Demanda global por viagens aéreas
cresce 4,2% em 2019
Resultado representa uma desaceleração do
crescimento de 7,3% registrado em 2018
11/02/2020 -12h43
(Da assessoria da ABEAR)
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A demanda global por viagens aéreas domésticas e internacionais cresceu
4,2% em 2019, em comparação com o ano anterior, informou a Associação
Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).
O resultado representa uma desaceleração do crescimento de 7,3%
registrado em 2018 e marca o primeiro ano com aumento abaixo da média
anual de 5,5%, desde a crise financeira mundial de 2009.
A capacidade das aeronaves para o transporte de passageiros aumentou
3,4% no ano e a taxa de ocupação cresceu 0,7 ponto percentual em relação
a 2018, chegando ao índice recorde de 82,6%.
Apenas em dezembro, o aumento da demanda global por viagens aéreas foi
de 4,5% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado é uma
melhora em relação ao crescimento de 3,3% registrado em novembro. Na
mesma base de comparação ano a ano, a oferta de assentos aumentou 2,1% e
a taxa de ocupação das aeronaves subiu para 82,3%, alta de 1,9 ponto
percentual.
"As companhias aéreas fizeram um bom trabalho em manter o crescimento
constante no ano passado diante de vários desafios. Um cenário econômico
mais fraco, a atividade comercial global reduzida e as tensões políticas
e geopolíticas cobraram seu preço. O eficiente gerenciamento de
capacidade e os efeitos da suspensão do 737 MAX contribuíram para outro
recorde no índice de ocupação, ajudando o setor a gerenciar a menor
demanda e a melhorar o desempenho", afirmou Alexandre de Juniac,
diretor-geral e CEO da IATA.
Carga aérea
A demanda global por transporte aéreo de cargas diminuiu 3,3% em 2019,
em relação ao ano anterior, a IATA. Segundo a organização, foi a
primeira queda nesse indicador desde 2012 e o pior desempenho anual
desde a crise financeira global, em 2009, quando essa atividade
registrou redução de 9,7%.
A capacidade de carga, medida em quilômetros por tonelada de frete
disponível, aumentou 2,1% em relação ao ano passado. Já o aproveitamento
das aeronaves para essa atividade mostrou queda de 2,6 pontos
percentuais e encerrou o período em 46,7%.
Apenas em dezembro, o volume de carga teve queda de 2,7% em relação ao
mesmo mês do ano anterior, enquanto a capacidade cresceu 2,8%, na mesma
comparação. Já o aproveitamento das aeronaves foi de 46,7%, recuo de 2,7
pontos percentuais em relação a 2019.
De acordo com a IATA, o desempenho da carga aérea em 2019 foi
influenciado pelo fraco crescimento do comércio global, de apenas 0,9%,
e pela desaceleração do PIB nas economias com intensa produção de
manufaturados. Há sinais de que a demanda por frete aéreo pode aumentar
em 2020, mas ainda não é possível estimar as consequências do surto de
coronavírus na economia mundial no longo prazo.
"As tensões comerciais são a raiz do pior ano para a carga aérea desde o
fim da crise financeira global em 2009. Embora ocorra uma redução nesses
conflitos, há pouco alívio, pois estamos em território desconhecido em
relação ao eventual impacto do coronavírus na economia global. Todas as
restrições em vigor certamente são um empecilho para o crescimento
econômico e, com certeza, 2020 será outro ano desafiador para os
negócios de transporte aéreo de cargas", disse Alexandre de Juniac,
diretor-geral e CEO da IATA.
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