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TAM registra prejuízo de R$ 620 milhões no terceiro trimestre
Valorização do dólar impactou os resultados da companhia


10/11/2011 - 13h14
(
Da assessoria da TAM) -
A TAM anunciou hoje, dia 10 de novembro, que devido a forte apreciação do dólar, o resultado líquido da companhia ficou negativo em R$ 620 milhões no terceiro trimestre deste ano, incluindo o ganho não recorrente. No mesmo período de 2010, sem excluir o ganho extraordinário obtido na época, o lucro líquido havia sido de R$ 733 milhões.

_

Rodrigo Zanette - 23/06/2009

 

AVIAÇÃOPAULISTA.COM

 

Airbus A330-223, PT-MVO, da TAM, taxiando no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
 

A empresa obteve lucro operacional (EBIT) de R$ 553,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, o equivalente à margem operacional de 16,7%. Excluindo um ganho contábil não recorrente do período, relacionado ao reconhecimento de créditos de PIS e COFINS, no valor de R$ 426 milhões, o resultado operacional foi de R$ 192 milhões, equivalente à margem de 5,8%. Nos mesmos meses de 2010, excluindo o ganho não recorrente com a reversão da provisão do Adicional Tarifário registrado na época, a TAM havia obtido resultado operacional positivo de R$ 275,8 milhões, com margem operacional de 9,5%.

A volatilidade do dólar (a moeda passou de R$ 1,56 no fim do segundo trimestre deste ano para R$ 1,85 no encerramento do terceiro trimestre) impactou fortemente a dívida da empresa atrelada à moeda norte-americana. Apenas a título de comparação, uma variação cambial de 10 centavos impacta os resultados financeiros da TAM em cerca de R$ 400 milhões, para mais (se há valorização do Real) ou para menos (quando a moeda brasileira perde valor).

"Apesar do impacto da variação cambial, nossos resultados operacionais no terceiro trimestre foram bastante sólidos. Registramos um expressivo aumento na margem operacional, resultado de uma consistente estratégia de varejo, do fato de o mercado continuar aquecido e de nosso empenho em sermos cada vez mais eficientes", afirma Líbano Barroso, presidente da TAM Linhas Aéreas.


Receita em alta

De julho a setembro, a receita líquida da TAM registrou aumento de 13,3%, para R$ 3,3 bilhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita operacional bruta da companhia cresceu 14,8%, para R$ 3,5 bilhões. O total de passageiros pagantes transportados aumentou 3,3% no terceiro trimestre, para 9,5 milhões no trimestre.

O crescimento da receita bruta no terceiro trimestre é resultado do aumento de 9,2% nos ganhos com a operação doméstica e internacional de passageiros (R$ 2,6 milhões), de 6,5% com cargas (R$ 294,4 milhões) e de 57% com outras receitas, incluindo os resultados da Multiplus (sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior). Só este último grupo foi responsável pela geração de R$ 580 milhões no período, ante uma receita de R$ 370 milhões no mesmo trimestre de 2010.

"Temos atuação versátil e estamos em um dos mercados mais dinâmicos do mundo, o que contribui para obtermos bons resultados, mesmo frente a eventos pontuais, como a variação cambial. Nossa estratégia de nos tornarmos um grupo de multinegócios ligados à aviação foi acertada. Ela orienta nossa companhia a se desenvolver de forma racional e diversificada, sempre de acordo com as melhores oportunidades de crescimento do setor", afirma Marco Antonio Bologna, presidente da holding TAM S.A.


Recorde internacional

Apesar da apreciação do dólar frente ao real, a TAM registrou no período a maior taxa de ocupação trimestral de sua história em voos para o exterior, de 83,7%. O load factor internacional da companhia, superior à taxa de 81,4% da indústria, é resultado da combinação do crescimento de 10% na demanda (RPK) e de 8,8% na oferta de assentos (ASK). Ao todo, a TAM transportou cerca de 1,5 milhão de passageiros em voos internacionais no terceiro trimestre deste ano, 7,2% a mais do que no mesmo período de 2010.

