TAM lucra R$ 740 milhões no terceiro trimestre
Companhia atingiu margem operacional de 9,9% no terceiro trimestre de
2010, a maior em quase quatro anos
17/11/2010 - 11h33
(Da assessoria da
TAM)
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A TAM obteve lucro operacional de R$ 690,5 milhões no terceiro trimestre
deste ano, calculado pelo conceito do Ebit (Earnings Before Interest and
Taxes - lucros antes de juros e impostos), equivalente à margem
operacional de 23,5%. Excluindo-se o ganho contábil, não recorrente, de
uma decisão do Superior Tribunal de Justiça que transitou em julgado em
setembro, e isentou a companhia, em caráter definitivo, do pagamento do
Adicional Tarifário, o resultado operacional foi de R$ 285,7 milhões,
equivalente à margem operacional de 9,9%, a maior em quase quatro anos.
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Valdemar Júnior -
23/06/2009 |
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Boeing 777-32WER, PT-MUA, da TAM,
estacionado no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
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O ganho não
recorrente do Adicional Tarifário teve influência positiva no lucro
líquido da companhia no terceiro trimestre, que cresceu 224%, para R$
740 milhões, na comparação com o mesmo período de 2009, sem ganhos de
caixa. O lucro líquido ajustado, com a exclusão desse ganho
extraordinário, foi de R$ 300,5 milhões, com aumento de 31,6%.
"Atingimos a maior margem operacional dos últimos 15 trimestres", diz o
presidente da holding TAM S/A, Marco Antonio Bologna, comentando o Ebit
recorrente, que exclui o ganho contábil gerado pela reversão da provisão
contábil do Adicional Tarifário no valor de R$ 585,9 milhões (R$ 386,7
milhões líquido de tributos) constituída no período de junho de 2001 a
agosto de 2010. "O excelente desempenho que alcançamos no trimestre é o
resultado dos nossos esforços de vendas, com o lançamento de produtos e
serviços voltados para o conforto de nossos clientes, combinado com a
busca incessante de redução de custos", explica Bologna.
O presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, que é também diretor
de relações com investidores da holding, informa: "Como exemplos dessas
ações podemos destacar a ampliação das opções no catálogo de Duty Free a
bordo; o Giro TAM, produto inédito que possibilita ao passageiro fazer
até três paradas, além do destino final, em uma só viagem; e a
implementação de um projeto-piloto nos aeroportos das cidades paulistas
de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que permite aos passageiros
fazer o check-in pelo celular conectado à internet ou pelo computador,
totalmente sem papel."
Barroso destaca ainda o início do novo projeto de varejo em agosto, com
a instalação de estandes de venda de passagens em filiais das Casas
Bahia e a continuidade do plano de inauguração de franquias da TAM
Viagens para chegar a um número maior de cidades em todo o país:
"Estamos mostrando para a nova classe média que a TAM é para todos e o
conforto de voar não é um privilégio de poucos."
"Em outubro, sempre inspirados pelo 'Espírito de Servir', passamos a
oferecer o serviço de telefonia móvel a bordo, por meio de uma parceria
com a empresa OnAir, disponível em aeronave Airbus A321, que permite ao
passageiro realizar chamadas telefônicas, enviar mensagens e acessar a
Internet via rede GPRS com seus próprios aparelhos de telefone GSM.
Somos a primeira companhia das Américas a oferecer esse serviço",
acrescenta Barroso.
Ao mesmo tempo, foram mantidos os esforços de redução dos custos, com
destaque para o aumento de 4,4% na utilização de aeronaves, para 12,6
horas por dia no terceiro trimestre, comparado com 12,1 horas no mesmo
período de 2009. A valorização de 6,2% do real frente ao dólar também
influenciou positivamente o resultado financeiro da companhia,
principalmente nos custos com arrendamento de aeronaves, motores e
equipamentos.
A essas ações se somaram a ampliação da parceria com a empresa japonesa
ANA (All Nippon Airways), por meio de um acordo de compartilhamento de
voos (codeshare) que conecta a
América do Sul à Ásia com voos diários entre Tóquio e São Paulo via
Londres.
No mercado doméstico, a companhia recebeu cinco novas aeronaves Airbus
(dois A319, um A320 e dois A321) que permitiram aumentar de forma
adequada a oferta de voos para atender ao crescimento da demanda e
aumentar em 9,1 pontos percentuais a taxa de ocupação, na comparação com
o segundo trimestre do ano, enquanto nos voos internacionais o
load factor cresceu consistentemente
no terceiro trimestre e alcançou em setembro o maior índice registrado
nesse mês, de 84,2%, que foi superado em outubro com a taxa recorde de
84,7%.
Receitas de passageiros e cargas
A receita bruta de julho a setembro
cresceu 22%, para R$ 3 bilhões, e no acumulado de nove meses do ano o
aumento foi de 12%, para R$ 8,4 bilhões, sempre na comparação com os
mesmos períodos de 2009. O total de passageiros pagantes transportados
aumentou 19,3%, para 9,1 milhões no terceiro trimestre, e 13,9%, para
25,2 milhões em nove meses, na mesma comparação.
As receitas de passageiros no terceiro trimestre cresceram 20,2%, para
R$ 2,4 bilhões, comparadas com o mesmo período de 2009, com destaque
para o crescimento de 36,2% das receitas internacionais, para R$ 903,4
milhões, enquanto as receitas domésticas aumentaram 12,1%, para R$ 1,5
bilhão. Já as receitas de cargas (TAM Cargo) subiram 16%, para R$ 276,
milhões, sendo que as operações internacionais aumentaram 18,9%, para R$
147,8 milhões, e as domésticas cresceram 12,9%, para R$ 128,3 milhões.
