TAM avança em projeto de biocombustível
para aviação
Área agrícola da companhia abriga unidade de plantio de pinhão-manso,
potencial matéria-prima para bioquerosene, em estudo coordenado pela
JETBIO e realizado em parceria com empresas como Air BP e Airbus
09/12/2011 - 20h40
(Da
assessoria da TAM)
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A TAM avança nos estudos de viabilidade de uma cadeia de valor para o
cultivo agrícola, o manejo industrial e a distribuição em larga escala
de uma nova opção de combustível renovável e eficiente para a aviação.
Trata-se de um projeto de produção sustentável do bioquerosene produzido
a partir de diversas fontes de matéria-prima. Entre elas, a semente de
pinhão-manso (Jatropha curcas L.).
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Divulgação - TAM |
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Airbus
A320-214,
prefixo
PR-MHF,
da TAM, utilizado para fazer o voo de testes com biocombustível de
pinhão-manso no dia 22 de novembro de 2010.
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Atualmente, o Centro Tecnológico da TAM,
em São Carlos, abriga uma área de cultivo experimental de pinhão-manso,
onde estão sendo testadas variedades do vegetal que futuramente serão
utilizadas em cultivos comerciais. O óleo proveniente desta semente,
colhida em diversos pontos do Brasil e processado em bioquerosene, foi a
origem do combustível utilizado para o voo demonstrativo feito pela TAM
em novembro de 2010, numa mistura com 50% de querosene convencional.
O estudo idealizado pela TAM e pela JETBIO conta com parceiros como Air
BP, Airbus, Rio Pardo Bioenergia, potenciais refinarias, empresas de
engenharia e a Universidade de Yale, que conduz a análise do ciclo de
vida de diversas matérias-primas para comparar a "pegada" de emissões e
os impactos de uso da terra com a cadeia produtiva do querosene
convencional.
"Atingimos um novo estágio do projeto. Nossa unidade de plantio de
pinhão-manso já orienta os estudos de viabilidade técnica e econômica
para o início da implementação de uma cadeia de valor integrada no
Brasil. Com este trabalho de cooperação, pretendemos formar conhecimento
técnico, infraestrutura, escala de produção e viabilidade comercial para
o bioquerosene", afirma Paulus Figueiredo, gerente de energia da TAM.
Para ser utilizado de forma parcial e gradual na operação de aeronaves
comerciais, a alternativa energética para a aviação precisa de garantias
do desenvolvimento do negócio, desde a produção agrícola até a
distribuição do combustível nos aeroportos. Por isso as empresas
resolveram conduzir os estudos para comprovação da sustentabilidade e da
viabilidade econômica da produção.
A Bio Ventures Brasil, coligada da JETBIO no país, trabalha no
desenvolvimento da produção comercial de pinhão-manso financiada por um
fundo concedido pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Outros importantes financiadores são a fabricante de aviões Airbus e a
Air BP, a divisão especializada em combustível de aviação de uma das
maiores multinacionais do setor energético, a BP.
"O resultado dos estudos nos ajudará a dimensionar os impactos
ambientais, sociais e econômicos da utilização em larga escala de um
bioquerosene de pinhão-manso e, possivelmente, de outras culturas. No
fim, todo o investimento deve se traduzir em mais uma conquista da
indústria aeronáutica, com redução das emissões de carbono e cumprimento
de metas internacionais no que se refere à substituição de combustível
fóssil por combustível de aviação renovável", destaca Figueiredo.
A IATA (International Air Transport Association) espera que, até 2017,
opções renováveis de energia substituam em 10% todo o combustível
utilizado pelas companhias aéreas do mundo.
Os próximos passos do projeto de biocombustível a partir do pinhão-manso
são a avaliação e seleção das melhores variedades da planta, que
servirão de base para a expansão das áreas produtivas. Além do cultivo
experimental em São Carlos, a Bio Ventures Brasil, em parceria com a Rio
Pardo Bioenergia, já iniciou plantios no Mato Grosso do Sul. Caso a
produtividade seja satisfatória, a produção poderá ser expandida para
até 30 mil hectares. A expectativa da Bio Ventures é iniciar a produção
comercial do bioquerosene em 2014.
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