SAC estuda tecnologia de torres remota
testada nos EUA
Equipe da Secretaria trocou
experiência e visitou aeroportos de pequeno e médio porte nos Estados
Unidos, além de conhecer a utilização do Serviço de Torres de Controle
Remota, que pretende implantar no Brasil
07/07/2015 - 19h29
(Da assessoria da SAC)
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A SAC (Secretaria de Aviação Civil) pretende implantar no Brasil as
tecnologias de Torres de Controle Remoto e RAFIS (sigla em inglês para
Remote Aerodrome Flight Information Service ou Serviço Remoto de
Informação de Voo de Aeródromo em português).
O sistema consta de uma estação de
telecomunicações aeronáuticas que fornece informações para os pilotos a
respeito da meteorologia, condições de vento, condições da pista, da
temperatura e da pressão, o que, ao mesmo tempo, diminui custo e aumenta
a segurança dos voos. Para conhecer um pouco mais sobre tal tecnologia,
uma comitiva formada por integrantes da SAC visitou, na última semana,
três cidades dos Estados Unidos.
Os técnicos trocaram experiências na área de aviação e conheceram o
funcionamento de dois aeroportos regionais norte-americanos. O
secretário de Navegação Aérea Civil, Juliano Noman; o diretor do
Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (PROFAA), Eduardo Bernardi; o
diretor do Departamento de Gestão e Planejamento de Navegação Aérea
Civil (PLANAV), Rafael José Botelho Faria; e o assistente técnico
Adriano Vargas participaram da comitiva.
"O objetivo foi cumprido e tivemos ganhos na troca de experiências. Na
parte aeroportuária, constatamos que nosso sistema de navegação aérea
está alinhado com a aviação dos Estados Unidos e do primeiro mundo. A
utilização de torres remotas é uma tendência na navegação aérea mundial.
Estamos sendo inovadores e pudemos constatar que o projeto dos Estados
Unidos ainda está fase de testes", afirmou Rafael Botelho.
Os representantes da Secretaria também participaram do workshop
US/Brasil Regional Airports, Aeronautical Solutions for Small and Medium
Size Airports (Aeroportos Regionais Brasileiros e Norte-americanos,
Soluções Aeronáuticas para Aeroportos de Pequeno e Médio Porte, numa
tradução livre).
O evento foi realizado em parceria com os Estados Unidos, na capital,
Washington, e discutiu os temas aviação regional e navegação aérea, com
ênfase nos aspectos operacionais dos aeroportos e gestão aeroportuária
para aviação regional, além da tecnologia de Torre de Controle Remoto,
que estão sendo desenvolvidas em vários países.
Ela permite que os operadores dos serviços controlem mais de um
aeroporto, ficando baseados em lugares diferentes dos aeroportos onde as
aeronaves fazem seus pousos e decolagens.
Aeroportos regionais
Na sequência da viagem, a equipe da Secretaria visitou os aeroportos
regionais de Leesburgh, no estado da Virgínia, a 60km de Washington, e
Peachtree, o segundo mais movimentado aeroporto do estado da Geórgia.
Em Leesburgh, eles visitaram instalações, conheceram as duas escolas de
aviação sediadas no aeroporto e as operações do terminal, o qual possui
uma torre de controle remota instalada pela empresa sueca SAAB em
parceria com o governo de Barack Obama.
O aeroporto de Leesburgh funciona, especialmente, para a aviação
executiva, dada sua proximidade com a capital do país, e tem uma média
de 100 mil pousos e decolagens por ano. Já o aeroporto de Peachtree, uma
antiga base da Marinha, é exclusivamente para a aviação geral e tem uma
média de 150 mil pousos e decolagens por ano em suas quatro pistas de
pouso.
Nos horários de pico, o terminal chega a ter 100 movimentos por hora.
"Conhecemos os hangares, área de manobras, a torre de controle, a seção
contra incêndio e tivemos informações sobre a sustentabilidade
financeira do aeroporto, muito pautada na exploração comercial do sítio
aeroportuário. Tudo isso nos deu subsídios para melhorar a aviação
regional brasileira", explicou Rafael Botelho.
Japão
E é com esse objetivo de conhecer e utilizar novas metodologias no
programa de desenvolvimento da aviação regional que a Secretaria de
Aviação Civil realizará, no próximo dia 9 de julho, em Brasília, um
workshop em parceria com o governo japonês, via Ministério dos
Transportes (responsável pelo setor aéreo no Japão), para viabilizar a
troca de conhecimentos da tecnologia de AFIS Remoto.
"Os especialistas japoneses apresentarão as dificuldades para a
implantação do sistema, quantificando e qualificando os ganhos com a
operação. A entidade domina o assunto e poderemos sanar nossas dúvidas,
ampliando o conhecimento sobre o tema. Queremos trazer essa realidade
para o Brasil, utilizando o AFIS Remoto em alguns aeroportos regionais,
o que será um passo inicial para a implementação futura das torres
remotas", diz Rafael Botelho Faria.
Existem desafios a serem vencidos para a implantação desse sistema na
rede de aeroportos regionais previstos no PIL (Programa de Investimentos
em Logística), tais como: regulamentação e legislação aplicável sobre o
assunto; atribuições; competências; e evolução da tecnologia.
O Brasil possui clima, situações e infraestrutura diferentes do Japão,
mas tem o segundo mercado de aviação do mundo, atrás apenas dos Estados
Unidos. É preciso conhecer as necessidades em termos de velocidade de
transmissão de dados e das informações para disponibilizar essa
tecnologia em aeroportos localizados no meio da Amazônia, por exemplo.
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