Chuvas e problemas de
Gol/Varig e Webjet elevam índice de atrasos em dezembro
A
TAM e a OceanAir
apresentaram os mais baixos índices de dezembro: respectivamente
13,2% e 13,6%
10/01/2009 - 12h00
(Da ANAC)
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O índice de atrasos de voos na aviação regular brasileira
aumentou em dezembro, atingindo o patamar de
22%. O índice cresceu
pressionado pelos voos da
Gol/Varig e da Webjet
e também pelas fortes chuvas do mês, que provocaram três vezes
mais fechamentos de aeroportos em relação ao mesmo período em
2007. De acordo com dados da Infraero para o referencial de
atrasos de 30 minutos, a TAM
e a OceanAir
apresentaram os mais baixos índices de dezembro: respectivamente
13,2% e 13,6%, bem inferiores aos 32,5% da
Gol/Varig e 26,4% da
Webjet.
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Rodrigo
Zanette - 11/12/2007 |
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Boeing 737-8EH, PR-GTH, da GOL taxiando no Aeroporto de
Guarulhos.
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Na soma dos 12 meses, o ano de 2008
apresentou 17,5% de voos com atrasos e 2,8% cancelados. Por todo
o ano, foram realizados 668,5 mil voos partindo dos 67
aeroportos administrados pela Infraero, uma média de pouco mais
de 1,8 mil voos por dia.
O impacto dos atrasos da
Gol/Varig no índice de dezembro é considerável porque a
companhia é vice-líder do mercado doméstico e responde por 38%
dos voos no país. Se os voos da
Gol/Varig fossem expurgados do índice, o total de
atrasos das demais companhias em dezembro representaria 15,6% do
total, ou seja, uma redução de 6,4 pontos percentuais em relação
aos 22% do mês. Se também fossem excluídos da soma os voos da
Webjet, que tem 3,5%
dos voos, o índice cairia ainda mais, para 15,0%.
Mesmo com as chuvas e os problemas apresentados pela
Gol/Varig e
Webjet, o índice de
dezembro ficou bem abaixo do mesmo mês em 2007, quando havia
atingido a marca de 30%. Esse dado torna-se ainda mais
significativo levando-se em conta que o número de voos em
dezembro de 2008 (59.767 partidas) foi 9,2% maior do que no
mesmo mês em 2007 (54.728).
Os atrasos da Gol/Varig
foram causados pela soma de diferentes problemas gerenciais da
companhia surgidos a partir da fusão das malhas aéreas das duas
empresas. No mês de setembro, a soma das operações de
Gol e
Varig havia
apresentado o mais baixo índice de atrasos do país, de apenas
7,9%. Porém, após a fusão o indicador subiu para 13,9% em
outubro e 20,2% em novembro.
Os principais problemas detectados pela ANAC (Agência Nacional
de Aviação Civil), após a empresa ser convocada para dar
explicações sobre os atrasos no dia 26 de dezembro, foram a não
unificação dos sistemas de check-in de
Gol e
Varig e falhas no
planejamento da nova malha aérea única, que vem causando tempo
de espera das aeronaves em solo acima do previsto,
principalmente nos aeroportos de Galeão, no Rio de Janeiro e
Brasília.
A ANAC deu prazo até 18 de janeiro para a Gol/Varig unificar
seus sistemas de check-in e até 26 de janeiro para a companhia
corrigir os problemas de sua malha aérea. Caso contrário, a
companhia poderá ter novos pedidos de voos negados e a suspensão
de rotas que apresentem tempo excessivo da aeronave em solo.
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