Aéreas
brasileiras têm lucro de R$ 120 mi no 1º trimestre
Avianca Brasil não
apresentou as suas demonstrações contábeis à ANAC
16/06/2017 -
15h44
(Da
assessoria da ANAC)
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A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou hoje, dia 16 de
junho, as demonstrações do primeiro trimestre de 2017 das empresas
brasileiras LATAM Airlines Brasil, GOL e Azul, que juntas representaram
mais de 86% da demanda por transporte aéreo público doméstico de
passageiros, em termos de passageiros quilômetros pagos transportados (RPK,
do inglês Revenue Passenger Kilometres).
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Rodrigo Zanette - 02/11/2016 |
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Principais empresas aéreas brasileiras apuraram prejuízo de R$ 1,5
bilhões em 2016,
segundo a ANAC.
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A Avianca Brasil foi a única entre as
quatro principais aéreas do país que não apresentou as suas
demonstrações contábeis do período à ANAC. O fato sujeita a empresa a
processo administrativo para apuração de infração, que pode resultar na
aplicação de penalidade administrativa.
Dos dados apresentados neste primeiro semestre, destaca-se o lucro
líquido de R$ 120 milhões registrado pelas três companhias. O valor
representou uma margem líquida de 1,6%. No mesmo período do ano passado,
LATAM Airlines Brasil, GOL e Azul somaram prejuízo de R$ 109 milhões,
com margem líquida negativa de 1,4%. No primeiro trimestre do ano
passado, apenas a empresa GOL havia apresentado resultado positivo.
A Receita Líquida das três empresas apresentou redução de 0,9% na
comparação com o mesmo trimestre de 2016, enquanto os Custos dos
Serviços Prestados reduziram 3,9%. Assim, a Margem Bruta do primeiro
trimestre melhorou 20%, passando de 13,1%, em 2016, para 15,7%, em 2017.
As despesas operacionais das três empresas, por sua vez, recuaram 28,3%
na comparação com o 1º trimestre do ano anterior.
A Margem Operacional Líquida das três empresas, também conhecida como
Margem EBIT (do inglês Earnings Before Interest and Taxes), foi positiva
de 2,9%, contra 4,6% negativos em igual trimestre de 2016. Se
considerado o resultado de equivalência patrimonial e de partes
relacionadas neste cálculo, a margem do primeiro trimestre foi positiva
de 2,3% em 2017 contra uma margem negativa de 6,5% em 2016.
Contexto do Transporte Aéreo
É importante destacar que, no primeiro trimestre de 2017, o transporte
aéreo se desenvolveu em um ambiente onde o PIB (Produto Interno Bruto
brasileiro) registrou alta de 1% na comparação com o trimestre
imediatamente anterior, após 8 trimestres consecutivos em baixa. Quando
comparado com igual trimestre de 2016, houve baixa de 0,4%, segundo
dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A demanda por transporte aéreo doméstico de passageiros das três
empresas recuou 2,2% na comparação com igual trimestre de 2016. No
entanto, o indicador registrou alta de 4,8% para essas empresas em março
de 2017, após 19 meses consecutivos de retração.
No transporte aéreo internacional de passageiros, a demanda das três
empresas cresceu 9% na comparação com o 1º trimestre do ano anterior. O
indicador dessas empresas registrou alta de 17,7% em março de 2017 na
comparação com o mesmo período de 2016, o que resulta 6 meses
consecutivos de crescimento.
A taxa de câmbio Real/Dólar reduziu 20% na comparação com igual
trimestre de 2016, segundo dados apurados pelo Banco Central do Brasil.
Esse movimento é favorável ao setor, pois a taxa de câmbio afeta
diretamente os custos com combustível, arrendamento, seguro e manutenção
de aeronaves, que representaram aproximadamente metade do total de
custos dos serviços aéreos públicos e de despesas operacionais das 3
empresas no 1º trimestre de 2017.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, o preço médio do barril
de petróleo no mercado internacional valorizou 62% na comparação com o
mesmo trimestre de 2016.
O movimento é desfavorável ao setor, pois o item afeta diretamente o
custo com combustível de aeronaves, que representou 29% do total de
custos dos serviços aéreos públicos e de despesas operacionais das três
empresas no período.
Ressalta-se que os efeitos das oscilações da taxa de câmbio e do preço
internacional do barril de petróleo podem não ocorrer imediatamente.
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