INCAER lembra os 30 anos da mulher na
FAB
Participaram do encontro oficiais aviadoras da primeira turma formada
pela Academia da Força Aérea
30/11/2012 -
14h39
(Da assessoria da
FAB)
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O INCAER (Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica) realizou na
última quarta-feira, dia 28 de novembro, o último "Encontro no INCAER"
deste ano com uma homenagem aos 30 anos da entrada da mulher na FAB
(Força Aérea Brasileira), no salão da própria instituição.
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Divulgação |
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Capa do do livro "Ada: Mulher. Pioneira.
Aviadora", de Lucita Briza, disponível para compra no site
www.blimps.com.br.
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A jornalista Lucita Briza, autora do livro
"Ada: Mulher. Pioneira. Aviadora", foi convidada para ministrar a
palestra "Ada Rogato: Pioneira da Aviação no país" e revelou aos
presentes detalhes da vida de uma das primeiras aviadoras do Brasil.
Colecionadora de recordes, Ada também atuou na aviação militar, quando
patrulhou, durante a Segunda Guerra Mundial, o litoral paulista na área
de Santos e arredores e foi instrutora de paraquedistas.
"Neste momento, não podemos deixar de reforçar os nossos cumprimentos às
mulheres da Aviação, sejam civis e militares", afirmou o diretor do
INCAER, tenente-brigadeiro do ar Paulo Roberto Cardoso Vilarinho.
Participaram do encontro oficiais aviadoras da primeira turma formada
pela AFA (Academia da Força Aérea), sargentos de diversas especialidades
da Quinta Força Aérea (V FAE) e representantes da Aviação Civil.
"Eu acho uma honra fazermos parte de um evento como este, que homenageia
as primeiras mulheres a entrarem na FAB, e termos a oportunidade de
conhecer a vida de uma precursora da aviação, como a Ada Rogato. Graças
a mulheres como ela estamos aqui neste momento", afirmou a tenente
aviadora Juliana Barcellos, que depois de ser instrutora na AFA se
prepara para pilotar o Boeing no Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de
Aviação (2º/2º GT), o Esquadrão Corsário.
Além das aviadoras militares, estava presente no evento a comandante da
TRIP Bethania Porto Pinto. "Eu sempre quis ser piloto e sou a única na
minha família. Se para mim foi difícil começar na década de 1990,
imagina o desafio para a Ada e para outros pilotos em 1930, já que hoje
em dia nós temos a tecnologia a nosso favor", lembrou Bethania, que
tirou o brevê aos 18 anos.
A observadora de busca e salvamento (SAR) do Primeiro Esquadrão do
Segundo Grupo de Aviação (1º/1º GT), Esquadrão Gordo, sargento Alcione
Medeiros, reforça que o papel das mulheres está crescendo na Aviação
Militar. "Nós, mulheres, estamos conquistando o nosso espaço e achamos
justa uma homenagem como esta", diz Alcione.
Ada Rogato sempre viveu de desafios. Filha de imigrantes italianos,
passou por dificuldades na adolescência depois de ter uma educação
típica de meninas dos anos 1930, criadas para serem esposas e boas mães.
Ada enfrentou a resistência familiar e tirou o seu brevê. Foi o início
de uma série de desafios nos conhecidos "reides", em que os pilotos, nos
pequenos monomotores, disputavam quem percorria em menos tempo as
maiores distâncias.
Assim como a contemporânea Anésia Pinheiro, Ada conquistou diversos
títulos, como o de maior recordista em voos solitários sobre o Brasil e
as três Américas, da Terra do Fogo ao Alasca. O seu companheiro era o
Cessna 140A, batizado de "Brasileirinho". A aviadora também coleciona
recordes como paraquedista, sendo a primeira a saltar de paraquedas no
Brasil, no Chile, no Paraguai e no Uruguai.
"Ada foi uma mulher à frente do seu tempo e abriu caminho para as
mulheres de nossos tempos. Em 1931, em uma entrevista para rádio, ela
disse que queria mostrar a força da mulher ao pilotar uma aeronave e,
realmente, mostrou isso ao mundo. Os seus feitos foram equiparados aos
de grandes aviadoras do mundo inteiro", conta Lucita.
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