Lufthansa utilizará biocombustível em voos regulares
Empresa será a primeira a
utilizar querosene biossintético a partir de abril de 2011
08/12/2010
- 22h28
(Da
assessoria da Lufthansa no Brasil)
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A partir de abril de 2011, a Lufthansa operará um Airbus A321 na rota
regular Hamburgo-Frankfurt-Hamburgo durante um período de seis meses, no
qual, após devida autorização, será utilizada uma mistura de combustível
com 50% de querosene biossintético em uma das turbinas. O principal
objetivo desse projeto é a realização de um teste de longo prazo, no
qual serão analisados os efeitos dos biocombustíveis sobre a manutenção
e durabilidade das turbinas.
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Rodrigo Zanette -
23/06/2009 |
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Boeing 747-430, D-ABVR, da Lufthansa,
taxiando no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
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Na semana passada, o projeto de
biocombustível para a sustentabilidade do tráfego aéreo, idealizado pela
Lufthansa e subvencionado pelo Governo Federal no âmbito de seu programa
de pesquisas aeroespaciais, foi apresentado na Alemanha.
Só nestes seis meses de experiência serão economizadas aproximadamente
1.500 toneladas de CO2. Foi o que anunciou Wolfgang
Mayrhuber, presidente da Lufthansa em Berlim. “Com isso, a Lufthansa
será a primeira empresa aérea do mundo a utilizar biocombustível no
transporte aéreo em um teste de longo prazo. É a continuidade da já
comprovada estratégia de sustentabilidade que a Lufthansa implementou e
que segue há anos”, disse Mayrhuber.
Peter Hintze, secretário de Estado parlamentar do Ministério de Economia
e Tecnologia, explicou: “O Governo Federal, por meio de seu programa de
pesquisas aeroespaciais (LUFO), subvenciona a indústria da aviação alemã
para que ela vença com sucesso os desafios de um sistema de tráfego
aéreo seguro e sustentável. Com isso, a indústria da aviação alemã ganha
parâmetros comparáveis aos padrões internacionais. Cerca de 77% dos
meios do LUFO têm relação direta ou indireta com o meio ambiente e com a
sustentabilidade. Somente uma abordagem integrada de pesquisa que
ultrapasse as disciplinas individuais utilizadas nas redes de pesquisa
de praxe oferece a oportunidade de alcançar os ambiciosos objetivos
climáticos até 2020, ao mesmo tempo em que garante a competitividade
tecnológica da indústria da aviação alemã.”
O projeto de testes de biocombustíveis “bumFAIR” apresentado pela
Lufthansa é um exemplo bem sucedido da abordagem integrada de pesquisa
que visa alcançar os objetivos de proteção climática. Este projeto é
parte do projeto total “FAIR” (Future Aircraft Research), no qual, além
da compatibilidade com biocombustíveis, também são analisados outros
assuntos como, por exemplo, novos conceitos de propulsão de aviões ou
outros combustíveis como gás líquido (LNG). O projeto total FAIR é
subvencionado pelo Governo Federal com meios do LUFO no total de 5
milhões de euros, dos quais 2,5 milhões de euros são destinados ao
projeto “bumFAIR” liderado pela Lufthansa.
Atualmente, a Lufthansa está em fase de preparação intensiva do teste
prático. Além do projeto de pesquisa em si, há outros desafios a serem
vencidos, como a obtenção do biocombustível em quantidade suficiente e
toda a complexa logística envolvida. O avião, por exemplo, será
abastecido somente em Hamburgo. O teste também exige a reformulação de
inúmeros procedimentos, já que na Lufthansa um avião não costuma ser
operado exclusivamente em uma só rota, mas sim em sistema de rodízio
para diversos destinos.
Os custos totais de realização do projeto para a Lufthansa são estimados
em cerca de 6,6 milhões de euros. “Sabemos que temos que ser cuidadosos
ao nos aproximar do assunto biocombustível. Enxergamos as possibilidades
destes combustíveis e levamos a sério a discussão em torno das
matérias-primas utilizadas. Mas antes queremos adquirir experiência com
o uso do biocombustível na prática diária. Com isso, estaremos
realizando um trabalho pioneiro, pois até então nenhuma empresa aérea
operou uma turbina de avião com biocombustível no longo prazo”, disse
Mayrhuber, acrescentando: “Nosso combustível é sustentável. E é fato
consumado que nenhuma floresta tropical será desmatada a fim de produzir
biocombustível para a Lufthansa. Estamos atentos aos procedimentos
sustentáveis de fornecimento e produção na obtenção dos combustíveis e
nossos fornecedores licenciados têm de comprovar a sustentabilidade de
seus procedimentos.”
A produção do querosene biossintético utilizado pela Lufthansa é feita
com base em biomassa pura (BTL, Biomass to Liquid). O produtor é a Neste
Oil, uma empresa de óleo mineral finlandesa. A Neste tem experiência de
longa data na produção de biocombustíveis e há muitos anos colabora com
sucesso com a Lufthansa. A autorização do combustível está sendo
esperada para março de 2011.
A utilização de querosene biossintético é um dos elementos da estratégia
de quatro pilares para a redução das emissões do tráfego aéreo. Somente
uma combinação de diferentes medidas, como a constante renovação da
frota, medidas operacionais como lavagem de turbinas ou a utilização de
materiais mais leves e uma infraestrutura melhorada, fará com que os
objetivos ambientais pretendidos sejam alcançados também no futuro.
Projetos elegíveis para subvenção pelo programa de pesquisa aeroespacial
alemão relativos a estes assuntos também já estão em curso. Com base em
novas tecnologias, a Lufthansa vem aumentando a eficiência no consumo de
combustíveis desde 1991 em mais de 30%. Atualmente, o consumo médio por
passageiro/100 km é de 4,3 litros de querosene.
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