Embraer bate recorde
entregando 91 aviões em um trimestre
Receita líquida do
quarto trimestre de 2009 atingiu R$ 2.798,5 milhões
25/03/2010
- 9h52
(Da
Embraer)
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A Embraer atingiu o recorde de entregas em
um único trimestre no final de 2009 com 91 aeronaves elevando o total de
entregas de 2009 para 244 aeronaves e superou em duas aeronaves o "Guidance
2009".
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Divulgação - Embraer |
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Os quatro jatos da família Embraer 170/190.
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Em consequência, a receita líquida do
quarto trimestre de 2009 (4T09) atingiu R$ 2.798,5 milhões, e a receita
líquida de 2009 ficou de acordo com as estimativas da empresa,
totalizando R$ 10.813 milhões. A margem operacional de 2009 foi de 6,8%,
devido ao evento subsequente que gerou uma provisão de R$ 179 milhões.
Caso não ocorresse esse evento a margem operacional da Embraer teria
atingindo o patamar de 8,4%. O 4T09 apresentou uma forte geração de
caixa que resultou em uma geração líquida de caixa de R$ 632,3 milhões
no trimestre. Assim, o caixa líquido ao final de 2009 foi de R$ 849,4
milhões, e apesar da forte apreciação do Real no período. Tal valor foi
similar ao apresentado ao final de 2008, quando o caixa líquido foi de
R$ 845,2 milhões. O lucro líquido foi de R$ 167,5 milhões no 4T09 e o
lucro por ação atingiu R$ 0,23151. No acumulado do ano, o lucro líquido
totalizou R$ 894,6 milhões.
A Receita líquida, como antecipado em outubro passado, dev e atingir US$
5 bilhões em 2010 com a seguinte distribuição:
-Aviação Comercial: US$ 2,6 bilhões
-Aviação Executiva: US$ 1,1 bilhão
-Defesa: US$ 650 milhões
-Serviços e outros negócios: US$ 650 milhões
Com a redução da Receita líquida, a Embraer espera uma margem
operacional de 6% ou US$ 300 milhões (US GAAP).
Com 91 aeronaves entregues no 4T09, a receita líquida da Embraer
totalizou R$ 2.798,5 milhões no período. O mix de produtos e o valor
médio de câmbio são os principais f atores que explicam a queda da
receita quando comparada com a do 4T08. A margem bruta no trimestre
alcançou 19,5% e no ano foi de 19,2% principalmente devido ao mix de
produtos.
Em face de uma margem bruta menor do que em 2008 e uma maior despesa
operacional fortemente impactada por uma provisão decorrente da
concordata da MESA, o resultado operacional de 2009 foi de R$ 731,8
milhões e a margem operacional de 6,8%. A operação em 2009 teria obtido
uma margem operacional de 8,4%, caso tal evento extraordinário e não
recorrente não tivesse ocorrido.
Outro ponto a destacar na operação de 2009 foram os ganhos de eficiência
que levaram a uma redução de 15,4% no ano das despesas comercias e
administrativas da empresa. Tal fato torna-se ainda mais marcante quando
comparado a uma redução da receita líquida de 8% no mesmo período.
O lucro líquido do trimestre f oi de R$ 167,5 milhões, e no ano acumulou
R$ 894,6 milhões, o que resultou em uma margem de 8,3% em 2009.
Importante mencionar que em 2009 o resultado da empresa foi
positivamente impactado por um crédito fiscal diferido de R$ 299 milhões
proveniente, principalmente, do impacto da apreciação do Real f rente ao
Dólar norte-americano sobre os ativos não monetários, tais como estoque.
O quarto trimestre foi marcado por geração livre de caixa bastante
positiva, consequência de uma forte política de gestão de caixa, uma
redução de R$ 768,9 milhões nos estoques, parcialmente compensada por
uma redução na rubrica de Fornecedores e uma redução de R$ 179,6 milhões
no Contas a receber da Empresa. No ano a geração livre de caixa foi
negativa de R$ 72,5 milhões, principalmente devido aos efeitos da
variação cambial ao longo do ano.
Todos os investimentos planejados para o ano de 2009 foram, de fato,
realizados conforme o planejado, e exceto por efeitos da variação
cambial sobre tais investimentos, os valores gastos estiveram abaixo do
planejado por conta dos ganhos de eficiência fruto dos esforços de
racionalização de processos. Assim, os investimentos em Imobilizado
totalizaram R$ 352,9 milhões, enquanto que os investimentos em pesquisa
e desenvolvimento somaram R$ 435,1 milhões. Merece destaque a
certificação dentro do prazo do Phenom 300, o que demonstra o
comprometimento da empresa com o futuro. Com a forte geração livre de
caixa no último trimestre de 2009, o caixa líquido da Empresa em 2009
fechou em R$ 849,4 milhões, número similar ao de 2008 apesar do Real ter
se apreciado 25,5% durante o ano. Ao final de 2009, a empresa
apresentava uma sólida posição de caixa de R$ 4.433,4 milhões.
