
da FAI, a Federação Aeronáutica Internacional. Depois de ganhar quase
tudo em termos de vôo acrobático, o russo se prepara para algo
inédito. "Voar contra o relógio, em um novo tipo de aeronave, é uma
experiência totalmente nova para mim. Eu tenho plena consciência de
que terei que melhorar muito minha performance para competir contra os
melhores do mundo".
HANNES ARCH - EDGE 540 | ÁUSTRIA
Para o austríaco Hannes Arch, qualquer um que tenha alcançado seus
objetivos é porque não os colocou no alto o suficiente. Com esse lema
Arch estréia no Air Race neste ano não sendo exatamente um novato no
circuito - em 2005 ele participou do Red Bull Air Race como gerente de
aviação e diretor da corrida aérea. Além de milhares de horas de
pilotagem, o currículo de Hannes inclui vôos de parapente e centenas
de saltos de base jump. "É uma honra e um marco em minha carreira
poder participar da competição. Me impressiona ver como os pilotos
estão afiados para a disputa", conta o austríaco.
Visite o site oficial:
http://www.redbullairrace.com - também tem página em
português. |