Interjet faz voo comercial com biocombustível
Primeira operação feita na América saiu da Cidade do México na
quinta-feira passada, dia 21 de julho, e seguiu para Chiapas
28/07/2011 -
22h06
(Da
assessoria da Interjet no Brasil)
-
A Interjet fez os primeiros voos comerciais com biocombustível, somente
depois de dois voos realizados anteriormente, na Europa. O primeiro voo
histórico foi o 2605, que saiu do Aeroporto Internacional da Cidade do
México na quinta-feira passada, dia 21 julho, às 13h15min, chegando ao
Aeroporto Internacional Garcia Albino Tuxtla Gutierrez, Chiapas às
14h40min. No mesmo dia o voo de regresso também foi feito usando
biocombustível. O voo 2604 saiu de Tuxtla Gutierrez às 15h05min e chegou
à Cidade do México às 16h40min.
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Divulgação - Airbus |
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Airbus
A320 com as cores da mexicana Interjet.
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A
companhia mexicana vendeu todas as passagens para os dois voos, o que
significa que 300 mexicanos (150 em cada trecho) tornaram-se parte da
história da aviação comercial em todo o mundo. Para os passageiros foi
uma agradável surpresa, já que Interjet não publicou este evento com
antecedência, nem aplicou taxas especiais por esse tipo combustível
usado.
A aeronave utilizada nos voos é um Airbus A320-200, com registro
mexicano XA-MXM, equipado com motores CFM56-5B4.
A Bioturbosina foi produzida a partir de óleo vegetal de Jatropha
cultivada pelos agricultores do Estado mexicano de Chiapas, México. A
ASA (Aeroportos e Serviços Auxiliares), em colaboração com o Governo do
Estado de Chiapas e produtores independentes, realizou a tarefa de
coleta de sementes de Jatropha, extração do óleo, transporte para as
instalações da empresa americana Honeywell UPO para processamento do "Bioquerosene
Parafínico Sintético", vulgarmente chamado de "Bioturbosina" e,
finalmente, retorno ao país, armazenamento e conservação. A ASA decidiu
usar uma mistura de 27% de Bioturbosina e 73% de combustível
convencional de aviação, o que está dentro da ASTM D7566.
Desde 1º de julho deste ano está vigorando a norma internacional ASTM
D7566 para o uso de biocombustíveis misturados com combustíveis para
jatos convencionais e, com isso, as empresas de aviação comercial estão
capacitadas a realizar voos comerciais com biocombustível que cumpram
esta norma. Anteriormente não era permitido o uso de biocombustíveis em
voos comerciais e voos com biocombustíveis eram estritamente para prova
sob rigorosos protocolos de autorização. A Interjet realizou o voo
demonstrativo com biocombustível em 1º de abril deste ano.
A Interjet faz planos de realizar outros voos comerciais com
biocombustível nas próximas semanas tendo em conta que o estoque
disponível de bicombustíveis certificados que ASA tem é extremamente
limitado.
A aviação civil global está empenhada em utilizar apenas biocombustíveis
chamados de "segunda e terceira geração", que são aqueles que não
competem com a produção de alimentos para humanos ou para animais. A
Jatropha é uma dessas culturas que geram oportunidades de emprego e
diversos benefícios ambientais: Sua semente é plantada em terra com
solos pobres que são impróprias para outras culturas, refloresta áreas
depredadas, seu fruto é tóxico para consumo e exige irrigação
essencialmente temporária.
Sendo um processo de produção que está apenas começando, o custo real de
produção da bioturbosina ainda é muitas vezes superior ao custo do
combustível de aviação convencional, porém os preços do petróleo
inevitavelmente tendem a subir.
O México tem condições naturais ideais para se tornar um dos mais
importantes produtores de biocombustíveis. Baseando-se em políticas
públicas que estimulem os produtores e consumidores será viável produzir
biocombustíveis e, gradualmente, gerar grande escala de produção, os
custos unitários começarão então a competir com os de hidrocarbonetos
convencionais. Além disso, a bioturbosina pode reduzir em até 80% as
emissões de CO2.
A Interjet opera uma frota de 31 aeronaves A320, opera 40 rotas e atende
26 destinos, incluindo um internacional. De acordo com dados oficiais, a
companhia ocupa o segundo lugar em participação no mercado mexicano e,
de acordo com dados recentes de transporte aéreo público, é uma das mais
rentáveis e eficientes da América Latina e do mundo.
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