Aviação doméstica apresenta primeira reação
em 20 meses
No segmento internacional,
brasileiras sustentam viés de alta ao ocupar espaço deixado pela
retração de aéreas estrangeiras
20/04/2017 -
10h45
(Da
assessoria da ABEAR)
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Os resultados do transporte aéreo doméstico de passageiros no Brasil em
março desse ano marcam a interrupção de um ciclo de retração do mercado
iniciado em agosto de 2015. A demanda por viagens dentro do país teve
alta de 5,90% na comparação com março do ano passado.
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Rodrigo Zanette -
09/04/2016 |
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Terminal de Passageiros 2 do
aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP).
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Na mesma base, a oferta teve expansão em
patamar um pouco inferior, de 3,98%. Com a demanda avançando mais do que
a oferta, o fator de aproveitamento3 das operações teve aprimoramento de
1,44 ponto percentual, chegando a 79,07% de ocupação. O volume de
passageiros transportados nos voos realizados no mês somou 7,4 milhões,
crescimento de 5,72%.
Todas as estatísticas são referentes às operações das empresas Avianca
Brasil, Azul, GOL e LATAM Brasil, integrantes da ABEAR (Associação
Brasileira das Empresas Aéreas), que respondem juntas por mais de 99% do
mercado doméstico.
Contexto
No ano passado a economia do país passou por profundo desaquecimento,
influenciada também pelo momento político. Estes elementos afetaram o
transporte aéreo, que teve, especialmente entre março e julho,
resultados muito piores do que quaisquer expectativas de mercado.
A demanda por transporte aéreo doméstico, que recuava a uma taxa média
de 3,5% no primeiro bimestre, passou a recuar em média 8,0% até o final
do primeiro semestre daquele ano. O mês de março, em particular,
registrou retração de demanda de 7,34% em relação ao ano anterior.
Os dados de março de 2017 agora mostram crescimento atípico quando
comparados aos resultados muito fracos do mesmo mês de 2016. Esse quadro
deve se repetir até meados do ano. A partir de então as estatísticas do
setor deverão recuperar consistência com a sazonalidade tradicional do
mercado.
"Os números desse mês trazem alento. O pior momento dos últimos dois
anos passou. Essa tem sido a percepção das nossas associadas", relatou o
presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz. "Mas é cedo para falar em
crescimento. Mesmo melhores do que os de 2016, um ponto fora da curva,
nossos números ainda são piores do que os de 2014, 2013 e até 2011,
dependendo do indicador. Acelerarmos a retomada do setor, contribuindo
para a economia nacional, depende da resolução das pautas que temos
exposto à sociedade desde a criação da ABEAR", concluiu.
A participação do mercado doméstico em março de 2017 ficou assim: GOL
com 35,22%, LATAM Brasil com 33,16%, Azul com 18,84% e Avianca Brasil
com 12,78%.
Mercado internacional
As associadas ABEAR registraram crescimento de 18,43% na demanda por
viagens aéreas internacionais em março desse ano na comparação com o
mesmo mês do ano anterior. Em recorte idêntico, a oferta teve expansão
de 9,33%.
Com a demanda crescendo quase o dobro da oferta, o fator de
aproveitamento teve avanço expressivo de 6,49 pontos percentuais,
chegando a uma ocupação de 84,46% das operações. O volume de passageiros
transportados, em linha com a demanda, aumentou 16,78% (676 mil
viajantes no mês).
Os valores de oferta, demanda, volume de passageiros e fator de
aproveitamento são os mais elevados para o mês de março na série
histórica. As estatísticas são referentes às operações das empresas
Avianca Brasil, Azul, GOL e LATAM Brasil, que respondem juntas por
aproximadamente 30% do mercado internacional.
A participação do mercado internacional em março de 2017 ficou assim:
LATAM Brasil com 77,65%, GOL com 11,69%, Azul com 10,57% e Avianca
Brasil com 0,10%.
O conjunto das empresas brasileiras segue aproveitando o ambiente
concorrencial para crescer no mercado internacional. Com diversas aéreas
estrangeiras reduzindo a oferta e até mesmo deixando de operar rotas no
país recentemente, as nacionais têm experimentado crescimento acentuado
desde o final de 2016.
Entretanto, como as companhias estrangeiras detêm ainda uma parcela bem
maior do mercado (cerca de 70% da demanda), o segmento como um todo tem
diminuído de tamanho. Os dados totais da aviação internacional no Brasil
(companhias nacionais + estrangeiras) mostram que em fevereiro (último
mês disponível na base de dados da ANAC), em comparação com o mesmo mês
do ano anterior, a oferta teve retração de 12,9%, a demanda recuou 6,3%
e o volume de passageiros teve redução de 2,3%.
Acumulado do ano
Ao final do primeiro trimestre de 2017 a aviação doméstica, em
comparação com período equivalente de 2016, registrou redução de 1,61%
na oferta, retração da demanda de 0,24%, aprimoramento de 1,11 ponto
percentual do fator de aproveitamento (81,10% de ocupação) e baixa de
0,98% no total de passageiros (22,6 milhões).
Em igual intervalo, dentro de sua fatia do mercado internacional as
companhias aéreas brasileiras tiveram expansão de 3,81% na oferta,
crescimento de 9,53% na demanda, melhoria de 4,48 pontos percentuais no
fator de aproveitamento (85,80% de ocupação) e ampliação de 9,76% no
total de passageiros transportados (2,1 milhões).
Carga aérea
A aviação doméstica movimentou 28,6 mil toneladas de cargas em março
desse ano, total 9,60% superior ao do mesmo mês de 2016. No mercado
internacional foram 19,4 mil toneladas, volume 31,41% maior em igual
base de comparação. As estatísticas incluem as operações das associadas
Avianca Cargo, Azul Cargo, Gollog, e LATAM Cargo.
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