ANAC faz 12 acordos para aumentar voos
internacionais
Ideia é tentar atrair voos para cidades fora do Rio e São Paulo
13/07/2010 - 10h56
(Da assessoria da
ANAC) -
Doze acordos de serviços aéreos com foco
na Ásia, África e Oriente Médio, renegociados pela ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil), ampliam as oportunidades para o surgimento
de novos voos internacionais para qualquer cidade no Brasil. Com isso,
os passageiros poderão contar com mais opções de rotas e se conectar em
menor tempo a destinos no exterior, sem necessidade de muitas conexões.
Atualmente, cerca de 930 voos partem todas as semanas do Brasil para
outros 30 países.
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Rodrigo Zanette -
06/07/2008 |
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Aeronaves estacionadas no aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos.
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“Desde
o início de 2008, a ANAC já negociou quase 40 acordos bilaterais. O
foco é a livre determinação do número de voos, a garantia da liberdade
tarifária e a livre escolha de rotas e de cidades de destino,”
afirma a diretora presidente da ANAC,
Solange Paiva Vieira.
Para que exista uma rota internacional, é necessário um acordo
bilateral entre os países para definir a quantidade de voos permitidos
(número de frequências semanais) e as cidades que podem ser atendidas,
entre outros requisitos. A realização dos voos não é obrigatória,
depende da estratégia de cada companhia aérea. No entanto, para que
uma empresa possa planejar sua atuação internacional é indispensável
que haja previsão dos voos nos acordos entre os países.
Atualmente, são 78 os países com os quais o Brasil pode realizar voos.
No conjunto de negociações mais recente, realizado em reunião na
Jamaica, a ANAC priorizou o extremo oriente e o Oriente Médio,
buscando maior conectividade com os países árabes e principalmente com
a Ásia. Foram firmadas novas bases para as relações aéreas do Brasil
com a Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong, Emirados Árabes e Catar e
novos acordos foram firmados com Omã e Bahrein. Além destes países, a
ANAC também negociou recentemente acordo de transporte aéreo com o
Kuwait, encerrando o ciclo de negociações com todos os principais
mercados da região.
Novos caminhos
As negociações fazem parte da estratégia da agência de ampliação da
conectividade do território brasileiro, principalmente em função da
Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. A necessidade de abertura de
novas rotas com a Ásia tem ainda maior relevância dado o deslocamento
do centro dinâmico da economia mundial para aquele continente. O
quadro se acentua num momento em que a Japan Airlines (JAL), uma das
maiores e mais tradicionais empresas aéreas do mundo, anunciou que
cessará suas operações em 30 de setembro para São Paulo em virtude de
problemas financeiros.
“As conexões com a Ásia ainda são muito
deficientes. Grande parte dos voos hoje em dia utiliza rotas via
Europa, muitas vezes aumentando o número de horas voadas ou o tempo de
conexão. Em consequência, o custo final para o passageiro brasileiro é
maior. Flexibilizando os acordos com os países árabes e asiáticos duas
rotas devem ser fortalecidas: uma tendo pontos intermediários no
oriente médio, como Catar e Emirados Árabes, e a outra fortalecendo
rotas pela América do Norte. Nos dois casos o passageiro brasileiro
ganha com maiores opções de serviço”, afirma o
superintendente de relações
internacionais da ANAC, Bruno Dalcolmo.
A negociação por áreas geográficas, também, objetiva oferecer o mesmo
grau de liberdade nos diferentes acordos regionais e estimular a
concorrência entre as empresas das próprias regiões. A empresa
Emirates, de Dubai, por exemplo, opera voos diários para São Paulo.
Com a estratégia de flexibilização, empresas da mesma região como a
israelense El Al, a turca Turquish Airlines e a Qatar Airways também
iniciaram voos visando o mercado brasileiro, um dos mais dinâmicos do
mundo. “As empresas destas regiões são
muito competitivas e têm frotas adequadas para voos de longo curso,
como as para o Brasil. O crescimento no número de empresas, rotas e
tipos de serviço oferecidos aos brasileiros não poderia ter acontecido
sem a renegociação dos acordos bilaterais”, afirma o
superintendente.
Com relação à África, a agência também busca a ampliação da
conectividade e oportunidades de negócios. Até agora, foram
renegociados os acordos com a África do Sul, Gana, Nigéria, Angola,
Moçambique, Egito, Marrocos e Etiópia. A principal empresa da Etiópia,
a Ethiopian Airlines, voa para 59 destinos internacionais, dentre eles
38 no continente africano. “O
crescente volume de investimentos e comércio é uma mostra da presença
brasileira na África, que precisa ser acompanhada de maior
conectividade”, ressalta a
diretora presidente da ANAC, Solange Paiva Vieira.
Em comum em todas as negociações está o aumento do número de rotas, a
maior concorrência e a conseqüente melhora do serviço das empresas
aéreas. Anteriormente, era possível operar 134 voos de ida e volta por
semana do Brasil para Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong, Catar,
Emirados Árabes, Nigéria, Gana e Jamaica, sendo 39 destas frequências
exclusivamente para voos de carga. A partir de agora, deixa de existir
o limite e podem ser realizados quantos voos forem necessários, à
exceção de Gana e Nigéria, que ampliaram a capacidade para operações
de passageiros e carga, mas mantiveram uma quantidade máxima de
frequências.
Os acordos, ao não imporem obstáculos ao estabelecimento de novos
serviços e novas rotas, oferecem às empresas brasileiras e
estrangeiras a estabilidade necessária para permitir o desenvolvimento
de suas estratégias comerciais de longo prazo. Além disso, os acordos
criaram um caminho para o passageiro do Brasil para a Ásia, África e
países árabes.
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