Ministro diz que aeroportos podem
causar "constrangimento"
Orlando Silva está preocupado com a falta d investimentos para a Copa de
2014
23/11/2010 - 10h49
(Valdemar Júnior)
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O ministro dos esportes, Orlando Silva, disse ontem, dia 22 de novembro,
no Rio de Janeiro, que a falta de investimento nos aeroportos pode fazer
o Brasil passar por constrangimento durante a Copa do Mundo de 2014.
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Rodrigo Zanette -
06/07/2008 |
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Aeronaves estacionadas no aeroporto de
Cumbica, em Guarulhos.
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Durante
a Soccerex, feira de negócios e esportes que acontece na capital
fluminense,
o ministro afirmou que "'quando pensamos em um evento desse porte e
pensamos que o Brasil é quase um continente, que só se pode circular
nele de avião, percebemos que é o risco principal para a Copa de 2014."
A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) reuniu ontem, em sua sede no
Rio de Janeiro, representantes das principais companhias aéreas e outras
autoridades para tentar evitar um novo colapso nos feriados de dezembro,
mas as medidadas tomadas, como evitar overbooking e usar aeronaves
reservas (que já fazem parte da cultura de muitas empresas), não serão
suficientes, pois haverá mais pessoas voando e mais aeronaves em
operação, porém, a infra-estrutura aeroportuária, que é problema
principal, será a mesma, com muitos aeroportos operando acima de sua
capacidade. O fato é que o governo não tem um planejamento sério sobre
os investimentos que, inclusive, já deveriam ter sido feitos alguns anos
atrás, e tratam o setor com descaso, prejudicando milhões de
passageiros.
Uma das medidas pensadas pelo governo para tentar, pelo menos, diminuir
o problema do transporte aéreo, pode ser, por mais absurdo que pareça, a
proibição de voos executivos nos horários de pico nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além do Distrito Federal. Esse é
apenas mais um erro do governo, pois a aviação executiva não é um
problema, visto que os executivos que usam esse tipo de transporte
precisam se deslocar rapidamente e muitas vezes têm que visitar cidades
que não têm linha aérea regular (pouco mais de 100 municípios
brasileiros contam com voos regulares), além de gerar milhões de
empregos em suas empresas, portanto, ao contrário do que pensam nossas
autoridades, a aviação executiva é de extrema importância para o Brasil.
ANAC toma medidas para tentar evitar novo
"apagão aéreo"
Dos 20 principais aeroportos brasileiros, 13 já estão operando acima da
capacidade, sendo que 8 deles estão nas cidades que sediarão a
competição mundial.
A Infraero, estatal que administra os principais aeroportos do país,
informa que fará investimentos de R$ 5,5 bilhões, mas o próprio Orlando
Silva diz que o ritmo das obras é muito lento e não é suficiente.
"'Imagino que a Infraero terá de alterar totalmente a conduta, o
comportamento, a atitude, ter uma atividade completamente diferente da
que teve até aqui, sob pena de oferecer constrangimentos à realização do
Mundial de 2014", afirmou o ministro.
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