Esquadrilha
da Fumaça inicia transição para o Super Tucano
Apresentações com as novas aeronaves começarão no segundo semestre de
2013
01/10/2012 - 23h23
(Da
assessoria da FAB)
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A Esquadrilha da Fumaça tem novidade para 2013. Daqui a um ano, no
segundo semestre, vão começar as apresentações com o caça A-29 Super
Tucano. Os novos aviões, fabricados pela Embraer, têm mais que o dobro
de potência dos T-27 Tucano que hoje equipam o Esquadrão de Demonstração
Aérea (EDA), nome oficial da Esquadrilha. As apresentações vão mudar,
inclusive com a volta da manobra conhecida como "Lancevack", quando o
avião faz uma série de "cambalhotas" rápidas para frente.
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Divulgação - FAB |
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Dois primeiros Super
Tucano são recebidos pelo EDA em Pirassununga (SP).
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FAB |
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Imagem mostra como
serão pintados os Super Tucano da Esquadrilha da Fumaça.
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A entrega das duas primeiras unidades do
Super Tucano aconteceu hoje, dia 1º de outubro, na AFA (Academia da
Força Aérea), sede do EDA, em Pirassununga, no interior de São Paulo.
"É com um misto de júbilo e saudosismo que testemunhamos o T-27 Tucano
passar a liderança do voo para o A-29 Super Tucano. Pousa o ágil
bailarino e decola o destro guerreiro. Essa mudança é um marco na
história", afirmou o major-brigadeiro do ar José Magno Resende de
Araújo, chefe do Gabinete do Comandante da Aeronáutica, durante a
cerimônia de entrega.
Os demais aviões devem chegar em 2013, ano previsto para o início das
apresentações com a nova aeronave.
Entre as principais diferenças entre as aeronaves está a velocidade.
Enquanto o Tucano atinge 448 km/h, o Super Tucano vai até 590 km/h.
"Existe uma considerável margem de manobra entre as velocidades
recomendadas pelo fabricante e aquela na qual a aeronave poderá iniciar
uma sequência acrobática, com uma significativa reserva de energia",
analisa o comandante da Esquadrilha, tenente-coronel-aviador César
Esteves.
As manobras vão ser mais velozes e poderão acontecer com um intervalo
ainda menor, com mais intensidade. O EDA vai deixar de voar um
treinador, utilizado para instrução de futuros aviadores no Brasil, para
adotar um caça, o mesmo que faz a vigilância das fronteiras do país.
O Super Tucano voa pela Força Aérea Brasileira desde 2005 com a missão
de formar os futuros pilotos de combate, bem como para missões de ataque
e de interceptação de aeronaves de baixo desempenho. Com aviões desse
tipo a FAB já destruiu pistas clandestinas na região amazônica e forçou
aeronaves de narcotraficantes a pousarem após tiros de aviso. Além do
Brasil, o modelo já foi exportado para oito países e participa de uma
concorrência para equipar a USAF, a Força Aérea dos Estados Unidos.
Para o coronel Esteves, além de substituir os Tucano, que já completaram
29 anos de uso, essa chegada é um marco para a própria indústria
aeronáutica brasileira. "O EDA equipado com o A-29 irá incrementar a
missão de fortalecer a imagem da indústria aeronáutica nacional, voando
uma aeronave ainda em produção pela Embraer e com um vasto mercado a ser
explorado", explica Esteves.
Anualmente, a Fumaça participa de apresentações em outros países da
Europa e América do Norte, Central e Sul. Só em 2012 foram visitadas
Argentina, Bolívia e Chile.
No esquadrão, os A-29 vão receber um esquema de pintura especial e podem
passar ainda por modificações para reduzir o peso, como a retirada dos
canhões, cofres de munição e suportes para armamentos. Mas será mantido
o conjunto de equipamentos eletrônicos que tornam o voo no Super Tucano
mais seguro e confortável, como as telas multifunção e os sistemas de
navegação e comunicação atualizados.