No mercado doméstico, a companhia registrou load factor trimestral de 67,3%, resultado da combinação do crescimento de 4,2% na demanda de passageiros e de 8,2% na oferta de assentos. No terceiro trimestre de 2011, foram cerca de 7,9 milhões de passageiros transportados em voos domésticos da TAM, o que corresponde a um crescimento de 2,6% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.


Eficiência e rentabilidade

Como resultado da estratégia de ampliar a rentabilidade a partir do melhor equilíbrio entre preço unitário e taxa de ocupação, a TAM registrou uma receita unitária (RASK) de R$ 16,6, resultado  4,2% maior entre julho e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010. Mesmo considerando os dados ajustados (sem o ganho recorrente), o RASK geral da TAM ficou 5,6% acima da receita unitária do terceiro trimestre de 2010. Só nos voos internacionais, a receita unitária da companhia cresceu 11,4% no comparativo anual.

Os resultados também confirmam as previsões da companhia em relação à recuperação do yield, na comparação com o segundo trimestre de 2011. Em um cenário de maior racionalidade do mercado, e sem prejuízo das taxas de ocupação de seus voos, a TAM registrou crescimento doméstico, em relação ao segundo trimestre de 2011, de 6,6% no preço médio pago por passageiro por cada quilômetro voado. Já o yield internacional, em dólar, cresceu, na mesma base de comparação, 8,1% no período.

Desconsiderando os ganhos não recorrentes agora e em 2010, a companhia registrou um aumento de 19,2% nas despesas operacionais e de 10% do custo unitário (CASK) no terceiro trimestre de 2011. Eles estão relacionados, principalmente, ao aumento de 34% nos gastos com combustíveis.

Na comparação com o ano passado, o terceiro trimestre deste ano registrou um aumento de 23% no preço médio por litro de combustível e de 9,3% no volume consumido, além do crescimento de 5,8% na quantidade de horas voadas, apesar de parcialmente compensado pelo aumento da etapa média em 3,6%. Hoje, os custos com combustíveis da TAM correspondem a 37,6% das suas despesas operacionais.


Revisão de frota

A TAM revisou, em agosto, o plano da frota que terá a partir de 2012, com o objetivo de aumentar a rentabilidade da companhia e otimizar as operações. Assim, a empresa encerrará o próximo ano com 159 aeronaves, e não mais com as 163 previstas no plano de frota anterior.

A empresa estima para 2012 um crescimento de demanda menor do que o previsto para este ano, entre 15% e 18%, conforme o guidance para 2011, em virtude das incertezas que cercam a economia mundial.

Para alcançar a rentabilidade desejada, a companhia intensificará suas ações de controle de custos e aumento de receitas. Entre as medidas adotadas, a sua frota narrow body (aeronaves com apenas um corredor de circulação) não será aumentada em quatro unidades no próximo ano, como originalmente previsto.

Em 2012, a TAM receberá 13 novos aviões da família Airbus A320 e devolverá 13 atualmente em operação, renovando em 10% a frota doméstica, mantendo a baixa idade média das aeronaves.

Mesmo com as medidas adotadas, graças aos ganhos de eficiência já conseguidos pela alta utilização das aeronaves, a oferta de assentos da companhia (ASK) crescerá 4% em 2012 na comparação com 2011.


LATAM

No final de setembro, o Tribunal de Defensa de la Libre Competencia (TDLC), autoridade antitruste do Chile, aprovou a continuidade da fusão entre LAN Airlines S.A. e TAM S.A., também liberada pela autoridade antitruste da Espanha. Com isso, está encerrado o processo de aprovações das autoridades europeias para a continuidade do processo de integração das empresas.

Para questionar três medidas de mitigação impostas pelo TDLC, as companhias recorreram ao Supremo Tribunal do Chile e ainda aguardam a avaliação da instituição. Confiantes na concretização da fusão até o fim do primeiro trimestre de 2012, LAN e TAM já deram início aos trabalhos técnicos e preparatórios de integração, com o auxílio de consultorias internacionais. As companhias aguardam as aprovações finais das autoridades competentes e a concordância dos acionistas não controladores de ambas as empresas.
   

 
 
 
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