CENIPA registra 142 ocorrências de
balões em 2015
Comparação com os primeiros semestres de
2013 e 2012, mostra como é preocupante o crescimento desse tipo de
prática nos últimos anos
22/06/2015 -
20h14
(Da assessoria da ABEAR)
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O CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)
registra neste ano 142 avistamentos de balões não tripulados no céu
relatados por tripulantes de aeronaves em voo, volume praticamente igual
ao de janeiro a junho do ano passado (140).
A comparação com os primeiros semestres de
2013 e 2012, quando foram relatadas 86 e 36 ocorrências,
respectivamente, mostra como é preocupante o crescimento desse tipo de
prática nos últimos anos.
"Percebemos que há um aumento no número de ocorrências, principalmente
nas regiões do sudeste do país. Investimos muito em campanhas de
conscientização, pois é a única forma de prevenção", afirma o
tenente-coronel Francisco José Azevedo de Morais, do CENIPA.
Ele alerta para a necessidade da população colaborar com a aviação
brasileira, por meio de relatos de avistamentos de balões, contribuindo
com o trabalho de pilotos e controladores de tráfego aéreo. De acordo
com o especialista, a prática é considerada crime ambiental na
legislação brasileira e também pelo Código Brasileiro Aeronáutico, pois
expõe o avião ao risco.
"Precisamos lembrar que a soltura de balão pode acarretar em graves
consequências. Não é apenas uma prática cultural, os danos ambientais e
para aviação podem ser enormes", disse. Outro fator que corrobora com a
necessidade dos relatos é o fato de que os balões não são detectados por
radares, já que sua massa é composta basicamente por gases.
Para o consultor técnico da ABEAR (Associação Brasileira das Empresas
Aéreas), comandante Paulo Roberto Alonso, a manobra para desviar do
balão é simples, mas é essencial que o piloto saiba exatamente onde o
artefato está.
"A comunicação sobre a localização dos balões é sempre feita pelos
próprios pilotos quando se deparam com um, pelo controle de trafego
aéreo ou pelos funcionários dos aeroportos. A partir daí, há uma
disseminação da informação para que o desvio seja realizado por todas as
aeronaves. Ele deve ser feito com antecedência e de forma suave, assim,
os passageiros nem sentem a manobra evasiva, mas certamente aumenta o
tempo do voo e desestabiliza a manobra que está em execução", diz o
comandante.
Alonso comenta ainda sobre as consequências de um eventual encontro
entre a aeronave e um balão. "O impacto do artefato com a aeronave pode
causar danos à fuselagem (amassamentos), às turbinas e às hélices. Além
disso, a presença deles em áreas próximas a aeroportos pode provocar
fechamento de pista, cancelamento e atrasos de voos", completa.
Riscos para o aeroporto Além do perigo para as aeronaves, os balões
também oferecem risco aos aeroportos. De acordo com a Infraero, dentro
dos aeródromos há grande quantidade de vapor de combustível, o que pode
aumentar a probabilidade de um incêndio.
Para prevenir esse tipo de ocorrência, a empresa oferece aos seus
funcionários cursos específicos de segurança operacional em caso de
queda de balão. Outra iniciativa é a promoção de palestras em
comunidades vizinhas a aeroportos com maior incidência de avistamento do
artefato, como nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
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