Correios querem comprar uma parte da
Rio Linhas Aéreas
CADE vai avaliar a possibilidade de a
empresa estatal investir na companhia paranaense
10/05/2014 - 11h14
(Valdemar Júnior)
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Foi publicada ontem, dia 9 de maio, no DOU (Diário Oficial da União), a
intenção dos Correios adquirirem uma participação acionária minoritária
na companhia aérea cargueira paranaense Rio Linhas Aéreas, sem
especificá-la.
A possibilidade do negócio será avaliada
pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Os Correios informaram que tem o objetivo de ter uma empresa controlada
para realizar o transporte aéreo da carga postal, hoje feito por meio de
13 linhas aéreas contratadas na RPN (Rede Postal Noturna).
Segundo a empresa estatal, a revisão do modelo da RPN atende as
recomendações efetuadas pelos órgãos de controle do Governo Federal
(Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União), que
pediram aos Correios para buscarem alternativas para fazer o transporte
aéreo de carga.
Desde 2011, com a sanção da Lei 12.490, os Correios podem adquirir
participação acionária em outras empresas. Em nota, a estatal informa
que o mesmo modelo proposto pelos Correios é adotado pelos operadores
postais da Austrália e da China, países que possuem dimensões
continentais como o Brasil.
De acordo com os Correios, os estudos para seleção da parceira
tecnicamente mais indicada levaram em consideração as empresas
habilitadas pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil, e das quatro
empresas do segmento que atuam no Brasil (Rio, Sideral, TAM Cargo e
Total), uma tem composição acionária internacional (a TAM Cargo pertence
ao Grupo LATAM) e as outras três são nacionais, todas com sede no estado
do Paraná.
Os Correios informaram que selecionaram a Rio Linhas Aéreas por se
tratar da empresa que mantém o maior número de aeronaves cargueiras do
mercado (8, sendo 6 Boeing 727-200F, 1 Boeing 737-400F e 1 Boeing
767-200F), e ser responsável pelo atendimento de cinco linhas da RPN.
Na proposta submetida ao CADE, os Correios informam que teriam
participação acionária relevante na empresa. A aquisição de uma parcela
da Rio Linhas Aéreas está condicionada à aprovação dos órgãos
reguladores (além do CADE, a estatal terá que ter aprovação da ANAC, do
Ministério da Fazenda, do Ministério do Planejamento, e do Orçamento e
Gestão e Ministério das Comunicações.
A expectativa dos Correios é de que as aprovações sejam conseguidas em
breve, e que a empresa controlada pela estatal entre em operação no
segundo semestre deste ano.
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