Aviões de universitários paulistas
disputam competição
SAE BRASIL AeroDesign reunirá universitários do Brasil e do Exterior
entre 30 de outubro e 2 de novembro, em São José Campos
23/09/2014 - 20h14
(Via assessoria de imprensa)
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No dia 30 de outubro, 26 aviões construídos por estudantes de engenharia
do estado de São Paulo, radiocontrolados e em escala reduzida, chegam a
São José dos Campos para disputar a 16ª Competição SAE BRASIL
AeroDesign.
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Divulgação |
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Aeronave desenvolvida pela equipe do
Mackenzie em 2013.
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A
competição, que será realizada até 2 de novembro, no DCTA (Departamento
de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), reunirá ao todo 95 aviões, de
universitários do Brasil, Venezuela, México, Peru e Polônia.
Entre as 95 equipes, 87 são do Brasil e oito do Exterior (quatro da
Venezuela, duas do México, uma do Peru e, pela primeira vez, uma da
Polônia.
Todas as equipes, que reúnem mais de 1,3 mil participantes, entre
estudantes, professores orientadores e pilotos, foram desafiadas a
projetar e construir aeronaves radiocontroladas como projeto
extracurricular em 87 instituições de ensino.
A competição contempla três categorias de aeronaves: Classe Regular (64
equipes), Classe Advanced (cinco equipes) e Classe Micro (26 equipes). O
objetivo é que cada aeronave transporte o maior peso de carga durante o
voo, de acordo com a categoria.
Veterana inscrita na Classe Regular, a equipe Harpia, da Universidade
Federal do ABC, recebeu na edição anterior da competição a menção
honrosa "Aeronave com Menor Tempo de Retirada de Carga" (3,20 segundos).
Este ano, a equipe apresentará um monoplano construído com materiais
compósitos, motor de oito cilindradas e envergadura de 2 metros, capaz
de carregar aproximadamente 10 quilos de carga útil ou 20 a 25 placas de
MDF.
"Substituímos o alumínio e a aeronave ficou bem mais leve, porque usamos
fibra de carbono e honeycomb (material leve e resistente)", afirma Lucas
Francisco Pereira, capitão da Harpia, que desenvolveu dispositivo para
bater o próprio recorde em relação ao tempo de retirada de carga. A
equipe foi a 35ª colocada em 2013 entre as 75 inscritas na categoria.
A equipe Mechane, da Universidade Presbiteriana Mackenzie e 23ª colocada
em 2013 na Classe Regular, disputará com monoplano em configuração
convencional, com asa de geometria reto-trapezoidal, capaz de
transportar 12 quilos em placas de alumínio.
"Devido às mudanças no regulamento da competição, o avião foi totalmente
remodelado. Alteramos a envergadura da asa, nas empenagens horizontais e
verticais, no compartimento de carga e no tail boom, e ainda assim
conseguimos aumentar em 121% a nossa asa em relação à do ano passado",
diz Filipe Andrade Baruzzi, capitão da equipe.
Segundo Baruzzi, as inovações estão presentes também nas rodas, trem de
pouso, fuselagem (de perfil frontal aerodinâmico) e nos componentes
estruturais com geometria e materiais inovadores. "A utilização de
materiais compostos e a impressão em 3D possibilitaram o pioneirismo no
projeto da equipe Mechane em 2014", comenta ele.
Da Grande São Paulo participam, ainda, as equipes FEI, do Centro
Universitário da FEI; Ícaro, da Universidade Nove de Julho; Keep Flying,
da Escola Politécnica da USP; Obelix, do Instituto Mauá de Tecnologia; e
Taperá Baby, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
Em São José dos Campos, as avaliações e a classificação das equipes
serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de
Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela
indústria aeronáutica e disponível no site da SAE BRASIL
(www.saebrasil.org.br).
Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced
e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o
direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em
2015, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de
participações: sete primeiros lugares na Classe Regular, quatro na
Classe Advanced e um primeiro lugar Classe Micro.
A SAE East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE
BRASIL é afiliada. Organizado pela Seção Regional São José dos Campos,
da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais
que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de
técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e
futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de
aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por
estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia,
Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
"A introdução de novas tecnologias e sua aplicação sistêmica em
benefício da sociedade é a filosofia que norteia as competições de
engenharia da SAE BRASIL, com as quais visamos estimular os estudantes
para a inovação e ajudá-los na qualificação exigida pela indústria",
afirma o engenheiro Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL.
Os aviões da Classe Regular e da Classe Advanced poderão transportar
qualquer tipo de material como carga útil, exceto chumbo. Já as
aeronaves da Classe Micro deverão transportar bolinhas de tênis. Nas
três categorias, as aeronaves deverão decolar em distância máxima de 61
metros.
Para competir na Classe Regular, as aeronaves devem respeitar uma
limitação de área projetada (vista superior), cuja somatória não pode
exceder 0,775 m². São permitidas apenas aeronaves monomotores, e o motor
deve ser selecionado entre cinco indicados no regulamento.
Na Classe Advanced, a única restrição de projeto é o peso vazio da
aeronave, que não poderá exceder 3 kg. A seleção do número de motores e
do tipo do motor é totalmente livre, podendo ser a combustão ou
elétrico.
Na Classe Micro, as bolas de tênis a serem transportadas deverão estar
em compartimento fechado e não poderão estar presas entre si. Todas as
aeronaves devem carregar a mesma carga em todos os voos: 40 bolinhas.
A pontuação de voo será dada de acordo com o peso vazio da aeronave e o
número de voos que a equipe conseguirá realizar com sucesso. Para esta
categoria não existem restrições geométricas nem ao número de motores,
todos elétricos, porém a equipe deverá ser capaz de transportar a
aeronave desmontada em caixa de 0,175m³.
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