Preços de bilhetes internacionais no
Brasil têm redução
ANAC divulgou o primeiro
relatório sobre tarifas aéreas internacionais
17/08/2017 -
11h12
(Da
assessoria da ABEAR)
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As tarifas aéreas internacionais para voos com origem no Brasil, entre
companhias aéreas nacionais e estrangeiras, registraram queda em valores
nominais para todos os continentes na comparação de 2016 com 2011,
informou a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
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Rodrigo Zanette - 19/12/2015 |
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Cauda de aviões da TAM, Delta Air Lines e Air Canada.
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Segundo o levantamento, o destino com a
maior redução foi a América do Norte (40,7%), seguida por Ásia (38,7%),
África (37,2%), Europa (32%), América Central (28,3%) e América do Sul
(19,5%).
"Esse estudo é importante porque reafirma os benefícios da
desregulamentação das tarifas que, no caso do mercado internacional,
ocorreu em 2008 para a América do Sul e gradativamente para os demais
mercados a partir de 2009. O mercado doméstico, que teve a liberalização
tarifária em 2002, registrou redução de quase 50% nos preços das
passagens de 2002 até 2016", afirmou o consultor técnico da ABEAR
(Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Maurício Emboaba.
O primeiro estudo da ANAC sobre tarifas aéreas internacionais também
mostra que a América do Sul teve 59,8% das passagens vendidas abaixo de
US$ 300 em 2016, sendo que em 2011 essa fatia era de 34%. Já para a
América do Norte 53,6% dos bilhetes foram comercializados por menos de
US$ 600 no ano passado, ante 6,9% em 2011. Para a Europa, passagens
abaixo de US$ 750 responderam por 56,5%, diante dos 16,2% de seis anos
atrás.
Metodologia
O estudo da ANAC levou em conta passagens de ida e volta em voos de
classe econômica para passageiros adultos, em ofertas públicas
realizadas pela própria companhia aérea. Foram consideradas entre 800
mil a pouco mais de 1 milhão de passagens vendidas no período. Segundo o
levantamento, de 2011 a 2016 houve aumento de 17% no fluxo anual de
passageiros pagos, ou o equivalente a um crescimento de 3,2% ao ano,
nesse período.
Liberdade Tarifária
O conceito de liberdade tarifária, o direito de empresas competirem
praticando livremente seus preços, e ajustando-os conforme a
receptividade do mercado consumidor e de acordo com os níveis de oferta
e demanda, passou a se disseminar no mercado de aviação a partir do
final da década de 1970. Os EUA foram pioneiros nesse movimento, sendo
seguidos por países europeus.
No Brasil, o governo continuou tabelando os preços dos bilhetes aéreos
até meados da década de 1990. Depois disso, ainda sob a gestão do DAC
(Departamento de Aviação Civil), o país passou por um período de
transição e os preços passaram a ser fixados dentro de faixas de valores
máximos e mínimos. Somente a partir da virada do século XXI o mercado
doméstico finalmente viu a liberação dos preços, que foi estendida
gradualmente para o mercado internacional, após o surgimento da ANAC. Em
ambos os casos o resultado foi a redução dos valores médios reais ao
longo do tempo.
Fundamental para esse efeito é o conceito de precificação dinâmica. É
ele que permite a segmentação de mercado. Ou seja, ofertar os serviços
de acordo com as necessidades e capacidade de consumo dos diferentes
tipos de clientes (assim como existem carros populares e de luxo para os
diferentes gostos e bolsos).
Nessa lógica, clientes corporativos, que, de forma geral, têm
necessidades bem específicas, menor facilidade de planejamento e maior
capacidade de pagamento, consomem as passagens de valor mais elevado. O
público geral, por sua vez, têm ao seu lado a flexibilidade de datas e
horários, e a possibilidade de planejamento antecipado das viagens, como
estratégias para conseguir bilhetes econômicos e que caibam nos seu
orçamentos familiares.
Dentro desse sistema, as classes tarifárias são outro elemento central
para o barateamento e popularização das viagens aéreas. No passado os
clientes só podiam, optar por classes de serviço: primeira classe,
classe executiva ou classe econômica. Com a liberdade tarifária, hoje os
clientes podem escolher por classes tarifárias: tarifa cheia, tarifa
regular ou tarifa promocional. Nesse caso a lógica é que quanto mais
barato um bilhete, mais restritas são as possibilidades de alteração ou
cancelamento (o que explica a existência de taxas para estes
procedimentos). Já os bilhetes de preços mais elevados têm grande
flexibilidade de remarcação ou cancelamento sem novos desembolsos. Leia
mais sobre o tema no site Panorama da Aviação Brasileira.
Custo Brasil
Hoje, um dos obstáculos à trajetória de barateamento dos preços das
viagens aéreas são os custos de operação existentes no Brasil, que são
superiores à média internacional. Atualmente o Senado discute uma
proposta de limitação da alíquota de ICMS que onera o combustível usado
para os voos dentro do país. Essa tributação tira a competitividade das
nossas empresas, encarece as viagens domésticas em relação às
internacionais, eleva os preços dos bilhetes como um todo e, muitas
vezes, limita a conectividade aérea em localidades fora dos grandes
centros. São Paulo, que concentra a maior parcela de embarques entre
todos os estados brasileiros, encarece os abastecimentos domésticos com
uma alíquota de 25% de ICMS. Pelo peso do estado, isso encare os custos
de operação em todo o país.
A aprovação da proposta, além de reverter esse quadro, traz benefícios
ambientais e tem o potencial de repor a arrecadação atual através de
desenvolvimento, como, por exemplo, com o aumento do número de
passageiros aéreos e aquecimento da atividade turística. Essa é uma das
prioridades da aviação brasileira.
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