Boeing e Embraer divulgam planos para
biocombustíveis
Documento elaborado em conjunto com a FAPESP aponta rumos para o
desenvolvimento no Brasil de combustíveis mais sustentáveis para uso em
aeronaves
10/06/2013
- 23h35
(Da assessoria da
Boeing)
-
Identificar as lacunas e barreiras relacionadas a pesquisa, produção,
transporte e uso de biocombustíveis sustentáveis para aviação é o
objetivo do relatório elaborado por Boeing, Embraer e FAPESP (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e apresentado nesta
segunda-feira, dia 10 de junho.
__ |
Divulgação - Boeing |
|
|
|
Boeing 787 da ANA sendo abastecido com
biocombustível.
|
O documento, intitulado Plano de Voo para
Biocombustíveis de Aviação no Brasil: Plano de Ação, aponta rumos para o
desenvolvimento de uma indústria de biocombustíveis para o setor aéreo
no Brasil e é resultado de uma série de oito workshops realizados entre
maio e dezembro de 2012, em São Paulo, Belo Horizonte, Piracicaba (SP),
Campinas (SP), São José dos Campos (SP), Rio de Janeiro e Brasília,
envolvendo a indústria, companhias aéreas, universidades e institutos de
pesquisa, entre outros stakeholders.
O relatório visa, ainda, oferecer recursos para atender à meta da
indústria de aviação de crescimento neutro de carbono até 2020 e uma
redução de 50% nas emissões de CO2 até 2050, tendo como base
os níveis de 2005. Para isso, recomenda os seguintes caminhos: preencher
lacunas de pesquisa e desenvolvimento na produção de matérias-primas
sustentáveis; incentivar a superação de barreiras nas tecnologias de
conversão, incluindo questões de aumento de escala; promover maior
envolvimento e interação entre setor privado e governo; e criar uma
estratégia nacional para fazer do Brasil um país líder no
desenvolvimento de biocombustíveis de aviação.
Pesquisadores e representantes brasileiros e estrangeiros da indústria
aeronáutica, de empresas aéreas, de produtores e de agências
governamentais avaliaram as oportunidades e desafios tecnológicos,
diferentes matérias-primas, meios de conversão e logística, assim como a
viabilidade econômica e sustentável para o desenvolvimento desse tipo de
combustível no Brasil. O estudo multidisciplinar foi coordenado pela
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Os especialistas indicam, por exemplo, a necessidade de pesquisas que
levem ao desenvolvimento e uso de matérias-primas sustentáveis, que
contenham açúcares, amido e óleo, mas também resíduos como lignocelulose,
resíduos sólidos e gases de exaustão.
"A Boeing está comprometida em trabalhar em parceria com o Brasil para
desenvolver tecnologias que possam ser usadas em escala global e essa
parceria é mais um passo para a conquista dessa meta", afirma Donna
Hrinak, presidente da Boeing Brasil.
O envolvimento dos setores privados e governamentais é destacado como de
extrema importância para a viabilidade da incorporação de combustíveis
sustentáveis pelas empresas aéreas, além de ser imprescindível uma
estratégia nacional para que o Brasil se transforme em líder no
desenvolvimento desse tipo de combustível para aviação.
"Esse projeto confirma o potencial do Brasil para desenvolver e fornecer
biocombustíveis de aviação, graças à sua larga experiência em
bioenergia", sintetiza o vice-presidente executivo de engenharia e
tecnologia da Embraer, Mauro Kern. "O estudo aponta para os desafios que
precisam ser superados para que isso se concretize, os quais demandarão
intensa colaboração entre os setores envolvidos", completa o executivo.
Um dos principais pontos apresentados indica que as pesquisas deverão
ser conduzidas conjuntamente entre as instituições envolvidas, o que
exigirá estratégias compartilhadas, resultando em pesquisas inovadoras e
determinantes para o desenvolvimento e a consolidação dos
biocombustíveis de aviação no Brasil.
Para o presidente da FAPESP, Celso Lafer, o projeto é um passo
importante para o avanço do desenvolvimento de pesquisas conjuntas entre
empresas e universidades. "A FAPESP tem participado ativamente para a
criação de uma relação profícua entre universidades, institutos de
pesquisa e empresas, apoiando a parceria e a inovação por meio de
diversos programas, e a pesquisa para o desenvolvimento dos
biocombustíveis de aviação no Brasil certamente será um marco nessa
relação", diz Lafer.
O biocombustível resultante desse processo deve ser do tipo drop-in, ou
seja, que possa ser adicionado ao combustível fóssil nas estruturas já
existentes, como dutos, tanques e bombas, além dos próprios aviões, sem
qualquer tipo de incompatibilidade ou necessidade de modificações.
A divulgação aconteceu na sede da FAPESP, com a participação de Donna
Hrinak, presidente da Boeing do Brasil, Al Bryant, vice-presidente de
Pesquisa e Tecnologia da empresa, Mauro Kern, vice-presidente executivo
de engenharia e tecnologia da Embraer, Fernando Ranieri, diretor de
desenvolvimento tecnológico da Embraer, Celso Lafer, presidente da
FAPESP, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
|