Embraer demite mais de 4 mil
empregados
Aprofundamento da crise
financeira internacional obrigou a empresa a tomar a decisão
20/02/2009 - 11h12
(Valdemar Júnior - com informações da Embraer)
- Como já era esperado, a Embraer, maior fabricante
mundial de aviões regionais, também sentiu os efeitos da crise
financeira mundial e foi obrigada a demitir ontem, dia 19 de
fevereiro, 20% de seus funcionários (quase 4.300 pessoas) nas
unidades de São José dos Campos, Botucatu e Gavião Peixoto, no
Brasil, e em outros países.
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Divulgação -
Embraer |
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Montagem do Phenom 100.
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Diversos outros
fabricantes já haviam diminuído o ritmo de fabricação de
aeronaves e, consequentemente, cortaram o número de postos
de trabalho. Também ontem, a européia Airbus informou que
reduzirá o número de aeronaves A320 produzidos por mês
devido a crise internacional, mas não fará demissões agora.
Nos Estados Unidos, Boeing teve a produção paralisada por
quase 60 dias no final de 2009, e a Cessna e a Cirrus já
reduziram drasticamente o ritmo de fabricação de aeronaves
executivas e para a aviação geral.
Diversos operadores, principalmente norte-americanos e
europeus, postergaram a data de entrega de novos aviões por
não estarem conseguindo ocupar as aeronaves que estão sendo
operadas, algumas por mais de dois anos a partir de 2009.
Muitas estão tirando aeronaves de operação para aumentar a
ocupação e tentar diminuir prejuízos bilionários, que podem
quebrar algumas empresas aéreas. Nos Estados Unidos, por
exemplo, várias companhias aéreas deixaram de voar em 2008.
Confira o comunicado da Embraer (na íntegra):
"A Embraer informa que, como decorrência da crise sem
precedentes que afeta a economia global, em particular o
setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma
revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal,
adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves
comerciais e executivas.
Apesar de sediada no Brasil, a empresa depende
fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da
economia global – mais de 90% de suas receitas são
provenientes de exportações, pouco se beneficiando,
portanto, da resiliência que o mercado doméstico brasileiro
vem demonstrando.
As reduções representam cerca de 20% do efetivo de 21.362
empregados da empresa e se concentram na mão-de-obra
operacional, administrativa e lideranças, incluindo a
eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura
gerencial. A expressiva maioria da mão-de-obra de engenharia
mantém-se engajada nos programas de desenvolvimento de novos
produtos e tecnologias, que prosseguem inalterados.
Em virtude do cenário que se apresenta, a Embraer reviu suas
estimativas para 2009. A empresa estima entregar 242
aeronaves no período, com uma receita prevista de US$ 5,5
bilhões. Por conta da redução da estimativa de receita, a
empresa revisou sua previsão de investimentos para US$ 350
milhões neste ano.
A Embraer expressa seu profundo respeito às pessoas que ora
deixam suas posições na empresa. Respeito pelo trabalho que
desenvolveram, pelo tempo de convívio profissional e
pessoal, pelo momento difícil que atravessam.
A empresa reafirma seu compromisso de construir um futuro
sustentável e assegurar sua perpetuidade, através da busca
contínua da satisfação de seus clientes, da excelência de
suas operações e da geração de valor para seus acionistas,
comunidades em que está inserida e para a sociedade como um
todo."
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