75 anos da participação da FAB na
Segunda Guerra Mundial
Atualmente, a Força Aérea
Brasileira conta com Esquadrões de Aviação de Caça em diversas regiões
do país
22/04/2020
-11h41
(Da assessoria da FAB)
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Era um sábado, dia 11 de novembro de 1944, quando o Primeiro Grupo de
Aviação de Caça (1º GAVCA) voou, pela primeira vez, como unidade
independente, para combater na Segunda Guerra Mundial. As aeronaves
P-47D Thunderbolt decolaram de Tarquínia, na região central da Itália,
para realizar missões de reconhecimento armado.
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Acervo - FAB |
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FAB celebra os 75 anos da participação na
Segunda Guerra Mundial.
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Essa primeira missão
foi realizada após quase um ano de criação do 1º GAVCA, que tinha como
Comandante o então Major Nero Moura, e um intenso período de
treinamento.
Dez dias depois, no dia 21 de novembro de 1944, as varreduras deram
lugar às missões de interdição, com as aeronaves armadas com duas bombas
de emprego geral AN/M43 de 500 libras (227 kg). O Grupo de Caça passou a
fazer bombardeio picado contra alvos no Vale do Pó, cerca de 45 minutos
de voo de Tarquínia. Até o final do mês de novembro, os brasileiros
executaram 68 surtidas.
"Cada um dos nossos aviões P-47D possuía oito metralhadoras ColtBrowning
M2 de calibre .50pol. Cada metralhadora era capaz de atingir uma
cadência de 750 a 850 tiros por minuto. Disparadas simultaneamente, o
concentrado poder de fogo que elas apresentavam despedaçava praticamente
qualquer tipo de alvo que pudéssemos encontrar, até mesmo veículos
blindados", relembram os então Tenentes-Aviadores Rui Barbosa Moreira
Lima e José Rebelo Meira de Vasconcelos, em depoimentos no livro Heróis
dos Céus - a Iconografia do 1º Grupo de Aviação de Caça na Campanha da
Itália 1944-1945.
No início de dezembro de 1944, os brasileiros passaram a operar a partir
da cidade de Pisa, também localizada na região central da Itália e a
apenas 50 km da linha de frente. O 1° GAVCA executava, diariamente,
surtidas de ataque contra pontes ferroviárias e rodoviárias, trechos de
linhas férreas e estradas de rodagem, depósitos de combustível e de
munição, e edificações ocupadas por forças inimigas.
Para reforçar sua capacidade de destruição, a partir de fevereiro de
1945, as aeronaves do 1º GAVCA foram progressivamente modificadas para
receberem o sistema de lançamento de foguetes M10, composto de três
tubos, cada um capaz de lançar um foguete M8A2 de quatro polegadas e
meia.
Ao final da guerra, no mês de maio, os militares da FAB haviam realizado
445 missões, com um total de 2.546 saídas de aviões e de 5.465 horas de
voo. Foram destruídas 1.304 viaturas motorizadas, 13 locomotivas, 250
vagões de estradas de ferro, oito carros blindados, 25 pontes de estrada
de ferro e de rodagem e 31 depósitos de combustível e de munição, entre
outros alvos.
Ópera do Danilo
Uma história que marcou a participação do Brasil na guerra foi a do
então Tenente Danilo Moura. No dia 4 de fevereiro de 1945, após ter seu
P-47D Thunderbolt abatido pela artilharia antiaérea inimiga na Itália, o
Tenente Danilo percorreu uma jornada de 386 quilômetros, caminhando
durante 24 dias. Passando despercebido pelas Forças do Eixo e contando
com a ajuda da população italiana, ele conseguiu chegar à Base aliada em
Pisa, 19 quilos mais magro. A história da fuga deu origem à Ópera do
Danilo, que todo ano é encenada no Dia da Aviação de Caça, dia 22 de
abril, data em que o 1° GAVCA atingiu o auge das atuações, tendo
realizado 44 surtidas, distribuídas em 11 missões.
