Entenda: bilhetes domésticos mais caros
que internacionais
Isso compromete a
competitividade das companhias brasileiras frente às concorrentes
estrangeiras
07/08/2015 - 19h20
(Da assessoria da ABEAR)
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O querosene de aviação (QAV), item que corresponde ao maior custo das
companhias aéreas, é, de partida, pelo menos 12% mais caro do que a
média internacional. A diferença, entretanto, pode ultrapassar 50%,
dependendo da situação.
Isso compromete a competitividade das companhias brasileiras frente às
concorrentes estrangeiras. Penaliza também o turismo e todos os
deslocamentos aéreos dentro do país, uma vez que torna as viagens
domésticas proporcionalmente mais caras do que as internacionais. É o
que revela o Panorama 2014, estudo realizado pela ABEAR (Associação
Brasileira das Empresas Aéreas), que traz dados e análises sobre o setor
aéreo brasileiro.
Em razão de acordos da aviação global, o combustível que é utilizado nos
voos que ligam as cidades brasileiras às do exterior, e vice-versa, é
isento de tributos. Isso vale tanto para as aéreas nacionais quanto para
as estrangeiras. A fórmula de precificação adotada no país, todavia, faz
com que esse preço-base do insumo vendido aqui tenha o patamar 12%
superior à média internacional. A diferença é explicada pelo câmbio.
"A maior parte do QAV consumido pelas companhias brasileiras é produzido
localmente. No entanto, os valores são corrigidos pelo mercado
internacional, com cotações em dólar. Com a valorização da moeda
americana, esse custo fica ainda mais alto", explica Maurício Emboaba,
consultor técnico da ABEAR.
Já nos voos domésticos, cuja operação é realizada exclusivamente por
companhias do próprio país (como acontece em todo o mundo), taxas e
tributos aumentam muito o preço final do combustível, tornando-o mais de
50% mais caro que a média internacional. Como o insumo tem um peso muito
grande na estrutura de custos do setor, isso impacta diretamente o valor
das passagens.
"As companhias nacionais pagam ICMS, PIS, COFINS, entre outros. No
Brasil, aproximadamente 40% do valor da passagem é para cobrir custos do
QAV", explica o consultor da ABEAR. "Se consideradas distâncias
semelhantes, por exemplo, São Paulo-Buenos Aires e São Paulo-Fortaleza,
para as quais são necessárias quantidades equivalentes de combustível, a
tendência é que na rota doméstica os bilhetes sejam mais caros por causa
da tributação", conclui Emboaba.
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