Prejuízo da GOL foi de R$ 358 milhões no
segundo trimestre
Para tentar conter as perdas, a companhia anunciou plano de redução de
custos
13/08/2011
- 8h04
(Da assessoria da
GOL)
-
A GOL divulgou ontem, dia 12 de julho, ao mercado, um prejuízo líquido
de R$ 358,7 milhões no segundo trimestre de 2011 e, para tentar diminuir
a disparada, fará um corte de custos adicional em breve.
_ |
Rodrigo Zanette -
01/07/2011 |
|
|
|
Boeing 737-8EH, prefixo PR-GTK, da
GOL, taxiando no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).
|
Segundo a companhia, a mudança decorre do
aumento do cenário competitivo no setor, com excesso de oferta no
mercado brasileiro de aviação comercial e a consequente redução no preço
das tarifas.
De acordo com a administração da GOL, um movimento objetivo de adequação
na base de custos ampliará a competitividade da operação (a empresa
informa que já possui altos níveis de liquidez, com risco mínimo de
refinanciamento nos próximos três anos). Entre as medidas previstas no
plano estão a implementação de uma nova grade de serviços, que inclui a
ampliação da venda a bordo, gestão mais eficiente do quadro de
tripulantes técnicos e comerciais, redução significativa das despesas
referentes à devolução de aeronaves Boeing 767 e com manutenção, além de
economias adicionais com combustível, resultantes de investimentos em
tecnologia nas aeronaves.
"A GOL estima uma redução de cerca de R$ 650 milhões nas despesas, cerca
de R$ 1,10 centavos no CASK ex-combustível e de R$ 1,25 centavos no CASK
total da companhia para o ano de 2012", destaca Constantino de Oliveira
Junior, presidente da GOL. "As iniciativas estão alinhadas com o
compromisso da empresa de manter seus custos adequados ao modelo de
negócio, à segurança e à qualidade", completa o executivo.
No segundo trimestre de 2011, a empresa apurou um prejuízo líquido de R$
358,7 milhões, com margem líquida negativa de 22,9%, em comparação a um
prejuízo de R$ 51,9 milhões no mesmo período de 2010 (margem líquida
negativa de 3,3%) e a um lucro líquido de R$ 110,5 milhões no trimestre
passado (margem líquida de 5,8%). O resultado negativo ocorreu,
principalmente, em função do cenário competitivo do mercado brasileiro,
que provocou uma queda de 2,3% da receita de passageiros, e da pressão
nos custos operacionais da companhia durante o segundo trimestre
(combustível, pessoal, tarifas de pouso, despesas com devolução de
aeronaves, entre outras).
Por outro lado, a GOL reforçou sua posição de caixa, que atingiu R$
2,067 bilhões e representou cerca de 29% de sua receita líquida dos
últimos 12 meses. Esse valor representa aumentos de 30,1% e 11,9% em
comparação ao 2T10 e 1T11, respectivamente. O caixa total representa 6,0
vezes as obrigações financeiras dos próximos 12 meses (2,7 vezes no 2T10
e 5,9 vezes no 1T11).
A receita líquida ficou em R$ 1,566 bilhão no 2T11, queda de 1,5% diante
do R$ 1,590 bilhão registrado no 2T10 e de 17,4% em relação ao R$ 1,895
bilhão do 1T11. Na comparação ano a ano, a queda reflete o acirramento
da competição no mercado doméstico brasileiro, que, em função da
expansão agressiva de 14,4% da oferta da indústria, resultou na queda de
13,8% do yield. Como resultado desse estímulo a tarifas competitivas, a
demanda doméstica da indústria cresceu 26,5% e a taxa de ocupação
aumentou em 6,2 pontos percentuais. A menor receita líquida de
passageiros do período foi parcialmente compensada pelo crescimento de
4,2% das receitas auxiliares.
O prejuízo operacional (EBIT) no segundo trimestre totalizou R$ 270,8
milhões, com margem negativa de 17,3%, em comparação ao lucro
operacional de R$ 57,3 milhões (margem de 3,6%) do 2T10 e R$ 193,1
milhões (margem de 10,2%) no 1T11. Esse desempenho reflete, além da
queda de 2,3% na receita de passageiros, a pressão nos custos
operacionais, parcialmente compensada por um ganho em eficiência
operacional representado pela maior utilização das aeronaves (13,0
horas-bloco no 2T11 versus 12,7 horas-bloco no mesmo trimestre do ano
anterior).
O EBITDAR no 2T11 ficou negativo em R$ 67,6 milhões (margem negativa de
4,3%), em comparação aos R$ 274,2 milhões (margem EBITDAR de 17,2%) no
2T10 e aos R$ 411,5 (margem EBITDAR de 21,7%) no 1T11. A queda do
EBITDAR nas comparações anual e trimestral ocorreu em função do já
mencionado resultado operacional negativo no 2T11.
Os yields apresentaram queda de 13,8% na comparação com o 2T10 e de 8,2%
em relação ao trimestre passado, principalmente devido ao acirramento da
competição do mercado interno, com forte adição de oferta pela
indústria.
Nas receitas auxiliares, que cresceram 4,2% sobre o mesmo período de
2010, a Gollog, unidade de negócio de cargas, continuou sendo destaque.
Com quase 100 unidades e uma cobertura de mais de dois mil municípios, o
serviço de cargas da GOL apresentou crescimento de 2% quando comparado
com o 2T10. Já a contribuição de cargas na receita líquida passou a
representar, aproximadamente, 4% no trimestre, ante cerca de 3% no 2T10.
Até o final de 2011, os serviços serão expandidos, com o objetivo de
fazer a Gollog chegar a 144 unidades e atender até três mil cidades.
|