Aprimoramento de rotas vai trazer
redução de custos
Ao todo 180 rotas passarão por
alterações em seu traçado
09/12/2014 - 20h12
(Da assessoria da ABEAR)
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Uma comissão formada por membros do DCEA (Departamento do Controle do
Espaço Aéreo) e representantes das empresas aéreas acaba de concluir um
projeto para aprimoramento de rotas no país. Ao todo 180 rotas passarão
por alterações em seu traçado, o que vai otimizar o fluxo do tráfego
aéreo e também a redução do consumo das aeronaves em suas ligações.
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Rodrigo Zanette - 17/11/2014 |
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Airbus A330-243F,
prefixo
N334QT,
da Avianca Cargo, sobrevoando
São Carlos (SP).
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O
primeiro encontro do CDM (Collaborative Decision Making) Rotas aconteceu
em março, na sede da ABEAR, em São Paulo.
"Pela primeira vez um projeto deste porte foi desenvolvido em conjunto
entre controladores de voo e as companhias aéreas", explica o major
Juarez Franklin Gouveia, do CGNA (Centro de Gerenciamento de Navegação
Aérea).
O especialista em gestão de Tráfego Aéreo aponta que a contribuição das
empresas é fundamental para se criar um modelo de trabalho que beneficie
tanto a estrutura de gestão do espaço aéreo quanto a eficiência das
companhias. "Hoje, nos igualamos a países como os EUA e Canadá, que já
conduzem esse trabalho em parceria", completa Gouveia.
Essa reformulação surgiu de uma série de análises das empresas sobre o
desempenho das aeronaves em determinadas rotas. Para o comandante Paulo
Roberto Alonso, uma aerovia não precisa, necessariamente, ser uma linha
reta para que seja a melhor opção. Ele explica que existem obstáculos
naturais, como correntes de ventos em determinadas regiões que impactam
o desempenho dos aviões. "Um dos principais efeitos é o aumento
considerável no tempo de voo da viagem, que acaba refletindo no consumo
de combustível na etapa", detalha Alonso.
Quando o CDM Rotas começou, em março, as empresas aéreas haviam
solicitado alterações em 239 rotas. No processo convencional, cabia ao
CGNA analisar os pedidos e emitir um parecer técnico sobre cada um.
Porém, com o modelo de trabalho colaborativo, cada alteração foi
debatida pela comissão e efetuada mediante consenso, dentro das soluções
técnicas sugeridas. Das solicitações, cerca de 75% foram atendidas, o
que totalizou 180 alterações ou correções de rotas.
Um dos principais efeitos deste trabalho é uma redução mensal de
aproximadamente 50 mil quilômetros (ou 91 mil milhas, que é a unidade
usada na aviação) em todo o percurso realizado pelas aeronaves. A
eliminação dessa distância adicional vai gerar impactos positivos
relacionados ao consumo de querosene, emissões de gases e tempo de voo.
Para o CGNA, o principal benefício é o aumento da fluidez do tráfego
aéreo.
O próximo passo deste processo é a atualização do banco de rotas e o
compartilhamento desses dados com as companhias aéreas. A implementação
das alterações é rápida e estará disponível para as companhias já no
início de janeiro e, no caso das rotas canceladas, os NOTAMs serão
expedidos no final de novembro.
Para as empresas brasileiras, o envio dos dados será feito diretamente
pelo CGNA. No caso das companhias internacionais que operam no Brasil, a
intermediação desse processo ficará a cargo da IATA.
"Com os dados já cadastrados nos sistemas das aeronaves, o
reconhecimento das aerovias é feito automaticamente, como se fosse uma
atualização de dados do GPS", explica o comandante Alonso. Após a
implementação, o trabalho passará por uma fase de maturação em um
período entre três e quatro meses para acompanhamento e eventuais
ajustes caso sejam necessários.
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