Maioria dos voos de helicóptero para
Interlagos foi irregular
Transporte deveria ter sido feito apenas por empresas de táxi aéreo
26/11/2012 -
14h25
(Da
assessoria da ABTaer)
-
A ABTAer (Associação Brasileira de Táxis Aéreos) informou que mais de
90% dos helicópteros usados para o transporte de passageiros para o
Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no fim de semana da corrida de
Fórmula 1, no fim de semana, são irregulares, configurando transporte
aéreo clandestino. Segundo a entidade, aeronaves particulares foram
usadas para transportar passageiros de maneira ilegal, oferecendo risco
para o passageiro e para a cidade.
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Divulgação
- Eurocopter |
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Eurocopter AS350 B2 Ecureuil, versão
francesa do Esquilo.
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"Basta conferir e vai comprovar que a
maioria das aeronaves usadas no traslado para Interlagos é particular e
sem autorização para transporte remunerado de passageiros", disse o
presidente da entidade, comandante Milton Arantes.
A ABTAer vai, inclusive, formalizar denúncia junto à ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil) para que o fato seja investigado e os
envolvidos sejam punidos.
Segundo o presidente da entidade, com a elevada demanda provocada pela
corrida de Fórmula 1, proprietários de aeronaves particulares, não
homologadas para esse fim, utilizam seus helicópteros ou colocam à
disposição de terceiros que querem ganhar dinheiro com o evento.
"Quem escolhe voar em um helicóptero de transporte aéreo clandestino não
sabe em que aeronave está voando, que tipo de manutenção tem sido feita,
não conhece o piloto, pois normalmente são freelancers, não sabe se quer
se ele é habilitado para voar naquele tipo de aeronave e nem que hábitos
de vida possui", afirma o comandante. Muitas vezes os passageiros não
sabem que este tipo de irregularidade existe e, consequentemente,
desconhecem o risco.
Aeronaves licenciadas para o fretamento nestes casos são apenas as
aeronaves das companhias de táxi aéreo que são regulamentadas pela ANAC
para o transporte de passageiros. Para isso, são fiscalizadas com muito
mais rigor que as aeronaves particulares em termos de manutenção,
precisam trabalhar apenas com tripulação contratada e ainda são
obrigadas a cumprir jornadas de trabalho com as tripulações para evitar
os riscos de cansaço e de excesso de horas de voo em um dia. "No
transporte aéreo clandestino não há nada disso, o risco é enorme para
todos", afirma o comandante Milton.
A ABTAer é uma organização não governamental, de âmbito nacional, sem
fins lucrativos, composta atualmente por quarenta e duas empresas
associados, representando 16 estados. A entidade nasceu há dois anos da
iniciativa dos empresários do setor, que buscam a solução para os
problemas que atingem esse segmento. O objetivo da ABTaer é interagir
com os órgãos reguladores da aviação civil e obter apoio político,
visando mitigar os problemas e dificuldades que atingem a categoria.
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