Comando da Aeronáutica cria o Dia do
Material Bélico
No dia 11 de novembro de 1944, pilotos do 1º GAVCA voaram como unidade
independente pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial com os
lendários P-47 Thunderbolt
11/11/2011
- 22h06
(Da
assessoria da FAB)
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No dia 11 de novembro de 1944, durante a campanha aliada na Itália, a
FAB (Força Aérea Brasileira) fez história. Nesse dia, pilotos do
Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) voaram como unidade
independente pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial, a bordo dos
lendários aviões P-47 Thunderbolt. Por esse motivo, a data foi escolhida
para celebrar, de agora em diante, o Dia do Material Bélico de
Aeronáutica.
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Rodrigo Zanette -
12/10/2007 |
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Republic P-47D
Thunderbolt, prefixo 229265/B5, da Fundação Santos Dumont, cedido ao
Museu TAM, usado pela FAB na 2ª Guerra Mundial.
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Ao
final da campanha em 1945, impressionavam os números obtidos pelos
militares da FAB como integrante do 350th Figther Group USAF,
unidade americana à qual os brasileiros estavam subordinados. O segredo
do sucesso? Os brasileiros eram conhecidos pela eficiência. Em combate,
os pilotos apresentavam resultados expressivos e, em terra, os
especialistas de diversas áreas eram capazes de colocar um avião em
operação na metade do tempo das outras equipes aliadas.
Criativos, os especialistas da FAB mudaram uma série de procedimentos,
para aprimorar o apoio aos pilotos, e chegaram a resolver problemas de
projeto nas aeronaves, como ocorreu na campanha em relação ao P-47
Thunderbolt.
Para o responsável pelo grupo de trabalho que fundamentou a criação da
data e diretor do Parque de Material Bélico da Aeronáutica do Rio de
Janeiro (PAMB-RJ), coronel aviador Cláudio Aragão, esta é uma
oportunidade de homenagear não só os especialistas em material bélico,
mas todos os profissionais que estão envolvidos direta ou indiretamente
com a área. "Normalmente, vemos a aeronave já armada e pronta e não
percebemos o trabalho dos profissionais em terra que preparam o
armamento", disse Aragão.
Segundo o tenente coronel especialista em armamento Sérgio Xavier de
Lima, da 4ª Subchefia do Comando-Geral de Apoio (COMGAP), que trabalha
há 38 anos na área, esta é uma atividade que implica cuidados
peculiares. "Ao manusear uma arma é necessário observar uma série de
cuidados com a sua segurança e dos que estão a sua volta", afirma
Xavier.
Profissional
A atuação do especialista em armamento é ampla. Ele é responsável pelos
serviços técnicos de manutenção, estocagem e instalação de material
bélico aéreo e terrestre. O profissional atua ainda no emprego de
armamentos terrestres, na instrução de tiro com armas portáteis.
De acordo com o major especialista em armamento Ricardo Henrique da
Rocha, a atuação do especialista em armamento assegura a manutenção da
atividade fim da FAB. Ele também observa que esses profissionais podem
trabalhar na manutenção dos óculos de visão noturna (NVG), de mísseis,
de canhões, na harmonização dos sistemas de armas das aeronaves com seu
sistema ótico de pontaria, denominado head-up display, instalando ou
neutralizando bombas de aviação, como tripulante a bordo de aeronaves de
combate e em outras inúmeras atividades.
O especialista também é responsável pela manutenção do estande de
aviação, local onde é empregado armamento aéreo. Após o exercício é
necessário ser feita a descontaminação (busca dos itens que foram
lançados no campo de treinamento e que falharam).
Patrono
O grupo de trabalho indicou como patrono da data o tenente coronel
especialista em armamento Jorge da Silva Prado, que teve uma vida
dedicada à FAB. O pedido depende de aprovação do Congresso Nacional.
Prado nasceu em São Paulo, em 9 de fevereiro de 1921. Foi declarado
aspirante em 1943, ano em que foi para os Estados Unidos, onde se
especializou em armamento para assumir a chefia da Seção de Material
Bélico do 1º Grupo de Aviação de Caça na campanha da FAB na Itália, na
2ª Guerra Mundial.
Além de controlar e fazer a manutenção do armamento, realizou diversas
atividades como o remuniciamento dos aviões, harmonização das
metralhadoras com o visor do tiro, conjugação de comando de disparo das
metralhadoras com as câmeras cinematográficas para registro dos
resultados das missões.
Ao regressar ao Brasil, introduziu novos métodos de armazenagem de
material bélico, modificou o Sistema de Ordens Técnicas e estabeleceu
nomenclatura padrão, que foi adotada pelas Forças Armadas do Brasil.
Prado também idealizou alguns tipos de bombas incendiárias e respectivas
espoletas, produziu os primeiros foguetes de aviação fabricados no
Brasil e desenvolveu, juntamente com oficiais do Exército, novos tipos
de propelentes sólidos.
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