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Rodrigo Zanette -
29/12/2006 |
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Embraer EMB-120ER Brasília, PP-PSB, da Passaredo,
companhia aérea de Ribeirão Preto, sendo "tratorado" no pátio do
aeroporto Leite Lopes.
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As companhias aéreas mais atingidas serão a Passaredo (carga e
passageiros) e a Skymaster (carga), que terão, respectivamente, 100%
e 83% de suas frotas impedidas de voar. As demais companhias com
aeronaves irregulares são a Meta (67% da frota), a Puma Air (67%), a
Rico (50%), a Beta (33%) e a TAF (25%). A Trip terá apenas uma de
suas 13 aeronaves paralisada. Duas aeronaves da VarigLog também
estão irregulares, mas uma delas já estava impedida de voar devido a
problemas de segurança operacional detectados pela fiscalização da
ANAC há duas semanas. Outra empresa afetada é a Air Minas. Ela
possui cinco aeronaves sem o TCAS II, porém quatro delas já contam
com uma versão mais simples do equipamento, o TCAS I. Nesse caso
específico, a ANAC deu prazo à Air Minas até 1° de janeiro de 2009
para a instalação nessas quatro aeronaves da versão II do TCAS, que
é mais completa.
Os aviões irregulares (incluindo as quatro aeronaves da Air Minas
que possuem somente o TCAS I) representam apenas 5,8% do total de
496 aeronaves registradas pela ANAC em operação na aviação comercial
brasileira.
Os passageiros que já tiverem adquirido passagem aérea e também as
pessoas físicas e jurídicas que tenham contratado serviços de
transporte aéreo de carga para vôos a partir de 4 de agosto nas 10
companhias sem TCAS II poderão requerer a devolução do dinheiro
pago, caso sejam afetados pelas mudanças de vôos das empresas.
As empresas poderão regularizar a situação das aeronaves, desde que
comprovem à ANAC a instalação do TCAS II.
Segurança reforçada
O TCAS I é a primeira geração do equipamento. Ele
identifica outra aeronave nas suas proximidades que também tenha um
Transponder – equipamento que transmite sinais com informações de
vôo que podem ser reconhecidas por outras aeronaves com TCAS – e
detecta o risco de colisão no ar. O TCAS II é uma evolução: além de
identificar outra aeronave com sinal de Transponder, oferece ao
piloto orientações sobre a melhor manobra a fazer para impedir uma
colisão no ar.
O TCAS II é o padrão da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI)
desde janeiro de 2005 para todos os aviões com mais de 19
passageiros (excluindo os assentos de tripulantes). A União Européia
e os Estados Unidos adotaram a medida na mesma data, mas no caso
norte-americano apenas para aviões com mais de 30 assentos para
passageiros.
Companhias brasileiras foram alertadas
A adaptação da Aviação Civil brasileira para o uso do TCAS
II está definida no Regulamento Brasileiro de Homologação
Aeronáutica (RBHA) nº 121 e nº 135. Os prazos foram tornados
públicos em fevereiro de 2003. A mudança foi adotada de forma
parcial, em duas etapas, de modo a atingir os padrões recomendados
pela OACI:
-A partir de 28 de janeiro de 2005, todas as aeronaves com mais de
30 assentos para passageiros ou mais de 15 toneladas deveriam ter o
TCAS II instalado.
-A partir de 28 de janeiro de 2006 a medida foi estendida a todas as
aeronaves com mais de 19 assentos para passageiros ou peso de acima
de 5,7 toneladas.
-A mudança foi informada às companhias aéreas e o antigo
Departamento de Aviação Civil (DAC) realizou uma reunião com elas em
janeiro de 2006 para cobrar sua implementação. Na ocasião, as
empresas pediram que a obrigatoriedade do TCAS II fosse adiada até
2010 e não foram atendidas. Em maio de 2007, a ANAC realizou duas
outras reuniões com as empresas aéreas para exigir o cumprimento da
medida e novamente as companhias pediram seu adiamento. Na ocasião,
a ANAC decidiu que as novas aeronaves importadas só poderiam entrar
no país se tivessem o TCAS II.
Finalmente, em 12 de maio de 2008, a ANAC enviou ofício às
companhias aéreas dando prazo, até 16 de junho, para que elas
comprovassem a instalação do TACS II de acordo com os requisitos do
RBHA, sob pena de paralisação das aeronaves irregulares.
Total de Aeronaves no Transporte Aéreo
Público Regular (maio/2008)
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496
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Aeronaves que não poderão
mais voar após 4/8/2008 por falta de TCAS II |
24 |
4,8% |
Aeronaves da Air Minas que
possuem TCAS I e ainda podem operar até 31/12/2008 |
4 |
0,8% |
Aeronaves da VarigLog que
já estão paralisadas pela Segurança Operacional da ANAC |
1 |
0,2% |
Total de aeronaves atingidas |
29 |
5,8% |
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Aeronaves sem TCAS II que não poderão
voar a partir de 4/8/2008
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Frota de aeronaves
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Irregulares |
Total
|
% irregulares
|
Descrição
|
Rico |
5 |
10 |
50% |
3 737-200 e 2 EMB-120 |
Skymaster |
5 |
6 |
83% |
3 DC-8 e 2 Boeing 707 |
Passaredo |
3 |
3 |
100% |
3 EMB-120 |
Meta |
2 |
3 |
67% |
2 EMB-120 |
Puma Air
|
2 |
3 |
67% |
2 EMB 120 |
Beta |
2 |
6 |
33% |
2 Boeing 707 |
TAF |
2 |
8 |
25% |
3 Boeing: 727 |
VarigLog |
2 |
12 |
17% |
2 Boeing 727-200 |
Air Minas
* |
1 |
5 |
20% |
1 EMB-120 |
Trip |
1 |
13 |
8% |
1 EMB-120 |
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* Outras 4 aeronaves da Air Minas já
possuem o TCAS I e têm prazo até 1/1/2009 para instalar o TCAS
II.
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