No início de outubro passado, a empresa emitiu US$ 500 milhões de dívida
com vencimento em 2020 a uma taxa de juros de 6,375% ao ano. A emissão
visou à substituição de dívidas de curto prazo que teriam vencimento até
junho de 2010. Ao final do ano a dívida de longo prazo representava 71%
do total das dívidas da Empresa. Ao alongar o prazo médio das dívidas de
2,6 anos no 3T09 para 4,9 anos no 4T09, o custo da dívida denominada em
Dólares aumentou de 3,88% no 3T09 para 4,53% no 4T09 enquanto que o
custo da dívida denominada em Reais diminuiu de 7,83% para 7,19%,
respectivamente, por conta do vencimento de algumas dívidas de curto
prazo.
As operações da empresa vêm melhorando gradativamente e os processos
industriais e administrativos são cada vez mais eficientes. Em 2009, os
Estoques foram reduzidos em 37,7%, ou 12,2% quando descontado os efeitos
da apreciação do Real no ano. Tal redução de Estoques é o resultado da
adequação das ordens de compras ao plano de produção e da maior
eficiência dos processos industriais. Os ganhos provenientes da redução
de Estoques foram parcialmente neutralizados pela redução de
Fornecedores, que normalmente é sensibilizada mais rapidamente por uma
redução nas ordens de compra do que o Estoque. O Adiantamento de Cliente
também sofreu uma redução por conta principalmente do número de vendas
(ordens firmes) ter sido menor do que o volume de aeronaves entregues
durante o ano. Vale também destacar as reduções obtidas no Contas a
receber e no Financiamento a clientes, o que evidencia a liquidez, a
qualidade desses ativos e também a política bastante restritiva para
concessão de financiamento a clientes, usando o balanço da Embraer.
Por fim, a variação de R$ 871,9 milhões sobre o ativo permanente pode
ser explicada quase que integralmente pelos efeitos da variação cambial
sobre esta rubrica, dos investimentos em Imobilizado de R$ 352,9 milhões
e da Depreciação de R$ 201,7 milhões.
A receita do último trimestre de 2009 f oi 20,2% maior que a do 3T09,
sem incluir os efeitos da apreciação do Real no período. Tal aumento de
receita é consequência direta do maior número de jatos entregues no 4T09
e do cumprimento natural dos contratos que tiveram em seu conjunto uma
maior concentração de reconhecimento de receitas no último trimestre. Os
segmentos de aviação executiva e defesa foram aqueles que apresentaram
maior recuperação em relação ao terceiro trimestre, enquanto na aviação
comercial houve redução de receita no comparativo entre trimestres.
Desta forma, a receita total da Embraer apresentou uma melhor
diversificação.
As entregas de 2009 na aviação comercial f oram afetadas pela crise
financeira internacional o que levou a uma redução na receita líquida do
segmento e a uma menor participação sobre a receita total da empresa. A
receita de 2009 foi 13,5% menor do que a de 2008, ref lexo da redução de
40 jatos no número de entregas de 2009 em relação ao total de 2008. Além
do impacto da crise sobre performance do segmento em 2009, a crise
também afetou negativamente a demanda por novos pedidos de aeronaves que
permaneceu extremamente baixa durante a maior parte do ano. Assim, a
empresa obteve pedidos para 23 aeronaves ao longo do ano. Tal cenário,
porém, pode estar se revertendo e alguns sinais positivos, tais como o
aumento da atividade econômica global e a melhora dos indicadores de
performance do mercado de aviação comercial, podem estar indicando que
uma recuperação está a caminho nos próximos trimestres e, provavelmente,
um maior número de pedidos em 2010. Ao final de 2009, 9 companhias
aéreas receberam suas primeiras aeronaves e começaram a operar os E-jets.
