Quatro mulheres fazem parte da
Esquadrilha da Fumaça
Além das suas atribuições dentro
da Esquadrilha da Fumaça, elas servem de inspiração e encorajamento para
outras mulheres que desejam ingressar na carreira militar
06/03/2020 -16h49
(Da assessoria do EDA)
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Com o ingresso das primeiras mulheres nas fileiras da FAB (Força Aérea
Brasileira), em 1982, hoje elas são mais de 12 mil nas mais diversas
especialidades e funções, espalhadas por todo o território brasileiro.
Com uma participação crescente desde então, atualmente elas representam
cerca de 25% de todos os postos de trabalho da FAB, exceto o serviço
militar obrigatório, admitidas por meio de processo público de seleção.
Confira a agenda de
demonstrações da Esquadrilha da Fumaça
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Divulgação - EDA |
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Atualmente quatro mulheres fazem parte da Esquadrilha da Fumaça.
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Na
Esquadrilha da Fumaça não é diferente. Se, para alguns, o trabalho de
mecânico de aeronaves causa surpresa, quando essa vaga é ocupada por
mulheres, a admiração revela-se ainda maior, atraindo a atenção do
público e até mesmo da imprensa.
Hoje, quatro mulheres carregam a responsabilidade de serem Anjos da
Guarda e, de quebra, mostrar para outras mulheres as possibilidades de
ingresso na Força Aérea Brasileira.
É o que afirma uma dessas integrantes, a Sargento Patrícia Maria,
especialista em Eletrônica e Instrumentos, responsável por cuidar dos
sistemas de aviônicos do Super Tucano. A sua oficina de manutenção é
ocupada hoje por quatro militares, sendo duas mulheres. "“Isso mostra
que cada vez mais as mulheres estão no ambiente antes dominado por
homens e que somos tão competentes e comprometidas quanto eles. A
diferença entre os gêneros se torna cada vez mais irrelevante na aérea
da manutenção", afirmou a Sargento.
A sua colega de seção, a Sargento Thelma Hypólito, também nos conta que
fazer parte do Esquadrão era um sonho e que, apesar de ser uma área de
trabalho dominada pelos homens, sempre buscou se aperfeiçoar e crescer
profissionalmente. "Não existe diferença entre homens e mulheres no
Esquadrão, depende apenas do esforço individual de cada um buscar seu
sonho e conseguir conquistá-lo", disse.
A primeira mulher a ingressar na atividade de manutenção da Esquadrilha
da Fumaça foi em 2015. De lá para cá, todos os processos de seleção para
compor a equipe contaram com ao menos uma mulher, dentre as poucas vagas
abertas anualmente. O trabalho de Anjo da Guarda, como são chamados os
Sargentos responsáveis por serviços administrativos e de manutenção,
possui responsabilidades que exigem a confiança mútua entre os
integrantes, visto que reflete diretamente na rotina do Esquadrão e na
segurança do voo.
"O trabalho na Esquadrilha da Fumaça, assim como na FAB, não distingue
sexo. Nós trabalhamos de igual pra igual com os homens, somos
respeitadas e a cada dia estamos ganhando mais espaço. Tudo isso é muito
gratificante, pois mostra às outras mulheres que já caiu por terra a
questão de 'sexo frágil', pois somos capazes de exercer tais funções",
contou a Sargento Patrícia Herdy, que ingressou no time em 2020 e é uma
das Anjos da Guarda, especialista em Equipamentos de Voo, atividade que
garante a saúde e integridade dos pilotos durante os voos e em eventuais
emergências críticas.
A equipe de 2020 da Esquadrilha da Fumaça é composta por 35 Anjos da
Guarda. Além das atividades de manutenção, elas são representadas na
área administrativa também. A Sargento Jaqueline Guerra foi selecionada
em 2019 e passou a fazer parte do time no início deste ano, encarregada
de toda a logística pessoal e patrimonial. "As mulheres, historicamente,
vêm crescendo profissionalmente e conquistando profissões que somente
homens ocupavam. Hoje, provamos que a FAB também é lugar para as
mulheres", afirmou.
O Major Aviador Juliano Nunes, um dos pilotos da Esquadrilha da Fumaça e
chefe da sua Seção de Comunicação Social, explica que, apesar dos meios
de comunicação estarem hoje mais acessíveis, é recorrente muitas
mulheres desconhecerem essas possibilidades. "No nosso contato diário
com o público, notamos que muitas meninas ainda não sabem que elas
podem, e devem, ingressar na FAB. O trabalho das nossas Anjos da Guarda
na Esquadrilha da Fumaça, além das suas atribuições, é fundamental para
mostrar a essas pessoas que as portas estão abertas e, quem sabe,
futuramente isso não seja mais motivo de surpresa", garantiu.
A Força Aérea Brasileira oferece dezenas de cursos em suas cinco escolas
de formação. A mais recente delas a admitir mulheres, desde 2017, é a
ECPAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), localizada em Barbacena
(MG). A FAB divulgou recentemente o edital com 220 vagas para ingresso
na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica) e também para os cursos
de formação de Oficiais Aviadores, Intendentes e de Infantaria da AFA
(Academia da Força Aérea), com inscrições abertas até os dias 18 e 19 de
março, respectivamente.
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