A turbina PT6A-68C, com 1.600 shp de potência, tem ainda um controle
digital que dá maior segurança para o tipo de voo da do EDA, quando os
pilotos aumentam e reduzem a força do motor muitas vezes e com grande
velocidade. Essas inovações frente aos antigos T-27 vão facilitar também
os traslados sobre oceanos e regiões como a Amazônia e a Cordilheira dos
Andes, cenários que não são estranhos para a Esquadrilha da Fumaça.
Implantação
Em 2013, o EDA não irá fazer apresentações entre janeiro e agosto,
período que será dedicada à formação de pilotos e mecânicos. Também
serão recebidas as demais aeronaves. Nessa época, a Fumaça terá a
presença de militares de unidades aéreas que já operam o Super Tucano. O
objetivo é que, a partir de 2014, o EDA possa realizar toda a formação
do seu efetivo na pilotagem e manutenção do A-29.
Os preparativos para o recebimento dos Super Tucano, no entanto, já
começaram no início do ano passado. Seis pilotos e 12 mecânicos do EDA
foram até Natal (RN), onde receberam instrução no caça no Esquadrão
Joker (2º/5º GAV), unidade da FAB responsável pela formação de pilotos
de combate.
Com um instrutor na cabine, os aviadores da Esquadrilha aprenderam a
voar no Super Tucano para em seguida testar as manobras das
apresentações. "O avião adaptou-se bem à nossa missão. Porém, com muito
treinamento, a Fumaça vai colocar estas acrobacias em sequência e a
baixa altura", explica o major-aviador Alexandre Ribeiro.
Quatro aviões são do modelo A-29B, para dois pilotos, e já servirão para
a readaptação dos aviadores que passaram pelo treinamento em Natal. Os
outros oito A-29 serão da versão A, para um piloto. Outra novidade é que
no futuro a Esquadrilha da Fumaça deverá receber um avião de transporte
para voos de apoio, como o transporte de mecânicos e suprimentos.
Com 60 anos, o Esquadrão de Demonstração Aérea já voou aviões T-6, T-24
e T-25, além dos T-27 Tucanos recebidos em 1983. Em 2002, após uma
parada de dois anos para revisão das aeronaves, a Esquadrilha substituiu
o antigo esquema de cores em vermelho e branco por um novo que utiliza
as cores da bandeira do Brasil. A chegada dos A-29 também coincide com o
fim da vida útil dos Tucano, após aproximadamente de 2.300 demonstrações
com esse tipo de aeronave.
No passado, pilotos da Esquadrilha da Fumaça testaram com êxito todas as
manobras acrobáticas na aeronave A-29 Super Tucano. O Major-Aviador
Alexandre Ribeiro, oficial da operações da unidade, participou dessa
preparação. Leia a entrevista feita pela FAB:
Agência Força Aérea - Dá para comparar o Tucano com o Super Tucano?
Major-aviador Alexandre Ribeiro - O T-27 é mais leve que o A-29 e por
isso é mais "dócil" para pilotar. Porém, o A-29 apresenta uma grande
superioridade de potência, além da aviônica de ponta. Estas duas
características ajudarão sobremaneira a pilotagem do Super Tucano na
"Esquadrilha da Fumaça".
Agência Força Aérea - A apresentação vai ser a mesma?
Major-aviador Alexandre - Durante a avaliação do A-29 em Natal foram
realizadas com sucesso todas as manobras do atual "display" de
demonstração do EDA. Sobre as novas manobras já posso afirmar que o
Super Tucano é capaz de proporcionar a volta do nosso famoso Lancevak.
Agência Força Aérea - E a segurança?
Major-aviador Alexandre - Sempre procuramos mais segurança e este avião
possui um moderno sistema de avisos que facilita a ação do piloto
durante o gerenciamento de alguma pane. Outro item que muito nos agradou
foi o "horizonte artificial" apresentado no display na altura de visão
do piloto (head up display). Para as acrobacias há a necessidade de se
visualizar o horizonte para "desenharmos o céu", mas nem sempre o céu
esta azul ou o horizonte é de fácil definição como num dia nublado num
horizonte montanhoso. No A-29 o "horizonte" esta lá, mesmo nestes dias e
lugares!
Agência Força Aérea - O que significa esse momento de transição?
Major-aviador Alexandre - Vida longa ao EDA!
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