Aviação deve ter déficit superior a R$
7,3 bilhões em 2015
É o pior resultado da história do setor,
equivalente à soma dos resultados líquidos negativos registrados em três
anos consecutivos pelo transporte aéreo
29/09/2015 - 21h59
(Da assessoria da ABEAR)
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A aviação comercial brasileira deve encerrar 2015 com um déficit de
caixa superior a R$ 7,3 bilhões, informou hoje, dia 29 de setembro, a
ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). É o pior resultado da
história do setor, equivalente à soma dos resultados líquidos negativos
registrados em três anos consecutivos pelo transporte aéreo (2011 a
2013), ou R$ 7,4 bilhões, segundo dados da ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil).
Esse déficit está sendo impulsionado pela
escalada da cotação do dólar em relação ao real e pelo aumento de custos
de 24% previsto para este ano, enquanto a receita deve crescer bem
menos, ou 3,7%.
"Esse cenário coloca em risco uma década de conquistas, pois saltamos de
um patamar de 30 milhões para 100 milhões de passageiros. Com o câmbio
nesse valor, não é admissível trabalhar com custos muito acima da média
mundial, como é o caso do combustível", afirmou o presidente da ABEAR,
Eduardo Sanovicz.
O executivo lembra que, até agosto, a cotação do dólar acumula
valorização de 55%, na comparação anual. Cerca de 60% dos custos da
aviação são dolarizados. Para 2016, as projeções indicam uma déficit de
caixa de até R$ 12,2 bilhões, caso a cotação do dólar fique em torno de
R$ 4,44. Se a moeda americana for cotada na casa dos R$ 3,88, as perdas
poderão se situar em R$ 11,4 bilhões.
"Se esse cenário não for enfrentado com maturidade, as pessoas vão
voltar para o ônibus", disse Sanovicz. A ABEAR apresentou, na semana
passada, seis propostas para enfrentar a atual situação
econômico-financeira ao ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil),
Eliseu Padilha.
Na quinta-feira, dia 1º de outubro, será a vez do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Entre tais medidas está o alinhamento do preço do querosene de
aviação (QAV) com o mercado internacional, a eliminação da incidência do
ICMS sobre o combustível, um "waiver" das tarifas aeroportuárias e de
navegação com financiamento via FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil) e
a revisão da regulação das Condições Gerais do Transporte Aéreo, entre
outros temas.
"Não estamos propondo a isenção de subsídios. Nossas contas nós
assumimos. O que a gente não pode mais é trabalhar num cenário no qual
os insumos que recaem sobre as empresas tenham preços tão díspares em
comparação com o mercado internacional", afirmou Sanovicz.
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