Rotas mais curtas do PBN-Sul reduzirão
emissões de CO2
Alterações impactarão cerca
de 300 mil voos por ano e já estão em vigor
14/10/2017 -
18h44
(Da
assessoria da FAB)
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Entrou em vigor na última quinta-feira, dia 12 de outubro, o resultado
do maior projeto de reestruturação de um espaço aéreo controlado já
empreendido no País: a implementação da chamada Navegação Baseada em
Performance (PBN – Performance Based Navigation) no Sul do Brasil
realizada pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).
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Divulgação - FAB |
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Rotas mais curtas do PBN-Sul reduzirão
6 milhões de quilos de CO2 emitidos por ano.
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O primeiro voo a ser beneficiado com as
mudanças foi de uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) que
realizava um transporte de órgãos para transplante e que decolou de
Dourados (MS) para Guarulhos (SP), ingressando na Terminal São Paulo às
2h25. Com as novas rotas, o tempo de voo diminuiu em 15 minutos, o que é
muito importante para esse tipo de missão.
A redistribuição e otimização de aerovias e procedimentos de navegação
aérea em cerca de 1,8 milhão de Km2 de espaço aéreo ratifica
de vez, às aeronaves com tecnologia embarcada e tripulação capacitada, o
voo orientado por satélites e sistemas digitais de performance de bordo
na região.
Rotas menores, economia de custos
As alterações do PBN-Sul impactarão cerca de 300 mil voos por ano. Desde
1h37 da madrugada desta quinta-feira, quando foi concluída a mudança de
cenário em todos os órgãos de controle envolvidos no projeto, as
aeronaves cruzarão os céus em novos caminhos, agora abreviados. Para se
ter uma ideia do corte, do total do antigo composto de rotas, foram
reduzidas 1430 Milhas (2.650 Km) em trajetórias de voo na região;
distância equivalente a um voo entre o Rio de Janeiro e Macapá.
Gerente do projeto, o chefe da Divisão de Operações do Instituto de
Cartografia Aeronáutica (ICA), Major Eduardo Sardella da Silva, afirma
que a fluidez entre as terminais aéreas também será aprimorada ao
viabilizar. "Além dos encurtamentos de trajetórias, acessibilidade a
localidades anteriormente não contempladas e a possibilidade de expansão
de operações sem exigência de grandes alterações", disse.
Rotas mais curtas também impactam em outras variáveis importantes. Com a
redução dos tempos de viagem, as aeronaves diminuem o consumo de
combustível e, consequentemente, os custos de voo. De acordo com os
cálculos do Subdepartamento de Operações do DECEA, a redistribuição
dessas estradas do céu reduzirá o consumo de combustível das aeronaves
em 2 mil toneladas por ano.
A quantidade é significativa porque a queima de querosene está
diretamente relacionada à emissão de dióxido de carbono na atmosfera. O
DECEA estima que, em face da redução dos trajetos e do tempo das
viagens, cerca de 6.500 Toneladas de CO2/ano a menos deixarão
de ser despachadas no céu.
Mais de 300 novas Cartas
Ao todo foram confeccionadas mais de 300 novas Cartas Aeronáuticas
(mapas aéreos). Elas revelam os traçados dos novos caminhos pelos quais
vêm evoluindo a racionalização da navegação aérea no Brasil que, com o
PBN, pode seguir o preceito euclidiano de que a reta é a menor distância
entre dois pontos. Reformulando a lógica convencional na distribuição
das rotas no mapa, os trajetos não precisam mais interceptar os símbolos
correspondentes aos auxílios de voo no solo, o que redesenha por
completo a disposição dos percursos.
As subidas e descidas dos voos, igualmente, passam a ser executadas de
modo contínuo, sem variações bruscas de aceleração e nivelamento de
altitude (quando, por exemplo, um avião desce executando pequenos
mergulhos seguidos de ajustes de altitude, tal qual num degrau
imaginário). São os chamados CDO – Continuous Descent Operations
(Operação de Descida Contínua) e CCO – Continuous Climb Operation
(Operação de Subida Contínua) que além de viabilizar melhores
trajetórias de voo e economia no consumo de querosene, reduzem
significativamente os ruídos das operações aéreas nas proximidades de
aeródromos.
Objetivos de Sustentabilidade da ONU
A redução nas emissões de poluentes no céu é um anseio de toda a
comunidade aeronáutica e vem ocupando cada vez mais espaço na agenda do
controle aéreo do País e de todo o mundo. É, inclusive, exigência de
organismos internacionais reguladores da atividade, como a Organização
da Aviação Civil Internacional (OACI), que a tem tomado como prioridades
nos últimos anos em face dos objetivos de desenvolvimento sustentável da
ONU.
No ano passado, a 39ª Assembleia da OACI, reunida em Montreal, no
Canadá, aprovou uma resolução que define as diretrizes regulatórias para
um esquema global de compensação de emissões de carbono (CO2)
para o transporte aéreo internacional. A iniciativa, conhecida como GMBM
(Global Market-Based Measure), teve por finalidade apoiar o objetivo da
promoção do crescimento neutro de CO2 da aviação civil internacional já
a partir de 2020.
A implementação do PBN pelo DECEA avaliza o comprometimento do estado
brasileiro com a resolução da OACI. O País exerce atualmente importante
liderança na América do Sul na ascensão de uma navegação aérea mais
sustentável. É o que afirma o chefe do Subdepartamento de Operações do
DECEA, Brigadeiro Luiz Ricardo de Souza Nascimento. "Sem dúvida, com a
iniciativa, agregaremos mais eficiência na gerência do espaço aéreo em
nosso País, emitindo menos CO2 e reduzindo os ruídos nas
proximidades dos aeroportos", afirmou.
"Esperamos também que os usuários se beneficiem da nova estrutura das
rotas de modo a reduzir seus custos operacionais e a carga de trabalho
da tripulação. Estes fatores são fundamentais para atingirmos os
objetivos estratégicos do setor", completou o oficial-general.
É importante destacar que o PBN, porém, não é exatamente uma novidade no
Brasil. Já vem sendo implementado nas terminais aéreas mais movimentadas
do País desde 2009; caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo
Horizonte, por exemplo, que já dispõe de procedimentos de navegação
aérea operando no conceito.
Nas aerovias, a implementação também vem ocorrendo gradualmente. O
trecho relacionado à ponte-aérea Rio São Paulo, por exemplo, opera
nestes termos desde dezembro de 2013 e vem obtendo benefícios na redução
dos trajetos e de ruídos nas vizinhanças de importantes aeroportos, como
o Santos Dumont.
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