ABAG repudia ideia de fechar o
aeroporto Campo de Marte
Entidade diz que é
inaceitável a proposta do Governador João Doria de encerrar as operações
do aeroporto, especialmente sob o argumento de trazer insegurança à
região
17/01/2019 -
10h44
(Da
assessoria da ABAG)
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A proposta do governador João Doria de fechar o aeroporto Campo de Marte
é inaceitável na visão da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral),
ainda mais sob o argumento de que o aeroporto, o quinto mais importante
do país, é inseguro.
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Rodrigo Zanette - 18/10/2008 |
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ABAG repudia ideia de fechar o
aeroporto Campo de Marte.
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"Em 12 anos foram 3 fatalidades, 10 anos
da aviação causa muito menos mortes do que o trânsito de São Paulo. A
aviação é muito segura e o Campo de Marte é fundamental para a cidade de
São Paulo", disse Flavio Pires, CEO da ABAG. A entidade está
participando de uma série de ações contra a ideia do governador de
fechar o aeroporto, incluindo manifestações, abaixo-assinados e
articulações políticas.
Na visão do CEO da ABAG também causa estranheza ver um governador de
Estado querer fechar as portas de um aeroporto municipal, gerido por uma
autarquia federal que é a Infraero. "A proposta sequer representa a
vontade dos moradores da região, que temem muito mais pela exploração
imobiliária que pode surgir, o caos que seria provocado no trânsito como
uma das consequências do adensamento populacional", explicou Pires, que
esteve, juntamente com outras entidades, ouvindo as associações de
moradores da região.
O aeroporto Campo de Marte encerrou o ano de 2018 com 70 mil operações
de pousos e decolagens, mas já chegou a 96 mil operações anuais, antes
da crise de 2014. É o quinto aeroporto mais importante do Brasil e
conecta São Paulo a mais de 900 destinos em todo território nacional.
Lembrando que o Brasil tem 5.500 cidades, mas a aviação comercial liga
apenas pouco mais de 100 cidades. O restante precisa ser conectado com a
aviação geral.
O Brasil é dono da segunda maior frota de aeronaves da aviação geral,
ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São 15.421 aeronaves (dados de
set de 2018), divididas em jatos (770), turboélices (1.326),
helicópteros (2.085), anfíbio (40) e aeronaves convencionais (11.200).
"A aviação continua sendo o transporte mais seguro do mundo e o
governador sabe disso. O argumento de que Campo de Marte precisa ser
fechado por falta segurança é completamente descabido. Em 10 anos da
aviação morreu menos gente de acidente aéreo do que em acidentes de
trânsito na Avenida 23 de Maio, nem por isso se cogita o fechamento da
avenida", afirmou Pires.
O Campo de Marte é fundamental para o sistema aeroviário de São Paulo.
Todas as grandes cidades contam com um aeroporto central dedicado à
aviação geral. Marte é alternativa para Congonhas que hoje dispõe de
muito pouco espaço para os aviões de pequeno e médio porte. O usuário de
Marte não é o de grandes aeronaves da aviação executiva, é outro perfil,
com aeronaves menores, incluindo muitos helicópteros. "Os aeroportos de
Jundiaí e de Sorocaba não teriam como absorver estas 70 mil
operações/ano, e a alternativa, mencionada pelo governador, o aeroporto
Catarina, que está sendo erguido pela JHFS, estaria um pouco mais
distante dos centros empresariais da cidade de São Paulo, do que o
aeroporto do Campo de Marte", garantiu o CEO ABAG.
Para a entidade é possível fazer usos diferenciados do Campo de Marte
sem abrir mão das operações. Ao todo são 2,5 milhões de metros
quadrados, daria para fazer um parque e o Museu Aeroespacial, que vem
sendo discutido. Sem sacrificar nada. "O potencial de Campo de Marte
ainda a ser explorado é enorme, tal logo a economia do país
restabelecendo o vigor do setor aéreo e do turismo, com linhas regionais
de voos, para cidades como Angra dos Reis, Búzios e o forte interior
paulista, e novos usos como os eventos chamados fly-in. Estamos
inclusive em negociação para levar para lá a LABACE, segunda maior feira
do mundo de aviação executiva, que acontece no mês de agosto em São
Paulo", ressaltou Flavio Pires. No ano passado, com a presença de mais
de 100 empresas e 47 aeronaves expostas, a LABACE 2018 recebeu um
público de mais de 10 mil visitantes.
A ABAG defende uma solução conciliatória e inclusiva que contemple novos
usos e até mudanças na forma de aproximação das aeronaves para permitir
a exploração imobiliária diferenciada na região. "Repudiamos
veementemente a ideia de fechar qualquer aeroporto no país. Campo de
Marte faz parte do novo desenho do DECEA (Departamento de Controle do
Espaço Aéreo) para o futuro da aviação em São Paulo e é isso que falta
aos governantes: a visão de futuro. Fechar é rápido, erguer um novo
aeroporto leva décadas, sabemos disso", finalizou Pires.
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