Filho de
Erenice intermediou contrato
da MTA com Correios
Segundo a revista
Veja, a decisão
foi tomada pelo Governo após pagamento de propina
13/09/2010
- 11h04
(Valdemar
Júnior)
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A revista Veja desta semana denuncia a participação do filho da
ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, chamado Israel Guerra, na
renovação da concessão da cargueira MTA (Master Top Airlines) mediante
propina que pode ter chegado a R$ 5 milhões.
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Divulgação - MTA |
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McDonnell Douglas DC-10-30CF, PP-MTA, da
MTA.
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Em entrevista à revista Veja, o empresário
Fábio Baracat revelou que era preciso falar com Israel Guerra e seus
sócios na Capital Assessoria e Consultoria para conseguir os negócios
que queria com o governo. Os dois sócios do filho de Erenice trabalham
na Casa Civil. Os outros donos da Capital Assessoria e Consultoria são
Vinicius Castro, e Stevan Knezevic, servidor da ANAC (Agência Nacional
de Aviação Civil), que, hoje, trabalha para a Presidência.
A ideia da MTA era ampliar os contratos com os Correios. Segundo a
entrevista do empresário, após se aproximar de Israel, em um primeiro
encontro, ele se reuniu com Erenice Guerra, que, na época, era o "braço
direito" de Dilma Rousseff, candidata do PT a Presidência da República.
Baracat disse que depois do encontro percebeu que "eles" não estavam
blefando. Para participar da reunião, ele contou à Veja que foi obrigado
a tirar caneta, relógio, telefone celular, e qualquer outro tipo de
aparelho que pudesse gravar a conversa.
Baracat pagou R$ 25 mil mensais pelos serviços prestados pela Capital
Assessoria e Consultoria, sempre em dinheiro vivo, para Israel defender
os seus interesses nos órgãos do Governo Federal. Baracat revelou ainda
que, se os seus negócios fossem ampliados, seria cobrada uma "taxa de
sucesso" de 6%. Segundo a revista Veja, nos dois meses após o último
encontro com Erenice, realizado em abril, quando ela já havia assumido o
cargo de ministra-chefe da Casa Civil, a MTA recebeu R$ 84 milhões em
contratos com os Correios, portanto, a Capital Assessoria e Consultoria
teria recebido R$ 5 milhões com todo o processo.
A MTA não poderia renovar a concessão, que venceu no fim de 2009, por
ter problemas com a Receita Federal (não tinha certidões negativas).
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