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Novas concessões só após reestruturação da Infraero
Ministro da Aviação, Eliseu Padilha, acredita que empresa conseguirá reaver a capacidade de investimento anterior às primeiras concessões

19/03/2015 - 21h49
(Da assessoria da SAC)
- A SAC (Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República) retomará este ano a política de concessões que transferiu a operação de seis grandes aeroportos brasileiros à iniciativa privada. Mas só o fará após a reestruturação da Infraero.

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Rodrigo Zanette - 30/11/2010

AVIAÇÃOPAULISTA.COM

Passageiros subindo pela escada rolante para embarcar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP).
 
 

O ministro Eliseu Padilha afirma que conceder outros aeroportos administrados pela empresa a operadores privados, neste momento, inviabilizaria a gestão dos terminais que se mantivessem sob sua gestão. Algumas medidas, a reestruturação e a retomada das concessões, só serão adotadas após decisão da presidenta Dilma Rousseff.

A Infraero não pode mais perder receita. Pelo contrário, precisa reequilibrar-se financeiramente. O ministro pretende reestruturar a empresa este ano. As concessões podem ser retomadas durante ou em seguida à reestruturação. Nove aeroportos devem ser concedidos, mas o ministro só adianta os de Porto Alegre (Salgado Filho), Florianópolis (Hercílio Luz) e Salvador (Luiz Eduardo Magalhães).

"Precisamos fazer a reengenharia da empresa. Já discutimos com o Ministério do Planejamento e vamos submeter nossa proposta à decisão da presidenta", afirma o ministro, informando que devem ser criadas três subsidiárias: Infraero Serviços, Infraero Participações e Navegação Aérea. O ministro também apresentou na última terça-feira, dia 17 de março, à diretoria da Infraero o plano de reestruturação da empresa.

A empresa perdeu 54% de sua receita após as concessões de seis aeroportos (Guarulhos, Viracopos, Brasília, Galeão, Confins e São Gonçalo do Amarante). Juntos, os seis movimentaram 97 milhões de passageiros em 2014. Assim, a Infraero passou a administrar os 60 terminais sob sua responsabilidade com os 46% de receita que lhe restaram. Juntos, esses 60 aeroportos movimentaram 112 milhões de passageiros no ano passado, só 15 milhões a mais do que os seis concedidos.

Padilha espera que, uma vez reestruturada, a empresa se reequilibre ainda este ano e, no máximo em dois anos, volte a ser lucrativa e readquira a capacidade de investimento de 2012, quando fechou o ano com R$ 4 bilhões de arrecadação. Desde então, precisa de socorro financeiro do governo federal para investimentos, embora custeie a si própria.

O ministro acredita que a empresa conseguirá reaver a capacidade de investimento anterior às concessões. Ao mesmo tempo em que suas receitas despencaram, a empresa conseguiu, a partir de 2012, aumentar a receita comercial em 27% e reduzir a despesa operacional em R$ 30 milhões por mês. Mas nem esse esforço foi capaz de levá-la de volta ao equilíbrio orçamentário dos anos anteriores às concessões. Padilha afirma que a proposta da Secretaria busca montar uma equação societária e financeira que permita a Infraero ser uma empresa forte mesmo com a política de concessões em curso.

Ela precisará se comportar como uma empresa de mercado: aumentar receita, cortar custos e competir. O cenário em que ela atuava sozinha no mercado acabou. O ministro diz que para vencer esse desafio a empresa tem em seu favor bons ativos e um mercado que cresce.

"A Infraero não está entrando num jogo, mas comprando um bilhete premiado, porque a previsão de crescimento para o setor de grandes aeroportos, onde opera, é de 7% ao ano nos próximos 20 anos", afirma o ministro, acrescentando que a previsão de crescimento para o mercado aéreo regional bate nos 9% ao ano no mesmo período. A reestruturação abrirá o caminho da empresa para a busca de novas receitas.
      

 
 
 
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