Embraer comemora os 40 anos do primeiro
voo do Ipanema
Aeronave decolou pela
primeira vez no dia 31 de julho de 1970
06/08/2010 - 10h22
(Da Embraer)
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A Embraer está comemorando 40 anos do primeiro voo da aeronave agrícola
Ipanema. O projeto do avião começou no final da década de 1960, sob
demanda do Ministério da Agricultura, que solicitou ao Instituto de
Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) a concepção de uma aeronave agrícola
para substituir os modelos importados. O projeto tornou-se realidade com
a criação da Embraer, em 1969. Hoje, o Ipanema é líder na aviação
agrícola brasileira, com mais de 1.100 unidades entregues e 75% da frota
em operação.
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Divulgação - Embraer |
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Primeira decolagem do Ipanema, PP-ZIP,
em São José dos Campos.
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O Ipanema é um avião concebido para modernizar a
agricultura brasileira. Os estudos iniciais começaram em 1969 e o nome
escolhido foi uma homenagem à Fazenda Ipanema, situada em Iperó, a 128
km da cidade de São Paulo. Na época, esta propriedade abrigava uma
escola de formação de pilotos e um centro de pesquisas de aviação
agrícola mantidos pelo Ministério da Agricultura.
O primeiro protótipo do Ipanema, matrícula PP-ZIP, foi o segundo avião
produzido pela Embraer, logo após o planador Urupema (EMB-400). O modelo
original (EMB-200) tinha motor de 260 HP, hélice de passo fixo, sistema
hidráulico de pulverização e reservatório para aplicação (hopper) com
capacidade de 580 litros.
O voo inaugural ocorreu em 31 de julho de 1970 na sede da Embraer em São
José dos Campos (SP) e a homologação foi obtida em dezembro de 1971. A
empresa Corsário de Aviação, de Goiás, encomendou dez aeronaves em março
de 1971 e tornou-se o primeiro cliente do Ipanema. Em fevereiro de 1972,
o exemplar número 1, matrícula PT-GBA, foi entregue e começou a ser
utilizado no combate de pragas que ameaçavam plantações de algodão.
As vendas do Ipanema não pararam de crescer, colaborando
significativamente para o desenvolvimento da Embraer. Em novembro de
1973, o 100º avião foi entregue para os Serviços Agro Aéreos do Sul. Em
1975, o Ministério de Agricultura e Pesca do Uruguai encomendou dez
unidades do Ipanema, juntamente com cinco EMB-110 Bandeirante, marcando
a primeira exportação da Embraer.
Em 1980, a Embraer adquiriu a Indústria Aeronáutica Neiva, empresa
fundada em 1954 e que produzia aeronaves de pequeno porte. Com a
integração das duas empresas, a produção do Ipanema foi transferida, em
1982, para Botucatu (SP), onde até hoje é executada.
Para adaptá-lo à realidade das operações e mantê-lo como um produto
atual e moderno, a Embraer realizou, ao longo dos anos, diversas
modificações no projeto do Ipanema, tais como hélice de velocidade
constante (passo variável), rodas maiores, motor mais potente, com 300
HP, bequilha de maior diâmetro, novos amortecedores e perfil da asa,
entre outras.
A partir de 1992, com o aumento da capacidade do reservatório para
aplicação para 950 litros, o novo modelo EMB-202 foi carinhosamente
apelidado de Ipanemão. Esta versão também incorporava melhorias
aerodinâmicas para garantir maior velocidade e estabilidade e um
inovador sistema de pulverização eletrostática.
A mais recente e significativa mudança, no entanto, concretizou-se em
2005. No dia 15 de março, foi entregue o milésimo Ipanema. O exemplar
era, coincidentemente, o primeiro movido pelo motor de 320 HP a etanol,
o mesmo combustível desenvolvido no Brasil e utilizado por grande parte
da frota nacional de automóveis. O projeto foi desenvolvido em parceria
com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
A partir de então, a Embraer começou a oferecer também kits de conversão
para etanol aos proprietários de aviões movidos a gasolina de aviação (AvGas).
Atualmente, cerca de 25% da frota brasileira utiliza etanol. Além de ser
menos poluente, o uso deste combustível prolonga a vida útil do motor,
reduzindo o custo de operação da aeronave. O Ipanema consagrou-se como o
primeiro avião no mundo a ser produzido em série com motor movido a
etanol.
O reconhecimento da grande inovação na aviação mundial veio rápido. Em
2005, o Ipanema recebeu o Prêmio da Indústria Aeronáutica na categoria
Aviação Geral, promovido pela prestigiada revista britânica Flight
International. No mesmo ano, outra importante publicação internacional,
a revista norte-americana Scientific American, considerou a novidade uma
das 50 invenções mais importantes do ano. No Brasil, o Ipanema foi
condecorado com o Prêmio Melhores da Terra, do Grupo Gerdau.
“Não chegaríamos aonde chegamos se não fosse por meio da contribuição de
todos que dedicaram e ainda dedicam tempo e atenção ao desenvolvimento e
à produção do Ipanema”, comenta Almir Borges, diretor industrial da
Unidade Botucatu. “Esperamos manter o Ipanema operante por muitos anos
mais e para isso continuaremos avaliando melhorias adicionais ao produto
que atendam às necessidades dos nossos clientes.”
Enfim, muita coisa mudou nessas quatro décadas, mas a contribuição do
Ipanema à agricultura nacional é incontestável. O veterano de 40 anos
continua com o mesmo fôlego do pioneiro, motivado por constantes
inovações tecnológicas. A flexibilidade do avião permite o seu uso não
somente na pulverização agrícola, mas também na semeadura de lavouras,
povoamento de rios e combate a vetores e larvas. O Ipanema é hoje um
símbolo da agricultura brasileira e da aviação mundial.
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