Associação alerta sobre mudança na
tributação de aeronaves
Há o risco de registrar
aviões em outros países, assim como acontece Rússia
15/12/2010 -
11h11
(Da
assessoria da
ABAG)
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A ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral) criou uma comissão para
estudar alternativas junto às autoridades para a questão da tributação
de aeronaves executivas. “Há um temor de que o Brasil se transforme em
uma Rússia, pois naquele país, em função dos altos tributos, os
proprietários de aeronaves preferem registrar os aviões nos países
vizinhos”, disse Ricardo Nogueira, vice-presidente da ABAG.
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Valdemar Júnior -
13/08/2010 |
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King
Air C90A, PT-ODH, umas das aeronaves mais importadas no Brasil,
exposto na LABACE, em Congonhas.
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Sempre que uma empresa ou um empresário
pensa em comprar uma aeronave executiva, o impacto da tributação pesa na
decisão, afinal de contas para um investimento da ordem de 40 milhões de
Reais, os impostos podem chegar a incríveis 12 milhões de Reais.
Nas últimas semanas, a ABAG percebeu uma mudança de comportamento da
Receita Federal, passando a exigir a Declaração de Trânsito e
Transferência (DTT) para importadores de aeronaves. Ou seja, se no
passado era possível entrar no Brasil sob regime de admissão temporária
e efetuar o pagamento proporcional de tributos, isso não é mais
possível. “Esta norma não sofreu alteração recentemente, entretanto, a
Receita Federal alterou seu critério para aprovação deste regime
especial, restringindo beneficiários e mais uma vez sem embasamento
legal de ordem pública”, afirma Nogueira.
A ABAG não quer fomentar a permanência de aeronaves estrangeiras no
país, mas entende que é preciso ter critérios diferenciados para
classificar a entrada, importação, turismo etc. “Há muito tempo aeronave
executiva já não é mais objeto de luxo, ao contrário, é ferramenta de
trabalho e compra o bem mais escasso para os executivos, o tempo”, disse
Nogueira. A própria entidade lançou em agosto deste ano a campanha
“Aviação Geral: vetor de desenvolvimento e inclusão social”, com o
objetivo de discutir com a sociedade a relevância da aviação executiva
para o desenvolvimento das mais de 3.500 cidades que possuem aeródromos,
mas não são servidas pela aviação comercial atualmente. No Brasil, as
companhias aéreas comerciais atendem com serviço aéreo regular apenas
130 dos 5.564 municípios existentes.
O vice-presidente da associação lembra ainda a existência de várias
empresas nacionais que representam fabricantes estrangeiros de aeronaves
no Brasil, gerando empregos, arrecadando tributos e contribuindo para a
economia nacional. “Nosso esforço é no sentido de que essas empresas não
sofram com a falta de normas e procedimentos específicos, recebendo
tratamento impróprio que não permite desenvolver o seu trabalho de forma
satisfatória.”
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