Aeronaves não comportam uma mala a
bordo por
passageiro
Em um Boeing 737-800, por
exemplo, com capacidade para 184 passageiros, os compartimentos na
cabine de passageiros podem transportar cerca de 118 malas de bordo
padronizadas
26/04/2019 -
11h14
(Da
assessoria da ABESATA)
-
A terceira fase da campanha de orientação dos passageiros para que usem
malas dentro do padrão para bagagem de mão, iniciada nesta semana em
diversos aeroportos do país, não vai resolver o problema criado pelo
excesso de bagagem a bordo. Desde o início da cobrança por mala
despachada nos voos domésticos, em algumas rotas específicas, o número
de malas a bordo tem sido tão grande que a maior parte precisa ser
removida para o porão quando chega na porta da aeronave. O trabalho
extra prejudica toda a equipe de atendimento no solo e pode colocar em
risco a saúde do trabalhador.
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Divulgação - Infraero |
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Esteira de bagagem no novo terminal de passageiros do aeroporto de
Goiânia (GO).
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"A mala quando despachada, passa por
equipamentos apropriados, como esteiras e tratores, para levá-las até a
aeronave. No caso de bagagem que esteja fora do padrão e que seja
identificada já próximo ao embarque, ela exigirá tratamento que
envolverá pessoas e infraestrutura que nem sempre estarão disponíveis",
afirmou Jorge Leal Medeiros, engenheiro aeronáutico e professor da USP.
A mala entregue ao colaborador da empresa aérea na porta do avião
comumente tem que ser transportada ao porão por um atendente, através de
uma escada. Fazer isso várias vezes por voo não é tarefa fácil, pode
prejudicar a saúde ocupacional do trabalhador e resultar em custos
adicionais na cadeia produtiva. Anteriormente, essa tarefa era uma
exceção, com a nova sistemática de cobrança de malas despachadas, passou
a ser regra.
A campanha de orientação dos passageiros foi criada para conscientizar
as pessoas do tamanho e formato da mala permitida a bordo. Desde que
entrou em vigor a Resolução 400 da ANAC (Agência Nacional de Aviação
Civil), muitas pessoas preferem levar uma mala a bordo para não arcar
com os custos da mala despachada, muitas vezes excessivos em comparado
com o custo do bilhete. Esta semana o UOL publicou uma reportagem
mostrando que nas viagens ao exterior o preço da mala despachada extra
beira os 100 euros.
"Queremos conscientizar as pessoas de que só comprar uma mala nova, no
padrão de bagagem de mão indicado pela IATA (International Air Transport
Association), não resolve. É uma questão de capacidade das aeronaves.
Promover a chamada recolha da bagagem excedente está criando um problema
mais complexo. Em alguns aeroportos, como Salvador, rota turística
importante, chega a 40 o número de malas recolhidas em um único voo, na
porta da aeronave, e tem que descer para o nível do chão sem esteira ou
qualquer outro tipo de mecanismo. O funcionário desce tudo isso na mão,
usando a força física apenas e isso, além de não ser salutar para os
colaboradores envolvidos, se não bem gerenciado, pode retardar o tempo
em solo da aeronave", argumentou Ricardo Aparecido Miguel, presidente da
ABESATA (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Auxiliares do
Transporte Aéreo). Acredita ele que com o tempo a inovação vai se
ajeitar, com o equilíbrio entre o preço a ser cobrado pela mala
despachada e o hábito dos passageiros.
Em uma aeronave fabricada pela Boeing, por exemplo, o 737-800, usual no
Brasil, com capacidade para até 184 passageiros, os compartimentos
internos podem levar no máximo 118 malas dentro do padrão. Se o voo
estiver cheio e cada passageiro tiver uma mala adequada, 66 vão ser
recolhidas no chamado transbordamento.
A campanha de orientação dos passageiros começou esta semana nos
aeroportos Congonhas, em São Paulo, Galeão e Santos Dumont, no Rio de
Janeiro, e ainda nos aeroportos de Porto Alegre e Goiânia. Até o dia 8
de maio, passageiros de 12 aeroportos terão sido orientados a levar a
bordo, sem despachar, apenas uma mala com o máximo 55 cm de altura, 35
cm de largura e 25 cm de profundidade, pesando até 10 quilos. A partir
do dia 13 de maio, a fiscalização vai ser intensificada e o passageiro
será obrigado a despachar a mala fora de padrão.
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