ABTAer aponta falta de fiscalização do
transporte clandestino
Segundo a entidade, há menos
exigências para a operacionalização de aeronaves particulares do que é
exigido para o taxi aéreo
09/01/2013 -
22h06
(Da
assessoria da ABTAer)
-
De acordo com a ABTAer (Associação Brasileira das Empresas de Táxi
Aéreo), dois problemas podem ser apontados como diretamente relacionados
ao aumento de acidentes aéreos em 2012, ambos ligados ao transporte
aéreo clandestino (aeronaves particulares não homologadas para
transporte remunerado de pessoas e cargas).
O
primeiro seria as deficiências nos órgãos reguladores, tais como regras
imprecisas, inadequadas e genéricas para a aviação particular. Segundo a
entidade, há menos exigências para a operacionalização de aeronaves
particulares do que é exigido para o taxi aéreo. A segunda seria a
ausência de fiscalização por parte da ANAC para combater esse tipo de
transporte aéreo clandestino.
Por conta dessas duas situações, a entidade destaca a grande quantidade
de aeronaves particulares sendo usadas clandestinamente como táxi aéreo
por todo Brasil e também em eventos de projeção internacional como na
etapa da Fórmula 1 realizada em São Paulo em novembro do ano passado.
De acordo com o levantamento oficial, a aviação civil brasileira
registrou em 2012 um total de 168 acidentes, o que representa o maior
número de acidentes em sua história e supera em 5,6% os casos ocorridos
em 2011. Apesar desse aumento no número de acidentes, as tragédias que
ocorreram durante o ano passado causaram 71 mortes, frente às 90
registradas em 2011.
Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa) que revelou também que 146 dos acidentes
registrados em 2012 envolveram aviões, enquanto outros 22, helicópteros.
"Estamos cobrando maior fiscalização das autoridades, mas temos visto
muitas aeronaves particulares sendo usadas por pilotos nas horas vagas
para serviços de táxi aéreo", disse o Comandante Milton Arantes,
presidente da ABTAer. Segundo ele, estas aeronaves não são tão
rigorosamente fiscalizadas como são os táxis aéreos e ninguém sabe quem
é o piloto, se tem habilitação para voar aquele tipo de aeronave, por
exemplo.
"Os transportadores clandestinos pousam onde nós, táxis aéreos
regulamentados, sabemos que não é permitido e não é seguro e ainda fazem
o serviço por preço menor, ludibriando o consumidor que muitas vezes nem
sabe o risco que corre", completa.
Em relação às regras impostas à aviação geral, Arantes afirmou que a
entidade vem trabalhando junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação
Civil) para ajustar aquilo que é incoerente e compreender o que é
impreciso, mas ainda há muito a ser feito.
Atualmente, existem 183 empresas de táxi aéreo no Brasil, gerando 250
mil empregos diretos e uma arrecadação de impostos federais superior a
R$ 1 bilhão. Com uma frota de 1536 aeronaves (tanto as chamadas asa fixa
quanto rotativa, helicópteros), estas empresas transportaram 1,3 milhão
de pessoas em 2010, realizando 211.984 voos por todo país.
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