Transporte aéreo emprega 4 milhões na
América Latina
Setor gera mais de US$ 107
bilhões do Produto Interno Bruto da região
22/03/2012 - 10h52
(Da
assessoria da Infraero)
-
De acordo com relatório divulgado ontem, dia 21 de março, pela
Conferência de Aviação e Meio Ambiente (Aviation and Environment Summit)
em Genebra, na Suíça, a aviação mantém mais de quatro milhões de postos
de trabalho e gera mais de US$ 107 bilhões do PIB (Produto Interno
Bruto) da América Latina e do Caribe.
O relatório, intitulado Aviation: benefits
beyond borders (Aviação: benefícios além das fronteiras, em português),
foi produzido pelo Grupo de Ação do ATAG (Air Transport Action Group, ou
Grupo de Ação no Transporte Aéreo, em português) e pela Oxford Economics,
destacando um setor que desempenha um papel mais relevante na América
Latina, no Caribe e na economia global do que o esperado.
"Somente na América Latina e no Caribe, a aviação gera mais de 465 mil
empregos diretos", afirmou Paul Steele, diretor executivo da ATAG,
associação global que representa o transporte aéreo. "Se incluirmos os
empregos indiretos em empresas fornecedoras para o setor, os empregos
originados pelos gastos de colaboradores do setor da aviação e os
trabalhos gerados no setor de turismo possibilitados pelo transporte
aéreo, chegaríamos a uma cifra de 4,6 milhões de postos de trabalho",
completou Steele.
"E, é claro, os benefícios da aviação vão bem além dos aspectos
monetários que salientamos aqui. Se você levar em consideração os
benefícios adicionais obtidos através da velocidade e da confiabilidade
das viagens aéreas, os negócios possibilitados pelo frete aéreo, e o
valor intrínseco que a melhoria de conectividade oferece à economia, o
impacto econômico é muito maior", adicionou Steele.
As previsões para a América Latina e o Caribe indicam que o número de
passageiros deverá quase triplicar de 145,9 milhões em 2010 para 438,9
milhões em 2030. Nesse período, está previsto que o volume de carga
aumentará a uma taxa de 6,1% ao ano. O relatório também destaca o papel
desempenhado pela aviação em nível global, mantendo 56,6 milhões de
postos de trabalho no mundo todo e US$ 22,2 trilhões do PIB do mundo. Há
aproximadamente 1,5 mil companhias aéreas comerciais utilizando
praticamente 24 mil aviões para atender 3,8 mil aeroportos globalmente.
O diretor executivo da ALTA (Air Transport Association, ou Associação de
Transporte, em português) na América Latina e Caribe, Alex de Gunten,
adicionou: "Os resultados apontados neste relatório significam, sem
dúvida nenhuma, grandes notícias. Entretanto, enquanto o setor da
aviação na América Latina continua atingindo marcos relevantes e
crescendo a índices significativos, existem muitas variáveis que ainda
podem afetar negativamente o setor. Por isso, nós queremos renovar nosso
pedido aos governos para apoiar proativamente o crescimento do setor na
região. Sem sua colaboração em questões relacionadas com a
infraestrutura, tributos e falta de harmonização de regulamentações por
toda a região, o progresso que obtivemos durante as duas últimas décadas
estará em perigo", lembrou Gunten.
O diretor geral do Conselho Internacional de Aeroportos para a América
Latina e Caribe, Javier Martinez Botacio, disse: "Os dados do relatório
mostram que a região foi destacada justamente como a estrela do
crescimento do setor global de aviação. A melhoria dos indicadores
econômicos e sociais na maioria dos países da região da América Latina e
Caribe exerce um impacto positivo na procura pelo transporte aéreo. Como
resultado, alguns países têm um déficit de investimento no
desenvolvimento da capacidade dos aeroportos. Entretanto, nós temos
constatado que os principais operadores de aeroportos estão dando
grandes passos para vencer este desafio, inclusive o Brasil. Os
operadores entenderam claramente que o investimento em pistas e outras
edificações nos aeroportos é imprescindível para garantir a rápida
expansão continuada do setor da aviação, os postos de trabalho
permanentes e o crescimento econômico que o transporte aéreo pode
oferecer à região."
"É evidente que o transporte aéreo desempenha um papel vital no
desenvolvimento econômico de todos os países, mas principalmente nas
economias em rápido crescimento, como o Brasil. A aviação oferece
conexões dentro do país e entre o Brasil e seus parceiros comerciais na
região e no mundo todo. É muito importante que o setor de transporte
aéreo receba o apoio dos governos para crescer com responsabilidade, de
forma que seus benefícios possam ser disponibilizados a um número maior
de pessoas", afirmou Paul Steele.
"O setor de aviação na América Latina está crescendo mais depressa do
que a média global e esse potencial de crescimento ainda não está
esgotado. Por exemplo, o Brasil possui um potencial significativo, ainda
não explorado. O número médio de viagens aéreas de cidadãos
norte-americanos é de 1,8 por ano, enquanto a média brasileira é de 0,3
voos anuais. Com uma população de mais de 190 milhões de pessoas,
conforme a economia brasileira vai se fortalecendo, existe um grande
espaço tanto para que o setor de aviação cresça quanto para que o
efeito-dominó na economia também beneficie outras áreas, como a de
turismo e de comércio", concluiu Steele.
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