Inframerica solicita a devolução do
aeroporto de Natal (RN)
Se a solicitação for aprovada, haverá um
processo de licitação e a operação do será transferida para um novo
operador
05/03/2020 -18h30
(Da assessoria da Inframerica)
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A Inframerica, concessionária que administra o aeroporto de Natal (São
Gonçalo do Amarante, a 18 quilômetros de Natal), solicitou à União a
devolução do terminal potiguar. Se a solicitação for aprovada, haverá um
processo de licitação e a operação será transferida para um novo
operador.
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Divulgação - Inframeica |
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Demanda de passageiros não é suficiente para pagar os custos de operação
do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN).
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O aeroporto de Natal
foi o primeiro do Brasil a ser transferido para iniciativa privada, em
2011, e foi o primeiro federal a ser construído do zero.
As obras foram iniciadas em maio de 2014, oito meses antes do prazo
previsto, e trouxeram à população um local novo, moderno e confortável.
A concessionária já investiu cerca de R$ 700 milhões em valores
nominais.
Com a nova infraestrutura, o terminal venceu o prêmio de "Melhor
aeroporto da região Nordeste" e "Melhor do país" em sua categoria, em
2016 e 2017. Porém, o tráfego de passageiros foi negativamente impactado
pela severa e longa crise econômica do país, que impactou diretamente o
turismo na região. Isso é um dos fatores pelos quais a Inframerica
busca, agora, a relicitação da concessão.
Ano passado a expectativa, segundo os estudos de viabilidade do Governo
Federal, era que o terminal potiguar movimentasse cerca de 4,3 milhões
de passageiros, mas passaram apenas 2,3 milhões.
Além disso, as tarifas de embarque de Natal são 35% inferiores se
comparado aos demais aeroportos privatizados do país sob o mesmo regime
tarifário (dados de dezembro de 2019).
As tarifas de navegação aérea do aeroporto de Natal também estão
defasadas: os valores cobrados pelas outras torres de controle chegam a
ser 301% mais altas.
Apesar disso, é importante ressaltar que a administradora está
adimplente com todas as suas obrigações estabelecidas no contrato de
concessão e pactuadas junto às instituições financeiras, a exemplo do
pagamento das outorgas e financiamentos com o BNDES (Banco Nacional de
Desevolvimento Econômico e Social).
O presidente da Inframerica, Jorge Arruda, ressalta que "diversos
fatores nos levaram à decisão. A operação do terminal acabou se
mostrando financeiramente desafiadora, e esta é a maneira de se encerrar
o contrato de forma amigável, sem traumas, e sem impacto para a operação
aeroportuária, lojistas, turismo, passageiros, e operações aéreas.
Queremos assegurar também o compromisso com todos os nossos
funcionários, que não serão prejudicados durante o processo de análise
até a relicitação, quando uma nova empresa assumirá a administração.
Reiteramos nosso compromisso com o desenvolvimento da infraestrutura no
Brasil, e continuamos atentos a novas oportunidades de investimentos no
país."
Durante o trâmite administrativo de análise do pedido, e até que haja a
relicitação e a entrada de um novo operador, a Inframerica segue
operando o aeroporto de Natal normalmente. A administradora manterá
todas as operações do aeroporto, com a mesma qualidade e segurança, bem
como a execução de todos os contratos em vigor com seus colaboradores,
cessionários e fornecedores.
Com este pedido de relicitação, a Inframerica acredita que um novo
operador, com novas condições contratuais terá mais chance de ter uma
operação sustentável a longo prazo.
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