ABTAer quer que o governo reduze a
burocracia
Há muita demora na admissão de pilotos,
habilitação e treinamento de tripulantes e na autorização de aeronaves
para entrar em operação
22/02/2013 -
22h04
(Da
assessoria da ABTAer)
-
A ineficiência das autoridades está estrangulando o setor de táxi aéreo
no Brasil, segundo a ABTAer (Associação Brasileira das Empresas de Táxi
Aéreo). Donos de empresa de aeronaves de pequeno e grande porte que
representam muitas vezes a única alternativa de transporte de doentes,
correspondência e encomendas dos Correios, cheques da compensação na
região Norte e parte do Centro-oeste, peças de reposição para a
indústria, medicamentos e pessoas, estão sofrendo com a demora da ANAC
(Agência Nacional de Aviação Civil) e da Infraero (estatal que
administra 65 aeroportos) na liberação de processos cotidianos, tais
como a admissão de um piloto, o treinamento de um tripulante ou a
colocação de uma nova aeronave em operação.
"Temos visto a contratação de um piloto
experiente demorar até 3 meses, sendo que o profissional é habilitado,
já voava em outra empresa o mesmo modelo de aeronave, só está trocando
de uma empresa para outra", disse o comandante Milton Arantes,
presidente da ABTAer, entidade que reúne mais de 50 empresas em todo o
Brasil.
Segundo ele, a burocracia é gigantesca também para as empresas que
adquirem uma nova aeronave. Existem empresários aguardando a liberação
há mais de um ano de acordo com a entidade. "O dono do táxi aéreo
investe, mas não consegue operar, fica com o capital parado, depreciando
por conta da burocracia", explica o comandante.
A entidade também se queixa da burocracia na habilitação e no
treinamento de tripulantes. No mundo todo, o critério para o treinamento
e habilitação de tripulantes em aeronaves leves é o mesmo dos Estados
Unidos. No Brasil, as regras são semelhantes às aplicadas para as
grandes aeronaves, operadas por companhias aéreas comerciais. "Querem
que os tripulantes façam treinamento em simuladores que nem existem no
Brasil e com isso impedem a modernização da frota. Quem vai querer
investir em uma nova aeronave e depois ficar com problema para treinar a
tripulação por falta de simulador no país?", questiona Arantes.
De acordo com o presidente da entidade, em dois anos e meio, a ABTAer
conquistou muita coisa, já é, por exemplo, parte do Conselho Consultivo
da ANAC e realiza reuniões técnicas mensais com a agência. "Mas ainda há
muito por fazer, especialmente levando em conta que o segmento não
transporta ricos a lazer como muitos pensam. Maior parte dos voos é
aeromédico, levando pacientes e órgãos para transplantes, peças de
reposição para a indústria, correio, malotes bancários e pessoas a
lugares em que a aviação comercial não chega, incluindo as plataformas
de petróleo", finaliza Milton.
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