1ª ELO
A Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO), que, com
pilotos e mecânicos da FAB, atuou junto à Artilharia Divisionária da
Força Expedicionária Brasileira (FEB), também participou da guerra na
Itália, realizando 682 missões de guerra e regulações de tiro de
artilharia.
"Dizer do seu trabalho nesta Campanha é cantar um hino ao destemor e à
noção de dever dos aviadores e artilheiros que a constituem. Não houve
mau tempo, não houve neve, tampouco acidentes e pistas impróprias que
arrefecessem o ânimo e a disposição dos seus componentes", ressaltou o
então Comandante da FEB, Marechal João Batista Mascarenhas de Morais, em
depoimento no livro "A Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra
Mundial".
Aviação de Patrulha
A Aviação de Patrulha também atuou durante a Segunda Guerra Mundial. O
Capitão Aviador Affonso Celso Parreiras Horta e o Capitão Aviador
Oswaldo Pamplona Pinto, pilotos da aeronave B-25 Mitchell, ainda em
formação operacional como patrulheiros, realizaram o primeiro ataque
contra um submarino em águas brasileiras, que ocorreu no dia 22 de maio
de 1942, próximo ao Atol das Rocas, no litoral do Rio Grande do Norte.
Surpreendido pela rápida ação, o submarino Italiano Barbarigo reagiu
intensamente com fogo antiaéreo, submergiu e se evadiu. Até o final da
guerra, 11 submarinos foram afundados durante a execução de missões de
Patrulha.
Símbolo Comemorativo
Os 75 anos da participação da Força Aérea Brasileira na 2ª Guerra
Mundial conta com um Símbolo Comemorativo, que está sendo incluído em
documentos administrativos. A Portaria nº 296/GC3, do dia 9 de março de
2020, orienta que o Símbolo seja utilizado por todas as Organizações
Militares do Comando da Aeronáutica (COMAER), nos limites do
estabelecido na ICA 903-1 "Símbolos Heráldicos do Comando da
Aeronáutica", de 2017. A determinação foi publicada no Boletim do
Comando da Aeronáutica (BCA) nº 44, de 17 de março de 2020.
Evolução da Aviação de Caça
Durante os 75 anos posteriores ao fim da guerra, a FAB operou diversas
aeronaves de caça, como o GlosterMeteor, primeira aeronave a jato a voar
na FAB; o Lockheed F-80; o Cessna T-37; o DassaultMirage III; o Embraer
AT-26 Xavante e o Mirage 2000.
Atualmente, a Força Aérea conta com Esquadrões de Aviação de Caça,
localizados nas diversas regiões do país, que operam as aeronaves F-5M,
A-1M e A-29.
Além do 1° Grupo de Aviação de Caça, que opera a aeronave F-5M da Ala
12, no Rio de Janeiro, também, operam o F-5M os Esquadrões Pacau (1°/4°
GAV), Pampa (1°/14° GAV) e Jaguar (1° GDA). Já os Esquadrões Joker
(2°/5° GAV), Escorpião (1°/3° GAV), Grifo (2°/3° GAV) e Flecha (3°/3°
GAV) operam a aeronave A-29. E os Esquadrões Poker (1°/10° GAV) e
Centauro (3°/10° GAV) o A-1M.
A partir de 2021, a previsão é que a FAB inicie a operação do caça
supersônico F-39 Gripen. No segundo semestre deste ano, a aeronave virá
para o Brasil para dar continuidade à campanha de ensaios em voo por
aqui. O avião foi concebido para ser flexível e utilizar pequena
infraestrutura logística, precisando de apenas 500 metros de pista para
decolar e 600 metros de distância para pousar. Além disso, o tempo de
mudança de configuração também é mínimo: são necessários apenas dez
minutos para configurá-lo para missões ar-ar, incluindo o
reabastecimento e o remuniciamento das armas.
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