Projeto quer transformar aeroportos de São Paulo em hub da América
Latina
ABSA
Cargo Airline foi selecionada para os testes-piloto com
Infraero e Receita
Federal
17/10/2007
(Da assessoria da ABSA)
-
O
plano de transformar os aeroportos de São Paulo/Guarulhos, Viracopos/Campinas
e de São José dos Campos em um grande hub de carga aérea da América do
Sul pode sair do papel no primeiro semestre de 2008.
|
Divulgação |
|
|
|
Boeing 767-316F,
PR-ABD, da ABSA Cargo Airline.
|
A
proposta faz parte de um ousado projeto, denominado "Aeroportos
Complementares", conduzido pela Regional Sudeste da Infraero e
Receita Federal em São Paulo, com participação da ABSA Cargo Airline,
empresa de carga aérea de bandeira brasileira, nos testes-piloto
realizados para verificar a viabilidade de uma das etapas do
projeto, o módulo 1, desenvolvido a partir de uma necessidade da
companhia. A proposta será apresentada, ainda em outubro, para a
coordenação-geral aduaneira da Receita Federal, em Brasília.
Hub é o aeroporto
que funciona como um centro de conexão e distribuição de passageiros
e cargas.
O
projeto é dividido em módulos e tem por finalidade integrar os três
aeroportos administrados pela Infraero e sob jurisdição da Receita
Federal em São Paulo, começando por GRU e VCP. O objetivo é reduzir
o tempo de operação de embarque de cargas, que hoje pode consumir de
16 a 24 horas para, no máximo, 7 horas, sem "queimar" etapas,
explica o diretor-técnico e de planejamento da ABSA Cargo Airline,
Dario Matsuguma. "Hoje, os dois aeroportos trabalham de forma
independente, sem uma sinergia. Com os testes foi possível
desenvolver um fluxograma racional, onde todos os processos
funcionam de forma orquestrada, e GRU e VCP trabalham como se fossem
um só aeroporto", explica Matsuguma.
"A idéia é transformar esse tripé (de aeroportos) num grande hub de
carga aérea da América Latina, que hoje está em Santiago do Chile,
um aeroporto muito menor", esclarece o inspetor-chefe da Alfândega
do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, José Antônio
Gaeta Mendes, que vai apresentar a proposta à Receita Federal,
explicando a necessidade de elaboração de uma legislação específica.
Após a apresentação do projeto deve ser formado um grupo de estudo
para analisar a proposta e preparar o cronograma de trabalho até que
o plano possa entrar em operação normal.
Sem
perda de tempo
O
primeiro módulo do projeto, denominado "Hubs integrados: GRU - VCP",
cujos testes contaram com participação da ABSA Cargo, visa integrar
os dois aeroportos por meio de um projeto ágil de transferência de
carga e ocupar os espaços ociosos nas aeronaves. "A idéia é ampliar
ao máximo o aproveitamento do espaço disponível nos porões das
aeronaves de passageiros que voam para Guarulhos, que oferece
ligações aéreas com praticamente todas as capitais da América do Sul
e diversas cidades da América do Norte, Europa, Ásia e Oriente
Médio. A ligação com Viracopos, por meio de conexões rápidas e
simplificadas, permite ampliar a oferta de vôos também por
aeronaves cargueiras, colocando os dois aeroportos como hubs
integrados para a América do Sul dentro do conceito de Aeroportos
Complementares", explica o gerente de Logística da Regional Sudeste
da Infraero, Carlos Alberto Alcântara.
Mas para convencer exportadores estrangeiros a aceitarem a passagem
de suas cargas pelos
aeroportos brasileiros é preciso rapidez nos procedimentos, todos
têm que trabalhar de forma integrada e sincronizada, como uma equipe
de revezamento, salienta Alcântara. Essa agilidade foi verificada
nos testes-piloto já realizados com as aeronaves da ABSA Cargo
Airline. Em pouco mais de seis meses foram realizados 14 testes com
cargas secas (sementes, grãos e têxteis). O melhor tempo obtido foi
de 5 horas e 2 minutos, lembra Dario Matsuguma. Nenhuma etapa da
fiscalização foi suprimida, segundo José Gaeta. "Estamos trabalhando
para aprimorar os controles, deixar o procedimento mais ágil.
Burocracia é para baixar o risco e disso nenhum país pode abdicar,
os controles estão sendo mantidos, isso nunca será eliminado",
afirma.
O que mudou, então? "Antes
não havia uma modelagem construída em parceria, envolvendo a
iniciativa privada e as organizações de governo, dentro de um
projeto de interesse comum, buscando aproveitar o que a legislação
oferece de possibilidades e facilidades e, ao mesmo tempo,
identificando e eliminando os gargalos logísticos ou documentais que
atrasam os processos. Cada organização trabalhava de forma
eficiente, contudo isoladamente. Este Projeto busca estabelecer as
ações de modo integrado, com absoluto respeito às normas aduaneiras
mas sem perda de tempo zero, dentro de um planejamento ordenado, com
tempos e performances
pré-estabelecidos para todos os intervenientes. Enfim, todos
trabalhando com excelência, buscando o resultado mais eficaz",
completa Carlos Alcântara, da Infraero.
Benefício geral
A
ABSA Carga Airline participou de mais de uma dezena de testes-piloto
na fase experimental do módulo 1 do projeto, etapa que surgiu de uma
necessidade apresentada pela companhia: operar
em
GRU. Como
essa possibilidade se mostrou inviável porque a ABSA só opera com
aviões cargueiros puros, a Infraero e a Receita Federal,
apresentaram a
alternativa de a companhia oferecer seus serviços sem ter que levar
as aeronaves até Guarulhos, por meio da transferência de cargas
entre os dois aeroportos por meio de um procedimento agilizado de
Trânsito Aduaneiro, e assim, não interferir na operação do
aeroporto. Dessa forma surgiu o primeiro módulo do projeto
"Aeroportos Complementares". Dois
outros módulos estão sendo delineados.
A conclusão de todos os envolvidos é
que todos ganham com o projeto. "A companhia aérea oferece um
novo produto, otimizando o uso dos espaços em seus aviões, o
aeroporto ganha porque a carga permanece menos tempo em depósito,
permitindo disponibilizar
espaço para outras cargas e a Receita Federal vê seu papel de órgão
fiscalizador focado na eficiência e rapidez", assinala Carlos
Alcântara. "Os testes comprovaram que a proposta é viável e que há
interesse do mercado e a Receita Federal está tomando as medidas
para viabilizar sua implantação" diz José Gaeta, acrescentando que a
imagem do país pode ser influenciada beneficamente.
A empresa
A ABSA Cargo Airline, empresa aérea cargueira regular de bandeira
brasileira, vêm se tornando referência no transporte de cargas
especiais e/ou que exigem um tratamento taylor made. A ABSA Cargo
Airline está sediada no Aeroporto Internacional de Viracopos, em
Campinas (SP), com filiais nos principais aeroportos do país. Em
atividade desde 1995, a empresa opera vôos regulares cargueiros
desde 2001, emprega 300 funcionários e fechou 2006 com faturamento
bruto de US$
203,5 milhões.
Em cooperação com outras empresas respeitadas no mundo da aviação, a
ABSA Cargo Airline integra uma Aliança Estratégica que lhe garante
ofertar uma das mais amplas malhas do mercado, com cobertura de
diferentes destinos em toda a América Latina, México, Estados
Unidos, Europa, Ásia e Oceania.
|