O crescimento da receita de passageiros no mercado doméstico, mesmo com
a redução de 10,2% no preço médio pago por cliente em cada quilômetro
voado (yield), foi influenciado por
um fenômeno atípico ocorrido no terceiro trimestre deste ano:
historicamente marcado pela alta temporada de julho, com grande
participação de passageiros voando a lazer, seguido nos dois meses
seguintes pela predominância das viagens de negócios, em 2010 a demanda
das viagens de lazer se manteve alta, elevando a taxa de ocupação em 3,7
pontos percentuais, para 70,3% na comparação com o mesmo período de
2009.
A redução do yield doméstico no
período, de 20,7 centavos de real em 2009, para 18,6 centavos de real em
2010, deve-se aos seguintes fatores: aumento de passageiros viajando a
lazer, que compram suas passagens com antecedência e fora dos horários
de pico; impacto do aumento na distância média dos voos (etapa média),
que contribui para a diluição do yield;
nova malha da Pantanal, que está em período de maturação e estimula a
demanda com tarifas mais baixas; e campanha junto aos clientes
cadastrados no Programa TAM Fidelidade, que permitiu resgates
promocionais de passagens-prêmio para voos domésticos fora dos horários
de pico por apenas 4.000 pontos.
O crescimento da receita internacional de passageiros, por sua vez, foi
favorecido pela valorização do real frente ao dólar, que estimulou forte
demanda de brasileiros viajando ao exterior, enquanto o movimento de
estrangeiros com destino ao Brasil também se manteve aquecido,
estimulado pela recuperação da economia mundial. Com isso, a TAM
registrou no terceiro trimestre a taxa de 82,7% na ocupação de seus voos
internacionais, recorde histórico da companhia. O resultado foi um
aumento no yield internacional, de
19,2% na moeda norte-americana, para 8,7 centavos de dólar, e de 11,7%
em moeda nacional, para 15,2 centavos de real.
O crescimento da receita de cargas no terceiro trimestre deve-se ao
fortalecimento da posição da TAM Cargo tanto no mercado doméstico quanto
no internacional, com o aumento significativo das parcerias para
distribuição e, consequentemente, dos volumes transportados, apesar da
valorização do real frente ao dólar. Na comparação com o segundo
trimestre deste ano, houve uma diminuição de 6,2% na receita de cargas
no mercado internacional devido às férias de agosto na Europa, quando a
produção industrial tem uma redução considerável. No acumulado de nove
meses, porém, a receita de cargas cresceu 23,5%, sendo de expressivos
31,2% no mercado internacional e de 15,4% no doméstico.
Frota
A companhia revisou suas estimativas de
crescimento da demanda no mercado doméstico entre 14% e 18% para 22% a
25%, em virtude do aumento de 25% verificado até outubro, mais forte do
que o previsto. A empresa intensificou o aumento da oferta no terceiro
trimestre e espera um crescimento mais acentuado até o final do ano com
a chegada de novas aeronaves e com o aumento da utilização da frota por
ser um período de maior demanda.
Após encerrar o terceiro trimestre com 148 aeronaves, a TAM recebeu mais
duas em outubro e está com 150 unidades em operação na malha, recorde
histórico na indústria da aviação brasileira, pois nenhuma outra
companhia aérea do país chegou a ter uma frota de aviões de passageiros
desse porte. A companhia encerrará o ano com 151 aeronaves em sua frota.
A TAM está operando com taxas de ocupação acima das estimativas tanto no
mercado doméstico quanto no internacional. No mercado doméstico, deve
encerrar o ano em linha com as estimativas, enquanto no internacional a
estimativa deve ser superada. Para capturar a forte demanda
internacional, a companhia superou também a expectativa de lançamento
de dois novos destinos ou frequências no exterior. Já iniciou duas novas
frequências partindo do Rio de Janeiro, uma com destino a Londres e
outra para Frankfurt. Em dezembro, vai iniciar três novos voos, dois
ligando Belo Horizonte e Brasília a Miami e o terceiro, São Paulo a
Bogotá.
LATAM
Em agosto, as holdings TAM S/A e LAN
Airlines S/A assinaram um memorando de entendimento sinalizando a
intenção de união de suas holdings em uma única entidade controladora
com o nome de LATAM Airlines Group S/A. Em linha com a transação, a LAN
Airlines S/A passará a se chamar LATAM Airlines Group S/A e será a
empresa holding que alinhará as atividades de todas as holdings do
grupo. Aos acionistas da TAM será oferecida 0,90 ação ordinária da LATAM
para cada ação da TAM. A LATAM permanecerá listada na Bolsa de Valores
de Santiago, assim como na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE) via
ADRs e na BM&FBOVESPA em São Paulo via BDRs.
"Estamos confiantes de que todo o processo possa ser finalizado no
segundo trimestre de 2011", afirma Marco Antonio Bologna, presidente da
TAM S/A. A união exige o cumprimento de várias etapas e aprovações. Em
setembro, foi finalizado o processo de
due dilligence e em outubro foi apresentada à ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil) a estrutura final da transação. Além da
aprovação das autoridades, há ainda outras etapas do processo, como a
assinatura do acordo definitivo, a aprovação dos acionistas e a oferta
pública de troca de ações.
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