Apesar da crise ter causado alguns adiamentos e cancelamentos no
segmento, em 2009 a Receita Líquida da aviação executiva alcançou o
valor de R$ 1.694,1 milhões que é similar ao do ano anterior. A perda da
Receita devido a um menor número de Legacy 600 entregues foi compensada
pela entrega de 93 Phenom 100, 3 Lineage 1000 e a primeira entrega do
Phenom 300. A aviação executiva aumentou a sua participação de mercado
de 4, 1% em 2008 para 6, 4% em 2009 quando medida pela receita líquida
no segmento, se considerado o número de aeronaves entregues a
participação da Embraer aumentou de 3, 3% para 14%. Em 2009, o Lineage
obteve sua cert ificação FAA, apenas um mês depois de ter sido cert if
icado pela ANAC e EASA. Em outubro, durante a NBAA (National Business
Aviation Association), a Embraer anunciou o lançamento de um novo
produto, o Legacy 650, que durante o event o recebeu suas primeiras
encomendas. O Phenom 300 recebeu em dezembro de 2009 sua certificação na
ANAC e alcançou desempenho melhor do que as especificações de desempenho
do projeto e logo na sequência a primeira aeronave f oi entregue. Outro
destaque relevante foi a manutenção do desenvolviment o de outros t rês
produt os (Legacy 450, 500 e 650) em paralelo a última fase de
desenvolviment o do Phenom 300.
O segment o de defesa entregou em 2009, sete aeronaves para o transporte
de autoridades e outros 20 Super Tucano para as forças aéreas do Brasil,
Chile e República Dominicana. A Receita do 4T09 de R$ 450, 9 milhões
representou aproximadamente 50% da receita do ano e contribuiu
significativamente para a manutenção da receita do segmento quando
comparada com àquela obtida em 2008. Durante o ano foram anunciadas
vendas de dois ERJ135 para o governo da Tailândia, oito Super Tucano
para a República Dominicana e 24 para o Equador. Em abril de 2009, a
Embraer assinou com a Força Aérea Brasileira o contrato para o
desenvolviment o de um avião cargueiro militar (KC-390) e outro para a
modernização da frota de 12 caças da Marinha do Brasi.
Serviços aeronáuticos têm se mostrado um negócio estável, cuja evolução
da receita está diretamente relacionada ao tamanho da frota em operação
que vem crescendo ano a ano. A receit a de serviços atingiu R$ 1. 166, 4
milhões em 2009 e, portanto, um pouco maior que a de 2008. Com o
crescimento da demanda fruto do aumento da frota em operação, a empresa
conta hoje com seis centros de serviços próprios e uma rede de
aproximadamente 40 oficinas credenciadas. Similarmente, a
infra-estrutura de treinamento e peças de reposição também vem se
ampliando ao longo dos últimos anos para atender a demanda crescente.
Outros negócios compreendem o leasing de aeronaves usadas, a aviação
agrícola e o fornecimento de partes e peças aeronáuticas para outros
fabricantes. A receita total desses negócios em 2009 atingiu R$ 222, 6
milhões.
Em 31 de dezembro de 2009, a carteira total de pedidos firmes totalizava
US$ 16,6 bilhões, ou o equivalente a 3,3 anos de receitas.
A crise financeira internacional que se iniciou no último trimestre de
2008 e se prolongou por praticamente todo o ano de 2009 afetou
fortemente o nível de atividade econômica mundial e os resultados
corporativos, que são os principais indicadores de crescimento dos
mercados de aviação comercial e aviação executiva respectivamente. O
4T09, entretanto, mostrou alguns sinais de que economia mundial poderia
estar começando a se recuperar. O tráfego de passageiros retornava
depois de muitos meses a patamares próximos àqueles auferidos antes da
crise e a disponibilidade de jatos executivos no mercado secundário
vinha se reduzindo devagar, mas consistentemente. Percebia-se também no
final de 2009, um maior interesse por parte de algumas empresas aéreas
em eventualmente colocar novas ordens ou exercer algumas opções de
compra. Dado este cenário ao final de 2009, a empresa espera que ao
longo 2010 haja um crescimento do número de encomendas de tal forma que
o total de encomendas do ano venha a ultrapassar àquele de 2009. A
receita líquida esperada em 2010, como mencionado em outubro passado,
deverá ser de US$ 5 bilhões, cabendo a aviação comercial US$ 2,6
bilhões. A aviação executiva em 2010 deverá obter uma receita de US$ 1,1
bilhão, enquanto que o segmento de defesa espera uma receita de US$ 650
milhões. Serviços e outros negócios deverão obter em conjunto uma
Receita de US$ 650 milhões. A margem operacional em 2010 deve atingir 6%
quando calculada segundo as práticas contábeis norte-americanas (USGAAP).
Os investimentos para o ano devem totalizar US$ 300 milhões, sendo que
US$ 160 milhões devem ser destinados a pesquisa e desenvolvimento e
outros US$ 140 milhões às adições ao Imobilizado. O EBITDA projetado em
2010 é de US$ 375 milhões ou 7,5%. Em termos de entregas, espera-se que
90 jatos comerciais e 137 aeronaves executivas sejam entregues em 2010.
Do total de aeronav es executivas, 120 jatos devem ser da família Phenom,
e os outros 17 serão Legacy e Lineage. |