Aeroporto de Brasília se prepara para
operação simultânea
Com duas pistas operando
independentemente, aeroporto aumentará ainda mais sua capacidade
operacional
22/06/2015 -
20h27
(Da assessoria da FAB)
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A partir de novembro, o aeroporto de Brasília (DF) vai iniciar a
operação independente de suas duas pistas, viabilizando as chamadas
operações paralelas simultâneas independentes, quando dois aviões
poderão pousar (ou decolar) ao mesmo tempo do aeroporto. É o primeiro
aeródromo da América Latina que vai possibilitar o aumento do fluxo
aéreo nestas condições.
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Divulgação - FAB |
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Aeroporto de Brasília (DF).
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A capacidade de pista do Aeroporto de Brasília (pousos e decolagens por
hora), que já vinha aumentando nos últimos anos, crescerá agora cerca de
30%.
Com as mudanças, ela saltará dos atuais 60 movimentos aéreos/hora para
80 pousos e decolagens por hora. Inaugurado antes mesmo da Capital
Federal, em 1957, o aeródromo é um dos poucos do País detentor desse
"layout" ideal para operar com pistas independentes: duas longas retas
paralelas, distantes suficientemente uma da outra, ao alcance visual de
uma Torre.
Esse ganho de capacidade operacional é resultado de um amplo trabalho
realizado pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo),
destinado a otimização dos fluxos de tráfego na terminal aérea de
Brasília com a implementação de novos procedimentos PBN (em português,
Navegação Baseada em Performance), especificamente orientados às
referidas operações.
Na prática, é como se houvesse dois aeroportos funcionando
separadamente, uma vez que, a partir de então, cada pista terá suas três
posições de controle na torre, operando com auxílios a navegação aérea
próprios.
Experiência
Operações simultâneas em pistas paralelas são hoje uma exclusividade de
grandes hubs internacionais e dos maiores aeroportos mundo. Os três mais
movimentados do mundo Atlanta (Hartsfield-Jackson), nos EUA, Pequim (Beijing
Capital International), na China e Londres (Heathrow), na Inglaterra,
transportaram só no ano passado 95, 86 e 73 milhões respectivamentem
dados ACI (Airports Council International).
Jamais alcançariam esses números se não operassem com pistas paralelas
independentes que viabilizam uma elevação significativa de embarques e
desembarques. A novidade, escassa nos principais aeroportos do
hemisfério sul, aporta em Brasília e já é vislumbrada por outros
administradores de aeroportos no País.
Embora o movimento no Brasil ainda seja menor (39 milhões de
passageiros/ano no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o maior do
Brasil) a demanda é crescente e a necessidade de aumento de capacidade
operacional, mandatória.
Em Campinas, a concessionária de Viracopos conjectura a implementação de
operações simultâneas de pouso e decolagens no aeroporto com a
construção de uma segunda pista. O mesmo pode ocorrer no novo aeroporto
da região metropolitana de Porto Alegre, ainda em planejamento.
Guarulhos, por outro lado, ainda não pode operar suas pistas
independentemente.
A distância entre as mesmas, na sua configuração atual, é menor do que
os 1.035 metros requeridos pela ICAO (International Civil Aviation
Organization), órgão da ONU regulador do transporte aéreo civil
internacional, para executar pousos e decolagens simultâneos com
segurança.
De todo modo, o aumento substancial de capacidade de pista em Brasília
chega no momento em que o aeroporto se transforma cada vez mais num
importante hub doméstico. Desde 2014, Brasília já transporta mais
passageiros do que Congonhas e Galeão. Ainda no ano passado, 8,1 milhões
de passageiros utilizaram o aeroporto de Brasília como conexão para
visitar outras regiões, sobretudo no Sudeste e Nordeste.
Os benefícios e ganho de capacidade proveniente do início das operações
paralelas simultâneas independentes, somados à localização geográfica
estratégica da capital poderão, enfim, alçar o Distrito Federal como um
grande centro de distribuição de passageiros entre o Norte e o Sul do
País, estimulando a concorrência entre os "novos" grandes aeroportos do
País.
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