Lufthansa testa sistema inovador de pintura de aeronave
Camada externa é capaz de
reduzir a resistência aerodinâmica
30/09/2011 - 23h57
(Da assessoria da
Lufthansa no Brasil) - Um novo tipo de camada externa poderá
reduzir sensivelmente o consumo de combustível dos aviões. É o que está
sendo desenvolvido por pesquisadores da Airbus Operations, do Instituto
Fraunhofer de Tecnologia da Fabricação e Pesquisa de Material Aplicada
em Bremen e do Centro Aeroespacial Alemão em Berlim.
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Divulgação -
Lufthansa Technik |
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Funcionários da Lufthansa Technik
finalizando a pintura de um avião da Lufthansa.
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Seu modelo é a pele de
tubarões, cujas escamas são feitas de forma a diminuir sensivelmente a
resistência ao atrito contra a parede. A Lufthansa está testando a
estrutura de verniz sob condições ambientais reais no projeto CleanSky
desde julho deste ano.
A geometria de superfície da pele do tubarão é composta por costelas
muito finas aliadas a pontas afiadas. Os microscópicos sulcos produzem
fluxos bem próximos à pele, reduzindo a resistência ao atrito.
Pretende-se, agora, usar este efeito aerodinâmico para melhorar as
características do fluxo em aviões. A turbulenta resistência ao atrito é
produzida pelos pequenos movimentos transversais do fluxo na superfície
do avião. Por meio de uma microestrutura otimizada para aplicações
técnicas, parecida com a da pele do tubarão, a resistência ao atrito
contra a parede é reduzida em até 8%. No caso de um avião comercial de
longa distância, isso pode significar uma economia de combustível de até
2%.
"Um potencial considerável, não só para reduzir o consumo de combustível
e as emissões de CO2 a longo prazo, mas também para proteger
os recursos e o meio ambiente", afirma o chefe do projeto, Christof
Ickstadt, citando as vantagens desta nova tecnologia.
O revestimento recém-desenvolvido imita o princípio da pele de
tubarão. Ele também é feito de costelas ultrafinas, as assim chamadas
riblets, ainda menores que o diâmetro de um fio de cabelo humano. Mas
realmente é um enorme desafio transferir o princípio da pele do tubarão
para o verniz do avião, que está exposto a exigências extremas:
oscilações de temperatura, radiação UV e alta incidência de colisões com
partículas finas durante o voo.
O sistema de revestimento de verniz riblet, recém-desenvolvido pelos
pesquisadores em laboratório, teve em vista estas necessidades e agora
tem de ser testado na prática. "Nos testes, afixamos vários pedacinhos
de dez por dez centímetros de 'pele de tubarão' em dois aviões A340.
Estes pedaços, colados nas asas, no leme e na fuselagem, nos fornecem
informações sobre os 55 graus centígrados negativos aos 70 graus
centígrados positivos a que estão expostos, resistência intensiva do
material e seu desgaste durante o período pesquisado", explica Matthias
Panten, chefe da pintura de aviões, HAM WD 6. Foram escolhidas rotas no
espaço asiático, por reconhecidamente serem as mais expostas a
partículas e problemas climáticos.
A cada Check A destes aviões está sendo gerada uma impressão negativa
das aplicações de teste. Depois, a moldagem é comparada à estrutura
original do pedaço de riblet. Para a avaliação, as tripulações da cabine
de comando anotam toda e qualquer situação climática significativa
ocorrida durante os voos de teste, como, por exemplo, chuva de granizo.
O investimento na fabricação industrial somente valerá a pena para a
Lufthansa Technik quando o desgaste se mantiver dentro dos limites e a
microestrutura durar um período de tempo razoável. Até se chegar ao
revestimento de aviões inteiros, porém, ainda é preciso desenvolver um
procedimento de revestimento que esteja pronto para ser aplicado em
escala industrial.
"Já estamos em contato com fabricantes de equipamentos, pois, no caso de
resultado positivo dos testes, queremos ser os primeiros a revestir
nossos aviões com pele de tubarão", arrisca Panten, com vistas para o
futuro.
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