43% da população do interior têm
vontade de viajar
Só não o fazem porque os
aeroportos são longe, poucos, só 77, e as passagens 31% mais caras do
que entre as grandes cidades
27/02/2015 -
11h52
(Da assessoria da SAC)
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Um dado divulgado pelo Instituto Data Popular, que, desde 2001,
acompanha o crescimento e desenvolvimento das classes C, D e E, comprova
a importância do Plano de Aviação Regional para democratizar o
transporte aéreo no Brasil e desenvolver a economia do interior do País.
Cerca
de 43% da população brasileira que mora longe das capitais quer viajar,
seja para trabalhar, para lazer ou simplesmente para se deslocar de uma
cidade para outra. E não o fazem pela distância dos aeroportos, apenas
77 terminais operam regularmente no interior, e pelo preço das
passagens, que são em média 31% mais caras quando envolve uma rota
regional.
Essas mudanças refletem uma nova realidade que o Brasil está passando
nos últimos anos e que começou com o avanço das conquistas sociais e a
estabilização da economia: o crescimento do país do litoral em direção
ao interior. Ainda segundo o Instituto, são nas pequenas cidades que se
concentram 38% do consumo do país e o Boston Consulting Group, uma
empresa de consultoria empresarial, revelou em pesquisa que as famílias
de classe média do interior têm renda 20% maior que as das capitais.
Essa parcela da população ainda se vê distante do pleno desenvolvimento
econômico e do acesso a bens e serviços desfrutados nos grandes centros,
principalmente no sudeste, pela dificuldade de acesso num país de
dimensões continentais que é majoritariamente conectado por rodovias,
119 mil km ao todo, segundo o Ministério dos Transportes.
Em meio a esta necessidade de encurtar distâncias entre a população e
dinamizar a economia do Brasil, o avião se torna um modal de transporte
fundamental. Com os investimentos de R$7,4 bilhões na reforma ou
construção de 270 aeroportos, o programa de aviação regional da
Secretaria de Aviação Civil (SAC) quer deixar 96% da população a pelo
menos 100 km de um terminal. Hoje, apenas 40 milhões de brasileiros têm
o acesso facilitado dessa forma. Desse total, 229 já estão com projeto
em elaboração e as obras começam a ser licitadas e iniciadas no segundo
semestre deste ano.
Com essa expansão da aviação regional, a oferta de rotas para o interior
do Brasil deve, pelo menos, duplicar. Hoje, o País conta com 647 rotas
regionais, que tem a origem ou o destino em um aeroporto regional. Para
o ministro da Aviação, Eliseu Padilha, o programa vai fazer com que
todos os brasileiros se sintam integrados à região metropolitana das
capitais ou dos polos regionais.
"Com o nosso programa, por mais longe que seja a cidade, a população
estará a uma hora de voo de um desses polos de desenvolvimento. Com
isso, teremos mais acesso à assistência médica, formação profissional e
os filhos não vão mais precisar sair da capital em busca de emprego",
comemorou o ministro.
Além disso, há três variáveis de negócios no País que serão diretamente
beneficiadas com a expansão da aviação regional. "Temos que pensar no
desenvolvimento dos negócios agrários, na exploração dos nossos recursos
minerais e no turismo. Essas três variáveis fazem com que todo o
território brasileiro esteja ocupado", concluiu Eliseu Padilha.
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) confirma que a ocupação do interior tem avançado no Brasil.
Segundo as Estimativas da População dos Municípios em 2014, do IBGE, nos
últimos dez anos, o percentual de pessoas que vive nas capitais
brasileiras se mantém estável, em 24%.
Isso evidencia, segundo o Instituto, que o dinamismo populacional do
Brasil está seguindo novas rotas, particularmente rumo ao interior do
país e se manifestando nos municípios de porte médio.
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