Para IATA,
aeroportos brasileiros são um desastre
Diretor da associação diz que pode haver "constrangimento nacional"
durante a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016
19/11/2010 - 10h41
(Valdemar
Júnior)
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Durante o Fórum Anual de Líderes de Companhias Aéreas da ALTA (Associação
Latinoamericana e do Caribe de Transporte Aéreo), que reúne líderes das
companhias aéreas da América do Sul e do Caribe, entre os dias 17 e 19
de novembro, na Cidade do Panamá, o diretor geral da IATA (Associação
Internacional de Transporte Aéreo), Giovanni Bisignani, disse ontem,
dia 18, que a infraestrutura aeroportuária brasileira é um desastre.
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Rodrigo Zanette -
23/06/2009 |
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Aeronaves estacionadas no aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos,
o mais movimentado do Brasil, e símbolo da ineficiência brasileira.
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"O Brasil é a maior economia da
América Latina e a que mais cresce, mas a infraestrutura de transporte
aéreo é um desastre de proporções crescentes", afirmou Bisignani.
Movimento nos aeroportos da Infraero cresce 23%
"Para evitar um constrangimento nacional, o Brasil precisa de
instalações melhores e maiores para a Copa do Mundo de 2014 e a
Olimpíada de 2016, mas não vejo progresso e o tempo está correndo. O
tempo para debates acabou. Temos de reunir todos os interessados na mesa
para finalizar o plano e trabalhar", continuou o diretor da IATA.
A quantidade de impostos e as altas taxas cobradas no Brasil são
consideradas obstáculos ao crescimento do setor e, segundo a IATA, são
um risco à segurança das operações aéreas. Brasil, Chile e Peru são os
países onde há menos competitividade na região devido ao grande número
de impostos. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, segundo uma
pesquisa da consultoria Mckinsey, anualmente são perdidos entre R$ 2
bilhões e R$ 3 bilhões com a ineficiência aeroportuária brasileira.
Bisignani lembrou que dos 20 principais aeroportos brasileiros, 13 estão
operando acima de sua capacidade, e disse que o problema mais grave está
em São Paulo, no aeroporto de Cumbica, que é o maior hub internacional
da região. "No começo deste ano, a Infraero popôs fechar uma das pistas
do aeroporto de Guarulhos por uma boa parte do ano que vem para a
realização de melhorias. Isso cortaria a capacidade pela metade. Nós nos
manifestamos e o governo agora está procurando outra solução", finalizou
o executivo.
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