Lucro da Infraero chega
a R$ 372 milhões em 2008
Estatal diminuiu ainda mais
os investimentos no mesmo ano
13/03/2009
- 10h24
(Valdemar Júnior - com informações da
assessoria Infraero)
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Apesar da crise financeira mundial, o lucro
da Infraero, em 2008 aumentou em relação ao exercício anterior.
O lucro antes dos investimentos foi de R$ 372,7 milhões, com
crescimento de 42,7% em relação a 2007. O lucro líquido do
exercício, após as deduções dos investimentos realizados nos
aeroportos e da participação dos empregados nos lucros, foi de
R$ 154,4 milhões, ante ao prejuízo apurado no exercício anterior
de R$ 76,3 milhões. Graças a esse resultado, R$ 38 milhões serão
usados para pagamento de dividendos aos acionistas e R$ 9,5
milhões para os empregados como participação nos lucros. A
última vez que isto ocorreu foi em 2005.
É no mínimo absurdo
pensar que, enquanto a Infraero se orgulha em informar lucro,
há aeroportos que dependem da estatal para se manter e outras
dezenas que precisam urgentemente de ampliações, como
Congonhas e Cumbica, em São Paulo, além da construção urgente
de um terceiro aeródromo na capital paulista, sem falar na
queda no número de passageiros transportados a cada mês,
segundo dados da ANAC, portanto, a estatal não poderia, em
hipótese alguma, cortar investimentos para dar lucro. Ao
contrário, a estatal deveria ter sido privatizada há muito
tempo para que pudesse ser criado um órgão federal para cuidar
apenas dos aeroportos deficitários, como é o papel de qualquer
Governo.
Na opinião do presidente da Infraero, Cleonilson Nicácio
Silva, esse resultado reflete o esforço empreendido ao longo
do ano de 2008. “Em 2009, a empresa se concentrará em
intensificar os investimentos, com o foco no conforto e na
segurança dos usuários dos aeroportos da rede Infraero”,
afirmou. Será?
As receitas brutas cresceram 12,7%, chegando a R$ 2,54
bilhões. Em relação ao custo dos serviços prestados, o
crescimento no período foi de 11,5%, com R$ 1,8 bilhão.
Destaca-se o crescimento das despesas de pessoal e dos
serviços de terceiros, em decorrência do programa de
recomposição dos quadros nas áreas operacionais, de segurança
e manutenção.
Após um longo período de descompasso entre o crescimento da
receita bruta e do custo dos serviços prestados, a receita
apresentou crescimento superior. Com isso, o lucro operacional
bruto foi de R$ 600,6 milhões, 13,1% acima do montante
verificado no mesmo período de 2007.
Investimentos
Houve uma redução em relação a aplicação dos
investimentos com relação a 2007 em decorrência da paralisação
de projetos e obras nos aeroportos de Guarulhos, Vitória,
Goiânia e Macapá. A Infraero, é óbvio, não informa em nota
distribuída a imprensa, mas é sempre bom lembrar que, a
maioria das paralisações, se dá em virtude de desvio de
dinheiro público, verificado pelo Tribunal de Contas da União!
Apesar disso, a Infraero iniciou investimentos como a obra de
conclusão do segundo terminal de passageiros do Galeão e
concluiu obras como o acesso viário do aeroporto de Salvador.
Em 2008, foram investidos R$ 398,9 milhões, entre obras e
equipamentos. Desse total, R$ 278 milhões foram recursos
próprios, dos quais R$ 145,3 milhões derivaram de aporte de
capital realizado pela União, e R$ 98,2 milhões com recursos
do Adicional Tarifário – Ataero. Houve ainda realização de R$
22,7 milhões com recursos oriundos de convênios.
Movimentação
O movimento de aeronaves apresentou o melhor
desempenho desde 2001, com crescimento de 4,3%, chegando a 2,1
milhões de pousos e decolagens. Por outro lado, o
desaquecimento da economia, principalmente no último
trimestre, afetou o desempenho do movimento de passageiros com
crescimento de 2,4%, em relação a 2007, chegando a 113,2
milhões. Já o movimento de carga aérea de importação e
exportação obteve aumento de 5,1%, com 724,2 mil toneladas.
Segundo a Infraero, a infra-estrutura instalada atendeu
plenamente à demanda do período, não tendo sido identificados
gargalos nos aeroportos da rede.
Os indicadores de produtividade – que medem de forma
qualitativa os resultados – apresentaram boa evolução. A
receita comercial por empregado foi de R$ 12,2 mil,
crescimento de 15% em relação a 2007. A receita operacional
por passageiro encerrou o ano com R$ 22,5, apresentando
aumento de 10%, enquanto que por empregado foi de R$ 224,6
mil, com variação de 6%. O número de passageiros por empregado
foi de 10 mil, com redução de 3,8%.
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